Antes de chegar à Globo, Fernanda Montenegro protagonizou Cara a Cara, folhetim que estreou na Band em 16 de abril de 1979
Fernanda Montenegro é figurinha certa na Globo há pelo menos 40 anos A veterana atua em produções do canal carioca desde 1981, quando integrou o elenco de Baila Comigo. Antes disso, no entanto, a atriz protagonizou Cara a Cara na Band, novela de Vicente Sesso, que completa 45 anos de sua estreia nesta terça, 16.
Sucesso na época com um elenco já conhecido pelo público nas tramas da Globo e da Tupi, Cara a Cara chocou com o público à época ao dar indícios de um suposto incesto entre a personagem de Fernanda e Fran (Luís Gustavo), por quem a mocinha se apaixona mesmo sabendo que poderia ser seu filho. No desfecho, entretanto, descobriu-se que o rapaz não era filho da personagem.
Pouco lembrada pelo público, a novela marcava o retorno dos folhetins na Band, que desde o final dos anos 1960 não se arriscava no gênero. Dirigida por Jardel Mello, a trama foi anunciada como "a nova novela de Fernanda Montenegro", por trazer a consagrada artista - que ainda nunca havia feito um folhetim global, mas já era conhecida por trabalhos na Tupi, Record e Excelsior - de volta às novelas após nove anos.
Na história, Fernanda dava vida a Ingrid Von Schubert, uma milionária que no passado teve o filho sequestrado em Paris e enviado ao Brasil. Vinte e cinco anos depois do fato, Ingrid volta para o país sul-americano em busca do herdeiro e conhece um homem mais jovem que lhe ensina a ver a vida de outra maneira. A vilania da trama ficava por conta da invejosa Renée (Nathália Timberg).
Levada ao ar no horário das 20h, Cara a Cara não conseguiu tirar o público do fenômeno global Pai Herói e tampouco segurar um segundo lugar de audiência batendo de frente com o remake de O Direito de Nascer, na Tupi. De acordo com o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, a solução, então, foi transferir a novela para as 19h, faixa já familiar para o novelista responsável por sua condução, que emplacou sucessos no horário anos antes na Globo, como Uma Rosa com Amor (1972).
Com um elenco que reuniu além dos nomes acima Fúlvio Stefanini, Antônio Marcos, Débora Duarte, Irene Ravache, Rolando Boldrin, entre outros figurões já conhecidos à época, a trama conseguiu, no novo horário, triplicar seus números iniciais e ultrapassou a segunda colocada no ibope: a Tupi.
Fora dali, o folhetim ainda rendeu até mesmo em outra língua. Vicente Sesso, autor da novela, realizou duas adaptações da novela: a primeira em 1982, na Venezuela, pela RCTV; e a segunda em 1984, na Argentina, pela ATC.
