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Humorista Índio Behn volta para o Rio Grande do Sul em apoio a familiares e amigos: 'Noites sem dormir'

Em entrevista à Contigo, o gaúcho Índio Behn, humorista da Praça é Nossa, conta que está abrigando familiares em sua casa, no bairro Cachoeirinha

Índio Behn dá vida a personagem Dra Rosângela, em A Praça é Nossa - Divulgação
Índio Behn dá vida a personagem Dra Rosângela, em A Praça é Nossa - Divulgação

Natural do Rio Grande do Sul, o humorista Índio Behn, que dá vida a divertida Dra. Rosângela, no programa A Praça É Nossa, do SBT, voltou para a sua cidade natal, nessa segunda-feira, 6, após cumprir agenda de shows no Rio de Janeiro. O artista está na região para dar apoio a familiares, amigos e vizinhos que perderam suas casas na tragédia que assola o estado, por conta das fortes chuvas. Ele confessa que se sentiu impotente enquanto passava o fim de semana no sudeste. 

"Assustador ver onde a água chegou. Na casa da minha irmã, que a gente não imaginava que a água iria chegar, chegou. E a água continua subindo bastante. Então, é realmente assustador ver tudo o que aconteceu. Sou da cidade de Cachoeirinha, especificamente do bairro Parque da Matriz, que é um bairro que, por trás dele, passa um córrego, ele corta todo o bairro. No final do bairro, tem um dique. Então, toda água que está escoando lá do Rio Guaíba vem para Gravataí, vem para o meio da minha cidade, e acaba aqui no bairro. Então, aqui no bairro, é onde a água está subindo muito, quase um quilômetro já de água dentro das casas", conta.

Apesar da situação caótica, os familiares do humorista estão bem. "Todos conseguiram sair de casa a tempo, saíram com calma, então estão todos bem, estão se dividindo, boa parte está na minha casa, outra parte em outros familiares, mas a minha família está toda bem, as únicas perdas foram financeiras", diz. “Subir ao palco todo dia sabendo que sua família está evacuando a casa, que a água está subindo no meu bairro, foi assustador! Estou há noites praticamente sem dormir acompanhando as atualizações. Antes de chegar no teatro para a apresentação, soube que meu pai teve que evacuar a casa dele, a casa que eu cresci, à principio só por precaução porque a água ainda não chegou lá, mas que bom, melhor sair agora”, acrescentou.

Agora que está em sua cidade, Índio Behn vai poder participar, efetivamente, das ações que dão apoio às vítimas das enchentes. "Estou ajudando como eu posso. Agora, estando aqui, vai ficar mais fácil de ajudar. Vou conseguir fazer ações mais concretas. Cheguei aqui à noite, a maioria das pessoas já foi resgatada, as casas que estão com água estão vazias (sem moradores). Mas amanhã vou poder parar, ver o que o bairro está precisando, o que a gente vai fazer. Vou conversar com alguns líderes comunitários (...) Tem que ter muita cautela para tudo o que for fazer, mas tem pessoas de confiança, de conhecidos da vida inteira que estão envolvidos nisso. Então, amanhã que vou conseguir parar para saber o que vai acontecer", fala.

Sobre a agenda de shows, Índio explica que deve estar até o final do mês. "Saí daqui na sexta-feira (dia 3), o aeroporto estava funcionando normalmente. E aí, voltando para cá hoje (segunda-feira), eu tive que pegar um voo (...) Estava no Rio e peguei um voo para São Paulo, de São Paulo para Floripa (Florianópolis) e de Floripa eu vim para Porto Alegre de carro, para Caixaria de carro. E aí, sabia que tinha o risco de chegar aqui e não conseguir voltar para os shows do final de semana que vem. Mas eu precisava estar aqui para ver minha família, porque precisava, pelo menos, saber que está tudo bem", ressalta.

"Agora, estando aqui, não é que eu possa fazer grandes coisas e ser um super herói, mas estou aqui, estou vendo como as pessoas estão, como as coisas estão, é muito mais tranquilo. Então, a princípio, a gente ainda está vendo o que vai fazer sobre a agenda. Mas já está meio que definido, pois o aeroporto estará fechado até o dia 30", continua.

O humorista ressalta que o objetivo é usar a imagem para pedir ajuda. "O mais importante para mim agora é tentar usar a minha voz, o meu espaço pra dar luz para o que está acontecendo aqui. Apesar da minha cidade ter sido muito afetada, aqui pelo menos não há óbitos, até onde a gente sabe. As perdas da minha cidade foram muito mais materiais do que qualquer coisa. Agora, por exemplo, a cidade de Canoas está devastada, a cidade de Eldorado, fora os municípios da região do Vale do Itacoarique, as cidades praticamente foram destruídas. Desapareceram bairros inteiros, prefeituras, hospitais, escolas", salienta.

"A gente está apoiando vaquinhas dos artistas do Rio Grande do Sul, vaquinha organizada pelo Badin. Está todo mundo centralizando as doações na vaquinha dele. Já foram arrecadados 40 milhões de reais, não sei quanto vai chegar isso, se vai a 50, se vai a 100 milhões, ainda é muito pouco perto do tamanho do estrago que aconteceu aqui. Então, é bem importante que a gente projete isso para as pessoas terem uma noção do quanto a gente está precisando de ajuda aqui no Sul", finaliza.