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Jorge Brasil / Exclusivo!

André Dias: “Groa não será esquecido!”

Intérprete do islandês mais baiano de Segundo Sol comemora o sucesso da trama das 9 e a parceria com Giovanna Antonelli

Jorge Luiz Brasil Publicado em 07/11/2018, às 14h59 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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André não vai mudar muito o visual do Groa - Divulgação
André não vai mudar muito o visual do Groa - Divulgação

Consagrado no teatro, especialmente pelas peças musicais, André Dias foi uma das revelações de 2017, na TV, graças ao venenoso Patrício, da novela Novo Mundo, mesmo ele já tendo feito participações em produções como Babilônia (2015), A Regra do Jogo (2015), Chico Xavier (2011) e As Cariocas (2010). Mas foi graças ao islandês Groa, de Segundo Sol, que o carioca – que tem 27 anos de carreira – conheceu a aclamação popular mais forte. Braço direito da protagonista, Luzia (Giovanna Antonelli), Groa presenteou seu intérprete não só a realização do sonho de fazer uma trama das 9, como também a amizade com a atriz. “Essa cumplicidade que você vê na novela ela existe na vida real. Giovanna é uma pessoa extremamente generosa, agregadora, me recebeu de braços abertos”, comemora André, que, com o fim de Segundo Sol, está cheio de projetos. Confira o papo franco com esse artista singular.

- De vilão de novela de época a mocinho de trama das 9! Pegar um papel tão diferente daquele que marcou a sua estreia na TV de ter sido muito bom não é?
Com certeza, é o que eu mais priorizo na minha carreira: a versatilidade, buscar interpretar papeis bastantes distintos entre sim para que eu possa exercer minha versatilidade e compor tipos cada vez mais diferentes na TV.

- No início da novela parecia que o Groa iria enveredar para o mundo da música também. O que seria ótimo porque você tem uma longa experiência como astro de peças musicais! Mudou o perfil do personagem ou foi só uma impressão?
Não chegou a acontecer nenhuma mudança na sinopse do personagem. Era prevista essa ligação dele com o Candomblé desde o início da novela. E ele voltava sempre com o produtor musical de Ariella, a identidade secreta de Luzia (Giovanna Antonellli) e, depois do retorno a Salvador, ele retomava a ligação com o terreiro de Candomblé, com o pai Didico (João Acaiabe) e já estava prevista esse caminho espiritual que ele iria seguir.

- Você ficou muito bonito com esse visual islandês! Vai manter o look ou mudar radicalmente agora que a novela está acabando?
O cabelo vai ser retirado com o fim da novela, mas a cor eu vou manter. Vou dar um corte diferente nele, mas o meu cabelo também está comprido, então, não vai ter muita diferença por hora até eu fechar um novo papel.

- Quem iria interpretar o Groa era o André Frateschi. Você chegou a conversar com ele sobre a personagem?
Não cheguei a falar com o André não. Foi tudo muito rápido. Entrei na novela 15 dias antes de começar a gravar, já para a prova de figurino, caracterização e preparação.

- Diferente de outros amigos de protagonista, o Groa não foi apenas o ombro da Luzia. Ele teve participação ativa na trama e vida própria, como no lance do candomblé. Você precisou estudar pra entender a religião ou já tinha alguma relação com os cultos africanos?
Eu já frequento sim terreiro de Candomblé há algum tempo, sou uma pessoa espiritualista que não tem nenhum tipo de religião definida, mas acho muito bonita a religião, as festas... Não sou profundo conhecedor sobre a religião, mas a gente tem muita assessoria no set de filmagem. As gravações são sempre acompanhadas por babalorixás, pais de santo e os rituais são sempre muito fieis e enfocados com muito respeito.

- Você descobriu qual é o seu orixá?
Eu sou filho de Iemanjá e Ogum.

- Acredita que ainda dá tempo para o Groa arrumar amor?
Dá sim. Naquele velho e bom último capítulo sempre aparece um par romântico.

- Como foi sua parceria com a Giovanna Antonelli?
A parceria com a Giovanna foi uma química imediata. Essa cumplicidade que você vê na novela ela existe na vida real. Giovanna é uma pessoa extremamente generosa, agregadora, me recebeu de braços abertos. A gente joga junto o tempo inteiro. Ela, que já domina o veículo me dá sempre dicas durante a gravação, está sempre atenta ao outro. Então o astral da Giovanna, da nossa direção, da equipe técnica e do elenco é muito responsável pelo nosso sucesso. Além do texto do João que é maravilhoso.

