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TV / CLAYTON NASCIMENTO

Ator de Fuzuê faz balanço de estreia na TV e confessa desejo: 'Acho possível'

Em entrevista à Contigo! Digital, Clayton Nascimento avaliou primeira experiência na televisão e refletiu sobre a diversidade de Fuzuê

Fernanda Chaves Publicado em 29/02/2024, às 11h05

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Clayton Nascimento interpreta o noveleiro Caíto Roitman, em Fuzuê - FOTO: GLOBO/FÁBIO ROCHA
Clayton Nascimento interpreta o noveleiro Caíto Roitman, em Fuzuê - FOTO: GLOBO/FÁBIO ROCHA

Fenômeno no teatro com o monólogo Macacos, Clayton Nascimento fez sua estreia nas novelas como o noveleiro Caíto Figueroa Roitman, de Fuzuê. Prestes a se despedir do folhetim das 7 da TV Globo, o artista conversou com a Contigo! Digital e avisou que pretende seguir conciliando os palcos com a televisão.

Como tem sido fazer novela?

- É minha primeira novela, é tão diferente se ver na TV. Adorei, me senti mais jovem [risos]! Gostei de estar ao lado de atores bacanas, texto bom, podendo me divertir com personagens de novelas que já passaram pela TV e que estão no imaginário do brasileiro. Estou descobrindo o poder da TV que, de uma vez só, me leva para a casa do povo brasileiro. Isso é significativo. Acho marcante também a possibilidade de o povo brasileiro poder ver pessoas parecidas com eles na TV.

Fuzuê realmente tem muita diversidade.

- Fico feliz de poder ser um rapaz negro, interpretando um jovem gay, que também é da periferia e faz uma drag. Aí, olho para o lado e tem a Heslaine Vieira interpretando uma supersuburbana, olho para o outro lado e tem o Micael Borges, que é afro-indígena, fazendo um sertanejo. Olha quanta camada de diversidade. Isso celebra o povo brasileiro antes de tudo. Não é nem a narrativa que é celebrada, é o povo brasileiro.

O Caíto Figueroa Roitman é noveleiro, o próprio nome dele diz isso. Ele ainda aparece como a drag Ruth e Raquel. Você também gosta do gênero?

- É honroso homenagear personagens que vi na TV, estou bem grato por isso. Fui uma criança da periferia e lá o que a gente tem é a TV. Vi muita novela. Lembro da minha mãe dizendo: “Essa é Neusa Borges, uma grande atriz!”. Cresci com a minha mãe dizendo o nome e o sobrenome das atrizes, ela gostava que eu soubesse disso. Uma grande alegria é estar ao lado da Lilia Cabral, que foi alguém que ela me dizia que era uma grande atriz e, anos à frente, consegui fazer a Escola de Arte Dramática, que é a mesma que a Lilia se formou. E tem muitos personagens que guardo no coração. Lembro até hoje quando vi Mulheres de Areia e me apaixonei pela narrativa, pela Gloria Pires. As maiores que temos estão entre Gloria Pires, Lilia Cabral, Neusa Borges, Zezé Motta, Adriana Esteves. Tem muita personagem que amo, a Carminha está no meu coração, amo a Bebel com sua tarde primaveril em pleno outono [risos].

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Antes de Fuzuê, você foi muito elogiado pelo monólogo Macacos e isso deve ter gerado uma expectativa no público em como seria seu desempenho na novela. Como lidou com isso?

- Quando eu realizei o monólogo, não sabia que nada disso aconteceria, não sabia que a Fernanda Montenegro me assistiria, eu só queria fazer teatro [risos]. Ter feito o monólogo me ensinou a fracassar como ator, porque tem dia que você não está bem, está cansado, não dormiu bem, não conseguiu se alimentar e o que você vai fazer? A peça!

Mesmo sabendo que não está tão bom assim e que o público também sabe, você fica meio triste e, no dia seguinte, diz que é outra noite, que vai chegar potente e aí já é melhor, no outro dia enfraquece de novo. O monólogo me deu tutano para chegar aos Estúdios Globo para trabalhar. É claro que fiquei: ‘Será que vou conseguir fazer dar certo como no teatro?’. Mas, como é TV, não está tanto nas minhas mãos, tem muita coisa que precisa acontecer até o público assistir à cena em casa. Claro, me gerou uma expectativa, por ser minha primeira novela, mas fiquei tranquilo, porque aprendi que vão ter projetos que a gente vai dar certo e em outros não. E tudo bem. Isso é uma maturidade que o monólogo te dá, que a gente vai acertar, vai errar e a vida segue.

Fuzuê está na reta final. Você vai focar agora no teatro ou pensa em emendar outro trabalho na TV?

- Acho o máximo fazer TV, cinema, teatro, acho tudo bacana, porque tudo é da expressão do ator. Venho do teatro, sou formado pela Casa do Teatro, pelo Célia Helena, pelo SP Escola de Teatro, estudei na Escola de Arte Dramática, fiz graduação e estou finalizando mestrado na ECA-USP. Então, tenho as mãos profundamente dadas com o teatro. Depois de Fuzuê, Macacos volta para uma temporada nacional e temos convites para levar a peça a festivais fora do Brasil.

É indissociável Clayton Nascimento e a história dele com o teatro, é de lá que venho. Mas se pintar um outro convite para a TV, eu emendo, faço tudo, sem problemas [risos]. Acho que tudo é passível de uma conversa. Às vezes, a gente faz a novela, consegue fazer uma curta temporada, então acho possível, sim,
fazer TV de novo.