Em entrevista a Contigo!, o médico ginecologista André Vinícius, especialista em saúde da mulher, fala sobre sintomas, cirurgia e prevenção da adenomiose
Gretchen (64) surpreendeu os fãs ao relevar, por meio de suas redes sociais, que passou por uma cirurgia nesta terça-feira, 20, para retirar o útero, após ser diagnosticada com adenomiose. De acordo com a cantora, o órgão já estava do tamanho de 20 semanas de uma gestação ou o equivalente a cinco meses de gravidez. Para saber mais sobre o problema, a Contigo! conversou com o ginecologista André Vinícius, especializado em Ginecologia e Endoscopia Ginecológica pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE) e em saúde da mulher.
Segundo o médico, a adenomiose é basicamente uma condição na qual o tecido do endométrio cresce dentro miométrio. “O útero feminino é composto basicamente por três camadas: o endométrio (camada mais interna), o miométrio (camada muscular intermediária) e a serosa (camada que recobre o útero)”, explica. “Os três principais sintomas que uma paciente com adenomiose apresenta são infertilidade, cólicas menstruais mais intensas e aumento do fluxo menstrual, assim como da quantidade de dias de período. Outros sintomas incluem dor durante relações sexuais e aumento do tamanho do útero. Cabe ressaltar que existem também pacientes que são assintomáticos”, completa.
A adenomiose tem maior incidência em mulheres com mais de 40 anos, mas pode afetar também pacientes mais jovens em idade fértil, dificultando a gravidez, de acordo com André Vinícius, que destaca que há como preveni-la. “A prevenção consiste em sempre fazer o acompanhamento ginecológico correto. Ter uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos também ajudam”, ressalta.
TRATAMENTO E PÓS-OPERATÓRIO
Ainda de acordo com o especialista, o tratamento em pacientes sintomáticas consiste em fazer o controle dos sintomas. “Ou seja, ajustar medicamentos para pacientes com cólicas intensas; bloqueio hormonal para pacientes com sangramento normal; inserção de DIU medicado com levonorgestrel, que vai diminuir as cólicas menstruais da paciente e o fluxo; e o tratamento definitivo que é a histerectomia (retirar o útero), como fez a Gretchen. Por ser uma doença localizada na camada muscular do útero, se retirar essa camada, não se tem mais o local para o tecido endometrial se instalar”, salienta.
Para as pacientes que querem engravidar, retirar o útero não é uma opção, aponta o médico ginecologista. “Às vezes, é possível até fazer uma cirurgia local para retirar apenas o foco da doença. Mas sem sombra de dúvidas, é fundamental fazer o bloqueio hormonal”, fala.
“Por ser uma condição benigna, no entanto, os riscos da cirurgia são baixos e o pós-operatório de uma cirurgia para adenomiose pode variar dependendo do tipo de procedimento realizado. Se uma histerectomia (remoção do útero) foi realizada, o período de recuperação pode ser mais delicado. Durante esse período, a mulher operada precisa de repouso e deve evitar esforço físico e atividade sexual durante alguns dias”, continua André Vinícius, acrescentando que após a cirurgia e recuperação, a paciente consegue ter mais qualidade de vida, assim como o desaparecimento dos sintomas que a acometiam.
MAIS SOBRE GRETCHEN
Acompahada do marido, o saxofonista Esdras de Souza (51), Gretchen foi internada em um hospital em São Paulo. "Não é uma cirurgia agradável, é de útero, delicada... sei que vai dar tudo certo... estou bem, confiante e incentivando sempre as mulheres se cuidarem, se cuidem, é muito importante... fiz todos os tratamentos, é uma adenomiose benigna, estou feliz em poder me cuidar para que não aconteçam coisas ruins", disse a cantora, antes do procedimento cirúrgico, em sua rede social.
Gretchen 
