Cantora relembra 1992, quando fez um show histórico para 20 mil pessoas na frente do Masp, e dá show de esperança, diversidade e alegria
"É Carnaval em São Paulo! A pipoca da Rainha está gigantesca. Agora na avenida Rebouças! Já já chegamos na Avenida Paulista. Depois de 24 anos do show do Masp." Assim falava, no meio da tarde, a cantora Daniela Mercury, 50, sobre o trio que puxou ontem, véspera dos 462 anos de São Paulo, mais uma vez parando a cidade com seu suingue e todo o carisma que a transformaram na artista que é hoje.
A concentração foi na avenida Faria Lima, subindo depois pela avenida Rebouças, chegando à Paulista e descendo pela Consolação em mais de 6 horas de trio sem cordas, como se diz no Carnaval de Salvador. A chegada à Paulista foi ao som da clássica Suingue da Cor, ela fez um discurso emocionada: "Uma vez eu disse: se nós fizéssemos uma parada nordestina faríamos a cidade de São Paulo parar. Nós todos somos retirantes. Cada um chegou aqui com suas famílias, com seus amigos, e fez este lugar grandioso, poderoso, o maior centro da América Latina, uma das maiores cidades do planeta. Que a gente se ame mais depois deste trio, que a gente se respeite mais, individualmente, no nosso jeito de ser. A Rainha Má veio para acabar com as maldições sobre vocês. Agora, só tem axé", discursou.
Além do repertório repleto de clássicos do axé, ela cantou de tudo um pouco, passando pelo samba e pelo rock. "Com ou sem chuva, estaremos lá, firmes e fortes", avisava antes, diante de algumas nuvens que já se formavam no céu da capital paulista, mas que não a intimidaram. "Viva a bossa, viva o axé, viva a Bahia, viva São Paulo", gritava de cima do trio.
"Foi sensacional. A adrenalina ainda não acabou", anunciou ela ao final do histórico domingo que, segundo a Prefeitura de São Paulo, levou 100 mil atrás do trio.
