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Jorge Brasil:'Orgulho e Paixão', uma novela que realmente vai deixar saudades!

Último capítulo fechou a saga das irmãs Benedito com muita doçura, razão e sensibilidade

Jorge Luiz Brasil Publicado em 24/09/2018, às 20h09 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Nathália Dill brilhou como a voluntariosa Elisabeta Benedito - Divulgação Globo
Nathália Dill brilhou como a voluntariosa Elisabeta Benedito - Divulgação Globo

O conflito é grande! Adoro as novelas com temas espíritas da autora Elizabeth Jhin, como Escrito nas Estrelas (2010), Amor Eterno Amor (2012) e, principalmente, Além do Tempo (2015). Então a expectativa para a estreia de Espelho da Vida é enorme. Por outro lado, desenvolvi um forte afeto por Orgulho e Paixão, que chegou ao fim hoje e sei que vou morrer de saudades de Elisabeta (Nathália Dill), Ema (Agatha Moreira), Coronel Brandão (Malvino Salvador), Lady Margareth (Natália do Vale), Susana (Alessandra Negrini), Petúlia (Grace Gianoukas) & cia. Aliás, bem que poderia rolar uma seriado com as novas aventuras de Petúlia e sua madama, não acha? Brincadeiras à parte, Orgulho e Paixão foi um triunfo em todos os aspectos. Adaptação de vários livros da autora inglesa Jane Austen, a novela manteve a alma de cada criação de Austen, mas o autor Marcos Bernstein deu vida própria a cada um deles.

E que delícia de personagens. A intempestiva Elisabeta, a doce Jane (Pâmela Tomé), a aventureira Mariana (Chandelly Braz), a curiosa Cecília (Anajú Dorigon), a estabanada Lídia (Bruna Griphao), a romântica Ema, a fria Julieta (Gabriela Duarte), a interesseira Susana, a maléfica Lady Margareth, a mãezona Ofélia (Vera Holtz), a melancólica Fani (Tammy Di Calafiori), a interesseira Josephine (Christine Fernandes) e a hilariante Petúlia, todas interpretadas com maestria por essas atrizes fantásticas. Era nítido acompanhar o prazer e a alegria com que cada integrante do elenco se dedicava a seu trabalho.

Entre os personagens masculinos, Thiago Lacerda fez de Darcy o sonho de consumo de qualquer mulher, assim como no livro Orgulho e Preconceito; Malvino Salvador soube dar o heroísmo que o Coronel Brandão tanto precisava para ser o herói do Vale do Café, enquanto Maurício Destri imprimiu a fragilidade que Camilo necessitava superar. E o carcamano Ernesto? Rodrigo Simas teve aqui a melhor atuação de sua carreira e o par romântico com Agatha Moreira roubou a cena numa novela com casais tão encantadores, como Luccino (Juliano Laham) e Otávio (Pedro Henrique Müller). Brilharam também Ary Fontoura (Barão de Ouro Verde), Marcelo Faria (Aurélio), Tato Gabus Mendes (Felisberto), Joaquim Lopes (Olegário), Bruno Gissoni (Uriapuru), Miguel Rômulo (Randolfo) e Tarcísio Meira em sua curta passagem como o esnobe Lorde Williamson. Apenas Murilo Rosa, apesar de Jorge, incialmente, ser um papel protagonista, foi perdendo espaço na história, até virar pouco mais do que um coadjuvante.


Mesmo sendo uma produção de época, Orgulho e Paixão foi moderníssima. Bernstein conseguiu, com muita inteligência, abordar temas que são presentes em qualquer período histórico, mas fundamentais de serem discutidos hoje em dia, como o respeito e os direitos das mulheres, o homossexualismo, o racismo, o conflito de classes, a exploração do trabalho mal remunerado, o direito à greve e a empatia, capacidade de compreender emocionalmente seu semelhante. O que tem faltado bastante no mundo em que vivemos. O capítulo final fechou a saga das irmãs Benedito com muita doçura, razão e sensibilidade. Como narrou Elisabeta, em suas derradeiras cenas, “no Vale do Café as coisas não são exatamente como as pessoas acham que elas sejam!” E ela tem razão. Que o inusitado seja sempre bem-vindo. A vida só tem graça assim!