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Campeã brasileira de fisiculturismo, Roberta Toth alerta: ‘Cuidado com os excessos’

Em entrevista à Contigo!, a treinadora e campeã brasileira de fisiculturismo, Roberta Toth, fala sobre processo de preparação e alerta cuidados

Roberta Toth, campeã de fisiculturismo brasileiro - Foto: Leo Castro
Roberta Toth, campeã de fisiculturismo brasileiro - Foto: Leo Castro

Com nove competições no currículo e uma extensa trajetória como treinadora, a campeã brasileira de fisiculturismo, Roberta Toth, possui uma carreira baseada em dedicação e cuidados com o corpo. Em entrevista à Contigo!, a atleta fala sobre a sua trajetória, processo de preparação e faz alerta sobre excessos.

Em 2001, a atleta que participava de competições de levantamento de peso, viu a oportunidade de se tornar uma fisiculturista, incentivada por uma competidora: “Em um campeonato, eu estava na fila de pesagem e vi uma mulher fisiculturista de 45 anos que estava em preparação pra uma competição. Ela estava com o físico espetacular e eu fiquei prestando muita atenção nela.” relembra à Contigo!

“Ela se aproximou de mim na fila e fez uma brincadeira, olhou para o meu corpo e falou ‘Você, se preparada, vai se tornar a melhor fisiculturista do Brasil’, e eu pensei ‘Essa mulher tá viajando.’” se diverte Roberta.

A atleta em questão era Maria de Lourdes, competidora experiente da época, e após esse encontro, Roberta passou a treinar junto com a atleta: “Ela me deu um cartão e eu falei ‘Não tenho grana”, e ela disse ‘Me procura que eu vou te treinar pra você competir’. Eu treinei com ela durante quatro meses e ela conseguiu que eu construísse um físico para iniciar nas competições.” conta.

A estreia no fisiculturismo como competidora aconteceu em 2001, no Campeonato Paulista de Novos, em que Roberta levou o 1º lugar, seguido do Campeonato Paulista de Estreantes, que também lhe rendeu o posto de campeã. A terceira competição da atleta, foi no conceituado Campeonato Paulista, em que competindo com atletas veteranas, conseguiu o 3º lugar.

No ano seguinte, levou a 1ª colocação ao competir no famoso Copa Sul Sudeste e após essa vitória, passou das competições estaduais, para os campeonatos brasileiros. Em 2004, Roberta ocupou a 3ª colocação no Campeonato Brasileiro, ao lado de veteranas e em 2005, ficou em 2º lugar. Após engravidar do seu segundo filho e dar uma pausa na carreira de atleta, Roberta retornou em 2010 com foco total.

No mesmo ano, participou novamente do Campeonato Brasileiro e ficou em 1º lugar, realizando seu sonho de ser campeã brasileira de fisiculturismo. Após a vitória nacional Roberta ficou em 2º lugar no Campeonato Sul-americano, o que lhe rendeu uma inesperada convocação para o campeonato mundial Arnold: “O 1º e 2º lugar [no Campeonato Sul-americano], conseguia uma vaga para o Arnold, só que eu não me atentei que eu teria essa vaga, então relaxei o corpo e fiquei tranquila, pois pra mim, ser campeã brasileira já era tudo o que eu queria (...) Eu não tinha computador e não tínhamos essas redes sociais que temos hoje, então eu fui em uma lan house, entrei no site da federação pra saber quais atletas iriam para o Arnold e meu nome estava lá. A única brasileira que ia para o Arnold era eu! E eu corri contra o tempo, eu só tinha 50 dias para me preparar, não consegui secar o suficiente e mesmo assim eu competi com 20 atletas e fiquei em 10º lugar.” conta à Contigo!

A prática de fisiculturismo envolve o desenvolvimento e a tonificação dos músculos através de intenso treinamento físico, alimentação regrada e rigorosas exigências corporais, e para isso é necessário acompanhamento de profissionais capacitados e muita responsabilidade. Por falta de recursos e patrocínio, Roberta parou de competir em 2012, aos 37 anos, porém seguiu construindo carreira como treinadora e explica como funciona o processo de preparação: “O processo de um fisiculturista se dá em Off Season, que é o período que a gente come mais, treina mais pesado, podendo durar de seis meses a um ano. E o período pré Contest, que é justamente o período que antecede uma competição, que requer de dois a quatro meses, dependendo do atleta, porque esse trabalho é individual, depende muito de como cada corpo responde.”

A atleta e treinadora ainda alerta: “Um conselho que eu dou é sobre a importância de ter todos os cuidados médicos durante o processo. Ter um médico do esporte que te acompanhe na parte hormonal e não apostar tanto em hormônios, como hoje em dia é muito comum e desnecessário. Apostar mais em um treino duro e uma dieta especializada. É claro que usamos alguns tipos de hormônios, porque não tem como competir em alto rendimento sem alinhar a parte hormonal, mas é preciso tomar cuidado com os excessos.” finaliza.

Atualmente, Roberta atua como treinadora em São Paulo, na Academia Gaviões e na Nation CT, agindo na preparação que vai desde atletas iniciantes até atletas em alta performance, mais avançados.