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Colunas / Gabriel Perline / processo judicial

Socialite que "sumiu" com joias é condenada por calote de R$ 6 milhões em Mari Maria

Flávia Rocha é condenada após dar um calote de R$ 6 milhões em Mari Maria. Essa é a mesma socialite que "sumiu" com joias e bolsas de luxo

A socialite foi condenada em um processo aberto pela empresária - Reprodução
A socialite foi condenada em um processo aberto pela empresária - Reprodução

Após sumir com bolsas de luxo avaliadas em R$ 1 milhão e ter sua casa revirada em meio a um "roubo" de 93 joias e calote de R$ 8 milhões, Flávia Rocha foi condenada pela Justiça por se envolver em mais um escândalo. A socialite foi considerada culpada em um processo por "sumir" com R$ 6 milhões de Mari Maria. A empresária, dona do Grupo Farmamake e responsável pela marca Mari Maria Makeup, teria mudado a formulação de um dos cosméticos assinado pela blogueira. Flávia Rocha era uma das fiadoras da marca de cosméticos e colocou até mesmo sua casa em jogo após a nova confusão.

A blogueira abriu um processo judicial contra a STY Comércio de Cosméticos Ltda., integrante do Grupo Farmamake. A ação envolve diversas marcas e pessoas, incluindo Flávia Rocha, todos responsáveis pelo desenvolvimento, produção e comercialização de produtos da marca. A confusão começou após Mari Maria cancelar repentinamente o lançamento da Face Tint, uma nova base de sua coleção. O motivo? A Cover Up, outro produto do mesmo gênero, ter apresentado problemas entre os clientes.

De acordo com a empresária, o Grupo Farmamake iniciou a produção das tonalidades de bases no dia 10 de maio de 2023, mas 16 dias depois foi informada sobre a suspensão do projeto. Por outro lado, a defesa da influenciadora digital explicou o motivo da mudança por meio de um e-mail.

"Nos deparamos com a situação da instabilidade de alguns lotes da Cover Up, trazendo dúvidas sobre a qualidade e segurança dos produtos pelo consumidor, o que afeta diretamente a imagem da marca. Diante da situação, por todas essas questões apresentadas, decidimos suspender o lançamento da Face Tint até a devida resolução das mesmas, pois como faremos o lançamento de uma nova base se as nossas bases atuais, que já estão consolidadas no mercado, não estão sendo produzidas para atender a demanda?".

Nesta época, Mari Maria fez uma reformulação em sua marca, alterando a embalagem dos produtos. Entretanto, Flávia Rocha foi além e mudou até mesmo a fórmula da base. A empresa declarou que a blogueira aprovou a mudança, mas não foi bem isso o que aconteceu. A situação ficou tão séria que eles fizeram um distrato e não pagaram até então. Além dos problemas com o produto em si, a socialite ainda deve R$ 6.406.496,23 à influenciadora digital, por conta do pagamento de valores vencidos, incluindo juros e multa.

A blogueira manteve uma parceria com a STY. até novembro de 2023. Em abril de 2024, Mari Maria retomou o lançamento de produtos com a nova fabricante, mas logo descobriu que foi alvo de uma "falcatrua". Após abrir o processo judicial para reaver os milhões devidos por todos, a empresa ofereceu os bens dos empresários para colocar fim ao processo. A influenciadora digital abriu um novo processo recusando os bens oferecidos à penhora pela STY, integrante do Grupo Farmamake.

A empresa ofereceu os antigos produtos, produzidos para a marca Mari Maria até novembro de 2023, como "bens", mas ela recusou: "Com a reformulação da linha de cosméticos e o contrato celebrado com a nova fabricante, seria impossível cogitar a utilização de qualquer material, formulação ou produto oferecidos pela ex-fabricante, ora Executada STY, que não condizem com os produtos recentemente lançados no mercado. E mesmo que assim não fosse, com o devido respeito, são absolutamente incertas as condições de armazenamento empregadas pela Executada STY, ainda mais após o fim da parceria e encerramento da comercialização dos produtos, que se deu há pouco mais de 06 (seis) meses (em 30/11/2023)".

"Observa-se que se tratam de produtos perecíveis e que alguns dos materiais apresentados estão fora do prazo de validade, sendo possível aferir das fotografias apresentadas às fls. 101, a dispersão de produto, o que evidencia a qualidade duvidosa destes e das condições em que foram armazenados, o que jamais poderá ser recebido como garantia do débito exequendo", acrescentou.

Ao todo, a empresa ofereceu R$ 3.882.766,38, em produtos, a ela, sendo isso quase R$ 3 milhões a menos do que pedido em seu processo judicial à cada um dos envolvidos. Mari Maria ainda alegou que o lançamento foi suspenso após sofrer com "desabastecimento nas lojas e problemas na formulação dos produtos já lançados, sem qualquer medida resolutiva adotada pela ex-fabricante (...) Naquela época, eram crescentes as reclamações dos consumidores sobre a qualidade de algumas linhas dos produtos da Exequente, o que ocasionou diversos prejuízos à marca".

No processo, a defesa da blogueira destacou que Flávia Rocha possui R$ 3.740,684 em bens em seu nome, sendo 25% de um apartamento, avaliado em R$ 560.684,00, além de dois imóveis, de R$ 280.000,00 e R$ 2.900.000,00 em São Paulo e em Itú, no interior de São Paulo. Além disso, apontou diversos bens automóveis em seu nome e da empresa. Nos documentos do processo judicial, obtidos com exclusividade por esta modesta coluna, ainda há um apontamento de 11 ações movidas contra Flávia Rocha. 

A ação ainda reforça que os administradores, entre eles Flávia Rocha, "ostentam uma vida de luxo completamente divorciada da realidade das suas empresas". Ou seja, Mari Maria recusou os "bens" oferecidos pela socialite e conseguiu "a penhora sobre os bens imóveis sobre os direitos derivados de alienação fiduciária".