- O estilista Dudu Bertolini (atualmente na bancada do programa Amor & Sexo) foi uma referência na sua composição do Groa! Mas de que forma isso aconteceu?
O Dudu era uma das referências da paleta de figurino da Helena Gastal e da caracterização do Fernando Torquato e da Núbia Maísa. Como eu cheguei muito pouco tempo antes de começar a gravar, então, isso já estava pré-concebido, esse figurino pro Groa e o look do personagem. Eu comecei a criar a minha composição a partir dessa pesquisa, que, depois, eu misturei com a referência de Pierre Verger (fotógrafo e etnólogo francês, que se mudou para Salvador, assumiu o nome religioso Fatumbi como um Babalawo, sacerdote do Candomblé). Costumo dizer que é uma mistura do visual do Dudu Bertolini com a filosofia do Pierre Verger.

- Você fosse o autor da novela que teria escrito para o Groa fazer?
Não sou o autor da novela (risos) e o meu sonho profissional era realmente fazer uma novela das 9, fazer um personagem de composição numa novela das 9 e é um grande divisor de águas na minha vida e na minha carreira. Segundo Sol não será esquecida pelo público e acho que o Groa também não.

- Acredita que a vida de um famoso dificulta uma relação afetiva?
Não vejo a fama como um fator que dificulta absolutamente nada e é importante lembrar que não sou uma pessoa famosa, eu estou uma pessoa famosa porque participei de uma novela das 9. Caso eu permaneça na mídia, na televisão eu posso vir a me tornar uma pessoa famosa.

- O que você ainda não fez na sua vida pessoal e que virou urgência pra fazer?
A única coisa que eu posso pensar que eu tenha urgência pra fazer e ainda não fiz é conhecer bem a Europa. Eu gostaria de viajar bastante pela Europa, fazer um mochilão e conhecer vários países da Europa que eu não conheço.

- Se tivesse que escolher entre a realização profissional mas sem grana e muito dinheiro mas sem a satisfação com o seu ofício o que escolheria?
Olha, a vida do artista brasileiro é justamente uma tentativa de equilíbrio entre essas duas perguntas. Às vezes a gente vai fazer um espetáculo que nos representa artisticamente e não vai dar dinheiro nenhum e, em outras vezes, faz um trabalho que vai nos remunerar muito bem, mas que é comercial ou não nos representa artisticamente. Ou você vai ter que passar por cima de alguma das suas convicções para poder manter aquele trabalho que te paga bem. Na verdade, essa é a constante da vida do artista no Brasil, né? O delicado equilíbrio entre o prazer de exercer o seu oficio e a dificuldade de sobreviver dele.

- Qual foi o pior delito que você já cometeu?
Eu não sou uma pessoa de cometer delitos e mesmo que eu fosse eu não iria lhe contar (risos).

- Quando o assédio do público se torna insuportável?
Ele fica insuportável quando cruza a fronteira da má educação, quando as pessoas começam a entender que você não é um cabide, que não tem que ir até a pessoa... É muito bom ter esse contato, receber esse carinho do público, mas as pessoas precisam entender que, às vezes, você está comendo, está trabalhando e não pode atendê-las por “n” motivos e não porque não quer. Quando fica tirando fotos sem pedir, quando ficam te filmando sem pedir eu acho bastante desagradável. Ou quando te viram e te puxam, desamarram o seu cabelo para poder te reconhecer na foto... Quando mandam tirar os óculos... É uma questão de educação. Às vezes as pessoas passam, cruzam essa fronteira da intimidade, achando que tem uma intimidade porque, afinal de contas, a gente está na casa delas todas as noites em horário nobre. Então elas se sentem íntimas. A gente tem que compreender isso, mas também tem que alertar, tem que educar.

- Metaforicamente falando, você é do tipo que varre a sujeira pra debaixo do tapete e fica em cima torcendo pra que ninguém repare ou o prefere jogar o lixo no ventilador e enfrentar a limpeza de frente?
Eu sou daqueles que joga todo lixo no ventilador pra enfrentar a limpeza de frente (risos).

- Você brigou com algum amigo ou parente por conta de posicionamento político?
Sim já briguei com parente e amigo por causa de política nessa atual conjuntura do cenário político brasileiro.

- Na sua vida a rede social é mais um paraíso ou inferno ou existe um caminho do meio?
Nem paraíso, nem inferno. A rede social é uma ferramenta de extrema importância hoje em dia para se comunicar com seu público e para checar as tendências do que está acontecendo. É tudo muito rápido hoje em dia, então, não precisa ser nem paraíso, nem um inferno é um instrumento de comunicação direta com seu público e de divulgação do seu trabalho.

- Quais são seus próximos passos após as gravações de Segundo Sol?
Tenho alguns convites que ainda não posso revelar porque não foi batido o martelo, mas eu estou preparando um espetáculo meu, um monólogo, provavelmente para a metade do ano que vem. Estou preparando um show também e estou aberto a mais convites para fazer cinema e televisão.