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BBB / ENTENDA

BBB24: Prova do Líder foi inacessível para Vinícius? Especialista dá opinião

Diretor da empresa que fabrica as próteses do atleta paraolímpico, Thomas Pfleghar, detalha se a prova do Líder foi inacessível para Vinícius; veja o que ele diz

Laura Vicaria

por Laura Vicaria

lvicaria@editoracaras.com.br

Publicado em 11/01/2024, às 17h45

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BBB24: Prova do Líder foi inacessível para Vinícius? Especialista dá opinião - Reprodução/Globo
BBB24: Prova do Líder foi inacessível para Vinícius? Especialista dá opinião - Reprodução/Globo

A primeira prova do Líder do BBB24 rolou na madrugada da última terça-feira (9) e teve quase 19 horas de duração. Uma das discussões que foi levantada nas redes sociais é a possível falta de acessibilidade a pessoas PCDs no desafio, como é o caso do atleta paraolímpico Vinícius. Para entender melhor as acusações, a CONTIGO! conversou com Thomas Pfleghar, o diretor de Academy na América Latina da Ottobock, a empresa que fabrica e fornece as próteses utilizadas pelo famoso no reality.

De acordo com o especialista formado em Ortopedia Técnica há 43 anos na Alemanha, a prova foi acessível ao atleta, mas a prótese - por ser um membro passivo - não sustenta quedas como a perna fisiológica: "A primeira prova não foi inacessível para Vinícius; como observamos, ele realizou o exame. Entretanto, é crucial destacar alguns pontos. Ao contrário da fisiologia do corpo humano, uma prótese é um acessório destinado a restabelecer parcialmente a mobilidade, mas não pode substituir completamente um membro fisiológico. Enquanto a prótese é passiva, um membro fisiológico é ativo, envolvendo músculos e um sistema nervoso que reagem de forma ativa, exibindo reflexos automáticos e proporcionando mobilidade em diversas circunstâncias".

Em uma situação de queda, por exemplo, o joelho humano flexiona rapidamente para absorver o impacto, mas isso não é possível na prótese. "Em determinadas atividades dessa prova, uma pessoa com deficiência física, especificamente com uma amputação de um membro, inevitavelmente não poderá alcançar a mesma mobilidade de alguém sem amputação. Além disso, estudos clínicos corroboram a ideia de que uma pessoa com amputação que perde o joelho fisiológico experimenta um aumento no gasto de energia de 70% ou mais em comparação com uma pessoa não amputada, resultando em maior fadiga", pontuou.

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Vinícius precisou trocar a prótese 

Durante a prova, foi permitido que Vinícius trocasse a prótese devido ao contato com o gel verde que foi derramado nos participantes. O diretor explicou que, apesar das pernas serem à prova d'água, ainda há preocupação com a resistência do produto: 

"Apesar de a prova não envolver água, mas sim um gel verde viscoso, que necessitaria ser removido após o contato com o joelho, a inexistência de suporte técnico para as próteses de Vinícius dentro da casa gerava apreensão. Como em qualquer produto eletrônico à prova d'água, há sempre a preocupação de que o líquido possa causar danos. Diante dessa consideração e visando a segurança do equipamento, foi permitida a substituição da prótese, uma vez que a preocupação com um componente mecânico é evidentemente menor", explicou ele.

Ele foi preparado

Pensando em todos os desafios possíveis, Vinícius levou três tipos de próteses diferentes. "Com as três próteses que o Vinícius levou para casa, em teoria, não há nenhuma prova que ele não poderia realizar", disse Thomas Pfleghar. "Ele possui uma prótese totalmente à prova d'água, adequada para mergulhos em água doce e salgada. No entanto, como mencionado anteriormente, existem circunstâncias em que a prótese pode atrapalhar em vez de ajudar, especialmente em provas onde velocidade e agilidade são cruciais".

A primeira prótese levada pelo atleta possui um joelho protético eletrônico que "possui controle tanto na fase de balanço (flexão e extensão quando a prótese está no ar sem contato ao solo) quanto na fase de apoio (quando a prótese está em contato com o solo)". Apesar de ser passiva, a prótese possui uma tecnologia equipada com algoritmos que "reagem imediatamente à detecção de movimentos indefinidos".

A segunda prótese é do tipo mecânica e é à prova d'água "que também controla tanto a fase de balanço quanto a fase de apoio, mas de maneira mecânica, utilizando o sistema hidráulico". A resistência nessa prótese deve ser ajustada pelo atleta e não é sensível à água por não ter componentes elétricos.

A terceira e última é uma prótese específica para corrida que foi utilizada por Vinícius para quebrar o recorde mundial de 100 metros. "Destaca-se por ser mais leve e apresentar um sistema hidráulico especialmente adaptado para o ato de correr", explicou o diretor.

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