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Novelas / ENTREVISTA

Isacque Lopes celebra sequência de projetos na Globo: 'Grato a Deus'

Em entrevista à Contigo! Digital, Isacque Lopes ainda comenta diferenças de sua realidade com a de Plutão, personagem de Família é Tudo

Fernanda Chaves Publicado em 18/06/2024, às 14h20

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O ator Isacque Lopes, Plutão de Família é Tudo - Foto: Globo/Manoella Mello/Leo Rosário
O ator Isacque Lopes, Plutão de Família é Tudo - Foto: Globo/Manoella Mello/Leo Rosário

Depois de viver o Benjamin nas cenas de flashbacks de Vai na Fé e de protagonizar a primeira comédia romântica do Globoplay, No Ritmo do Natal, Isacque Lopes celebra mais um papel de destaque na TV. Como o Plutão, de Família É Tudo, o ator vive uma realidade distante da dele.


Foi Vai na Fé que te trouxe até Família É Tudo?
Foi um dos trabalhos que me trouxeram até aqui. Vai na Fé foi grandiosíssimo, foi um sucesso, mudou a vida de todos os artistas e da galera dos bastidores também, da produção, de todo mundo que fez esse trabalho. Mas eu tenho outros projetos antes de Vai na Fé que me levaram até Vai na Fé e logo depois disso vim pegando outros produtos. Eu tenho sido muito abençoado, sou muito grato por cada oportunidade, grato a Deus por me abençoar de forma tão grandiosa e ao meu talento também, né? Porque é um trabalho que a gente faz arduamente, a gente estuda, se dedica, então é consequência de um bom trabalho também.

Qual é o seu maior desafio nessa novela?
O maior desafio é a descoberta, a gente fica descobrindo coisas novas o tempo inteiro e eu ainda estou aprendendo como é que se trabalha na TV, então acho que esse é um dos maiores desafios. Fora o barato da nossa profissão, que é mergulhar em experiências novas. Eu estou fazendo um skatista. Eu já tentei andar de skate quando era mais novo, até tomar meu primeiro tombo e achar que isso não era pra mim [risos]. Agora estou tendo que resgatar esse meu lado para fazer um skatista. É legal porque a gente vai se aprofundando e ganha bagagem, repertório.

Você já tinha feito o protagonista de Vai na Fé, mas era apenas em cenas de flashback. Agora você aparece em todo capítulo...
Em Vai na Fé, eu gravava uma de tempos em tempos, ficava um mês sem gravar, dois meses e aí voltava. Agora gravo todos os dias e cada vez mais a gente ganha casca, suporte para realizar novos trabalhos, tanto dentro da empresa, quanto fora, na vida pessoal, também tenho minha carreira musical.

E você tem conseguido conciliar a carreira musical com a de ator?
Sim, eu fiz um clipe no ano passado, chamado Blondor, me descaracterizei todo do Ben, que fica muito essa imagem grudada do personagem que a gente faz. Mas isso é até bom, porque a gente pede tanto por esse reconhecimento. Só que como tenho minha carreira além da interpretação, a gente às vezes precisa se desconfigurar um pouco. Nesse clipe eu platinei o cabelo, pintei de loiro. Vou lançar um álbum no final do ano e tem músicas para sair ao longo do ano, algumas com clipe também. Vou trabalhando, independentemente da novela, porque nada está ganho, né? A gente precisa trabalhar cada vez mais.

Apesar de não querer a herança, seu personagem, Plutão, é de uma família rica. A realidade dele é bem distante da sua. Isso te fez refletir?
Eu sou de uma origem muito humilde, nasci no Complexo da Maré. Saí cedo de lá, com 7 anos, mas eu vi de tudo um pouco. Depois da Maré, fui para o subúrbio do Rio de Janeiro, morei na Praça Seca, na Vila Valqueira, no Oswaldo Cruz, então eu tenho essa realidade diferente da que o meu personagem vive. Mas sou muito grato por esse personagem.

Por quê?
Porque nesse tempo de trabalho que tenho, eu nunca precisei fazer bandido, nunca precisei fazer escravo, papéis subalternos e isso é porque meus ancestrais, pessoas que vieram antes de mim, trabalharam muito, tem uma estrada longa para que eu tivesse nesse lugar de protagonismo fazendo um herdeiro, ainda que ele negue essa herança. Eu estou num lugar, sim, privilegiado. Em Vai na Fé eu fiz um advogado, fazia um protagonista também no flashback. No filme No Ritmo de Natal fui um violinista com um poder aquisitivo grande também e agora sou esse skatista herdeiro, então me sinto muito privilegiado por ter essa oportunidade.

E isso é legal também para mostrar que você pode fazer vários tipos de personagens, que não deve ficar preso em um estereótipo.
Se vier bandidos, escravo, vou fazer, porque esse é o meu trabalho, vou abraçar com o maior carinho, maior respeito do mundo. Mas esses outros personagens são bons para mostrar que a gente é plural, né? Que existem, sim, pretos ricos, pretos donos, pretos empresários. O Plutão vem para provar isso, o Benjamin de Vai na Fé vem para provar isso, o Dante, de No Ritmo de Natal, vem para provar isso, que existe preto na música clássica, que existe preto advogado.