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Famosos / ENTREVISTA

Rainer Cadete entrega semelhança com personagem de Terra e Paixão: 'Sedução'

Em entrevista à Contigo! Novelas, Rainer Cadete falou Luigi, seu personagem em Terra e Paixão

Daniel Palomares Publicado em 01/11/2023, às 13h19 - Atualizado em 03/11/2023, às 11h10

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Rainer Cadete falou sobre seu personagem de Terra e Paixão - Foto: Faya
Rainer Cadete falou sobre seu personagem de Terra e Paixão - Foto: Faya

Rainer Cadete é o intérprete de Luigi em Terra e Paixão. Ele seduz o público com o charmoso italiano e, em bate-papo com a Contigo! Novelas, exaltou seu amor pela arte e falou sobre suas semelhanças com o personagem. Além disso, contou como é sua relação com o filho de 16 anos. "Sedução".

O Luigi caiu nas graças do povo. O que acha que ele tem de mais especial?
"O Luigi é puro carisma, tem compromisso com o humor, mas também consegue ser humano e comete muitos erros – muitos que não dão para passar pano, mas ele tem arco narrativo do vigarista. É um personagem complexo, que entrou na trama para dar um golpe, se apaixona por outra pessoa e está disposto a abrir mão de tudo por essa paixão. Ele pode ser, talvez, um dos últimos românticos. Pra mim, o mais especial é me aproximar da cultura italiana, que eu homenageio e amo tanto. Eu amo tanto
essa cultura que até o meu filho se chama Pietro…"

O personagem é um sedutor. Você também acha que exerce esse lado na vida pessoal?
"Adoro essa sensação de flerte constante, ser atencioso e interessado com o outro, tratando as pessoas
como eu gostaria de ser tratado. Alguns chamam isso de sedução e, se for, certamente, eu empresto
isso para o Luigi e ele para mim."

Considera-se um cara vaidoso? Como cuida da própria autoestima?
"A vaidade é um sentimento humano, gosto de valorizar qualidades minhas e, ao mesmo tempo, sinto
necessidade de que elas sejam reconhecidas pelos outros. Mas não deixo que isso seja guia da minha
vida ou do meu trabalho."

Suas cenas só de cueca na novela viralizaram e você já postou cliques nu nas redes sociais. Lida
bem com essa febre do brasileiro pelo sensual?
"Sim, eu lido bem."

Como rola o assédio de seguidores e fãs? Alguém já passou do ponto? Como reage?
"Os meus fãs são muito carinhosos comigo. São pessoas que eu adoro e quando eu saio na rua e muita gente vem perguntando se eu sou italiano de verdade [risos], é sinal que o personagem está funcionando…"

Você já falou sobre viver sua sexualidade livremente, sem distinção. Qual a importância dessa
liberdade na sua vida?
"A liberdade é muito importante."

Você foi pai muito jovem. Como sente que essa experiência o transformou?
"Eu fui pai aos 19 anos. Descobri aos 18, mas quando o Pietro nasceu eu já tinha 19. Hoje em dia ele tem 16 anos e nossa relação é uma das coisas mais preciosas pra mim. Moramos juntos e eu costumo brincar que ele é o coração batendo fora do meu corpo. É muito lindo poder acompanhar o crescimento de outra pessoa, e é muito especial sentir esse amor incondicional por alguém. É um querer bem que não cabe no peito. Só de pensar nele meu olho já brilha e eu tenho muito orgulho. Ele é um poeta, me ajuda muito a melhorar como pessoa, está se tornando um homem com um caráter superbacana, cheio de virtudes. A nossa parceria é muito especial. Hoje em dia ele já está maior, então estamos curtindo novas coisas juntos. Ele é meu filho e eu tenho total consciência de que eu tenho que ensinar coisas como amor, fé, limite, resiliência, empatia etc. Mas ele também é meu brotherzão, então a gente conta tudo um para o outro. Sempre tento fazer o melhor que eu posso por ele e para ele. É preciso que a gente se garimpe para revelar o que realmente somos, essencialmente."

