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Justiça altera decisão e Record não recontrata jornalista demitido após sofrer assédio

A Justiça havia obrigado a Record a recontratar Elian Matte, demitdido após sofrer assédio sexual, mas a decisão foi alterada e a emissora acabou beneficiada

Elian Matte (à esq.) processou a Record após ser vítima de assédio sexual por parte do ex-diretor Márcio Santos (à dir.) - Reprodução/Instagram
Elian Matte (à esq.) processou a Record após ser vítima de assédio sexual por parte do ex-diretor Márcio Santos (à dir.) - Reprodução/Instagram

Em uma ação inesperada, a Record conseguiu reverter na Justiça a decisão imposta pela 31ª Vara do Trabalho de São Paulo, em 23 de maio deste ano, que obrigava a emissora a recontratar Elian Matte, jornalista demitido após denunciar o assédio sexual que sofreu de Márcio Santos, ex-diretor de Recursos Humanos da rede de televisão que foi desligado por conta do escândalo --e acabou indiciado pela Polícia Civil.

Com a nova decisão, a emissora não é mais obrigada a reincorporar Matte a seu quadro de funcionários. O jornalista, que atuava na equipe investigativa do Câmera Record, programa liderado por Roberto Cabrini, conversou com a coluna e não escondeu sua tristeza com a decisão.

"Fiquei extremamente surpreso, pois apresentei mais de dez relatorios médicos atestando o burnout. Inclusive, aval da médica do trabalho da Record para que eu trabalhasse em home office enquanto estivesse em tratamento. É uma decisão que me causa tristeza e desesperança na Justiça desse país", lamentou.

"Eu fui demitido estando doente e a Justiça foi conivente. Vou recorrer até as últimas instâncias", concluiu o jornalista.

Matte foi demitido em abril, seis meses após denunciar o caso à alta cúpula da emissora e também após a publicação de uma extensa reportagem da revista Piauí, que expôs o escândalo e a luta do jornalista para buscar proteção dentro da empresa diante do cenário de assédio sexual que vinha enfrentando.

Antes da publicação da reportagem, o jornalista conseguiu um afastamento pelo INSS após ser apontado que ele sofria com um "esforço excessivo" de trabalho. Na sequência, foi diagnosticado com burnout, e conseguiu o direito de retomar suas atividades em esquema de home office.

O primeiro passo da Record foi demitir Márcio Santos, em 10 de abril, seis meses após a revelação dos assédios praticados dentro da emissora. E em 23 de abril, foi a vez de Elian perder o emprego. Exatamente um mês após o desligamento, a Justiça havia determinado que a rede de Edir Macedo recontratasse o jornalista, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Com a reviravolta, a empresa foi poupada de reaver a situação de seu ex-funcionário.

A coluna procurou a Record, mas até a publicação deste texto a emissora não se manifestou. Atualizaremos caso ela emita algum comunicado a respeito da nova decisão judicial.