Assumidamente gay, Carmo Dalla Vecchia critica FIFA e questiona proibição de manifestação em prol da causa LGBTQIAPN+; veja
Redação Contigo! Publicado em 24/11/2022, às 14h05
O ator CarmoDalla Vecchia fez um desabafo forte e comovente na tarde desta quinta-feira (24), dia em que o Brasil estreia sua participação na Copa do Mundo do Catar.
Assumidamente homossexual, o artista questionou o motivo de a FIFA (Federação Internacional de Futebol) ter permitido que o evento fosse sediado por um país onde a homossexualidade é considerada crime, ressaltando ainda as proibições de manifestações em prol da causa.
“Você iria a uma festa onde não é bem-vindo e onde pessoas como você não são bem-vindas? Onde os convidados são intimados a se calarem? E se o anfitrião dessa mesma festa te tolerasse, te suportasse, desde que você se condicionasse ao que eles chamam de cultura? E isso é sobre ir contra características básicas do seu estar no mundo?”, iniciou ele.
“E se você soubesse que antes de chegar, e após sair, desta mesma festa irão hostilizar pessoas por amarem do mesmo jeito que você ama? É isso que está acontecendo agora na Copa do Mundo no Catar, a primeira conta no Oriente Médio”, continuou.
O artista disse ainda que a atual edição da competição é a mais cara da história e está sendo sediada por um país que hostilizada pessoas LGBTQIAPN+: “Consideram que homossexuais, como eu, têm danos mentais, ou seja, ser gay, lésbica, trans, no Catar, dá cadeia e é altamente reprimido”.
O global afirmou ainda que algumas pessoas vão afirmar que essa é a cultura do país e que todos devem respeitar, mas que o futebol deveria ser um esporte inclusivo e que não faz sentido a Copa ser sediada em um país que vai contra esse conceito.
“Cultura deveria unir povos, morte e maus tratos pela diferença não é cultura, é crime. Até o futebol, que era visto como um esporte machista, mudou, e atualmente muitos ícones do esporte se manifestam contra essas ameaças de punição que a FIFA está impondo”, disparou.
“Por que a FIFA permitiu um evento desse tamanho em um país onde não nos aceitam? Ela já havia feito isso na Rússia, na Copa de 2018, país esse que em 2013 introduziu leis que proibiam a propagação de relações sexuais não tradicionais” disse ele, questionando ainda se os torcedores LGBTQIAPN+ estão seguros no país.
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