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LGBT / SEM PATROCÍNIO

Ator de A Herança revela desafios em projeto LGBTQIA+: "Dependendo da bilheteria"

Em entrevista à CONTIGO!, o ator Rafael Primot revelou que apesar das dificuldades, a peça A Herança foi um sucesso de público

Surenã Dias Publicado em 02/11/2023, às 06h00

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Rafael Primont também brilhado na série Chuva Negra, produção do Globoplay que ele atuou e escreveu - Foto: Divulgação
Rafael Primont também brilhado na série Chuva Negra, produção do Globoplay que ele atuou e escreveu - Foto: Divulgação

Apesar de ser um dos destaques do teatro nacional deste ano, o espetáculo A Herança tem encontrado dificuldade para ser apresentado em novas temporadas. Em entrevista à CONTIGO!, o ator Rafael Primont revela que a temática LGBTQIA+ do projeto tem afastado patrocinadores. "Dependendo da bilheteria", disse

"É uma peça grande, mas ela, na verdade, só teve um dinheiro inicial de patrocínio, que foi através da Lei Rouanet, mas depois ela foi feita toda sem patrocínio dependendo da bilheteria, porque a gente não conseguiu mais patrocínios e apoiadores", revela ele, que já apresentou o espetáculo para um público de quase 40 mil pessoas. 

O ator ainda analisa que, mesmo o Brasil tendo se tornado um país mais aberto para dialogar sobre a diversidade, muitas empresas ainda têm ressalvas com os espetáculos que tratam dessa temática e nem o número grandioso do público não têm feito elas mudarem de ideia.

"A gente está fazendo essa temporada no Rio totalmente sem patrocínio, sem investimento. Ela é uma peça que está sendo feita porque a gente quer fazer, porque o elenco se juntou e falou: 'nós vamos fazer'. E a gente não tá ganhando nada para fazer a peça, a gente tá fazendo com dinheiro de bilheteria mesmo, porque a gente quer contar essas histórias", desabafa.

Leia também: Destaque no teatro, Tiago Barbosa reflete sobre sucesso no Brasil: "Reconexão"

Em meio a dificuldades, Rafael afirma que o reconhecimento do público e da crítica tem sido um combustível extra para ele continuar apostando no projeto. "Ganhar prêmios sempre acaba abrindo um pouco as portas para você conseguir um bom teatro e também ajuda a chamar público para assistir. É um facilitador, mas ele não resolve todos os nossos problemas. Realizar qualquer produto cultural no Brasil ainda é complicado", frisa.

MERCADO INTERNACIONAL 

Neste ano Rafael estreou no Globoplay com a série Chuva Negra, coproduzida pelo Canal Brasil. A produção, a qual ele atuou e escreveu, conta com um protagonista com Síndrome de Down, além de apresentar uma atriz trans, um ator com nanismo e a valorização de um relacionamento homoafetivo.

"É uma série muito linda que fala sobre inclusão e tem um grande propósito, que é trazer a discussão sobre essas minorias, sobre os excluídos. A gente precisa falar sobre isso, que, de uma certa maneira, a sociedade quer fingir que essas pessoas não existem. Elas invisibilizam essas pessoas", afirma.

Já circulando no mercado internacional, Chuva Negra tem chamado ateção da crítica por sua trama inédita. Para o ator, é motivo de orgulho ver seu projeto sendo elogiado fora do país. "Eu tô muito feliz mesmo", disse.

"A gente recebeu uma crítica lá do Variety, que é o maior veículo que fala de série e filmes, e eles fizeram uma crítica incrível falando que é um novo caminho da dramaturgia brasileira", afirma ele, que defende a originalidade do roteiro: "Isso só prova o quanto as nossas narrativas, quando elas são bem estruturadas e pensadas, elas são universais. Porque os dramas humanos eles são universais".