Como é a convivência com o filho nessa fase turbulenta da adolescência debaixo do mesmo teto?
"O Pietro veio morar comigo em 2020, antes da pandemia. Era um desejo e um sonho mútuo de ficar junto, então eu batalhei muito para me estruturar e conseguir me estabelecer nessa profissão cheia de altos e baixos, que é ser ator neste País. E a pandemia foi bem frustrante, porque ele estava no início da adolescência, com os hormônios aflorados, querendo conhecer todo mundo desse lugar novo. É uma época em que a gente está bem voltado para o social, né… e ele não podia sair de casa. A gente teve que ser forte, não foi fácil. Mas foi um intensivão de convivência. Construímos memórias que nunca vamos esquecer, jogamos videogame, lemos peças de teatro, pintamos cadeiras, quadros, cozinhamos. Foi um momento muito importante para nós. Conviver sempre é um desafio, uma negociação de doação e de exigência que, às vezes, desequilibra. Mas acho que o interesse e o afeto sempre norteiam
e servem como um farol para enfrentarmos todos os desafios da vida. Tento passar isso para ele: ver o copo sempre cheio de acordo com as circunstâncias. E é o afeto que faz isso, que abre portais e deixa a vida mais fácil de ser vivida. É realmente revolucionário."

Qual a lição mais valiosa que deseja passar pra ele sobre a vida e o mundo artístico?
"Tem uma frase do Jean Paul Sartre que eu sempre usei na minha vida e tento passar para ele também, que é: "não importa o que a vida fez de você, mas o que você faz com o que a vida fez de você". Que quer dizer: tomar a responsabilidade da vida para si mesmo, fazer acontecer. Se acontecer algum percalço, não se abater, não paralisar. Transformar isso em algo produtivo, em arte. Ressignificar as coisas, ocupar os lugares, ser feliz. A vida é breve, imponderável. É um sopro. Então, a gente tem que aproveitar da melhor maneira possível."

Arrepende-se de algo que fez ou deixou de fazer? O quê?
"Eu sinto muito orgulho da minha trajetória. Sempre digo que sou filho de políticas públicas. Sou nascido e criado na periferia de Brasília com esse hiato de dois anos na Itália. Tive uma infância humilde, a gente não tinha condições de pagar um curso de teatro. Então, essas iniciativas do governo de educação continuada, tanto na área das artes quanto em outras áreas, foram muito importantes para a minha formação. A primeira peça que eu fiz foi Revolução na América do Sul, do Augusto Boal. E a segunda foi inspirada no The Wall, do Pink Floyd. Ambas faziam parte desse projeto de formação continuada promovido pelo governo e aberto à comunidade. Nessa companhia, fui dirigido pela Adriana Lodi e experienciei o fazer teatral como um todo. Tive a oportunidade de passar por todos esses lugares, como o de ator, diretor, autor, figurinista, caracterizador, produtor… Isso me ajudou a ter uma
boa base para seguir nessa profissão que tanto amo."

O que considera que seja sua maior conquista até o momento? Como se sente olhando para trás e admirando sua trajetória?
"Ah, a minha maior conquista é estar vivo e poder exercer a minha profissão de ator, há mais de
20 anos. Às vezes, me vêm à cabeça imagens que sonhei quando criança, momento que eu sonhava
em viver de arte, e hoje eu vivo isso. Tenho orgulho dessa criança sonhadora. Eu continuo sonhando,
tenho muitas coisas para realizar ainda. Esse ofício é muito lindo, nos permite olhar a vida por muitos
ângulos, nos possibilitando sonhar sempre. É um estudo constante."

O que ainda almeja alcançar de mais importante?
"Tenho muitas histórias dentro de mim que eu quero contar de várias maneiras, como o meu projeto musical Leves e Reflexivas, em parceria com o Renato Luciano, com músicas autorais, para gerar reflexão ou debate. Aliás, todo o material está nas plataformas de áudio e vídeo. Tem um clipe com a Vanessa da Mata, inclusive. Vão lá conferir."