Apenas um dia antes de falecer, roteirista e atriz comoveu com mensagem sobre a vida
Redação Contigo! Publicado em 25/08/2019, às 12h32 - Atualizado às 12h33
A roteirista, escritora e atriz Fernanda Young escreveu um desabafo emocionante apenas um dia antes de sua morte.
Em suas redes sociais, ela falou sobre a visão que os outros tinham dela e as crícias negativas que recebia.
No entanto, o que chama atenção é o final do texto, em que fala sobre a vida. “Sou uma mulher de 50 anos que sonhou alto e realizou muito. E estou longe de encerrar a minha jornada nessa orbe! Aos que se interessam: bom proveito. Para os outros: estou pouco me lixando”, afirmou.
Fernanda Young faleceu na madrugada deste domingo (25) no sítio de sua família, localizado em Gonçalves, Minas Gerais. De acordo com nota enviada à imprensa, ela sofreu uma crise de asma, seguida de parada cardíaca e não resistiu. A artista sofria de asma desde a infância. O velório e o enterro acontecerão neste domingo no cemitério de Congonhas, em São Paulo.
Leia o texto completo:
"As pessoas me acham maluca, mas estou observando tudo - de dentro e de fora. Pensam que não percebo as suas falcatruas, mas ser gentil não significa ser otaria! Trabalho feito uma vaca, pago essas merdas desses impostos, não vejo uso para eles, escuto que mamo em tetas do governo; divirto as pessoas, ofereço poesia, e lido com ignorâncias proferidas por um bando de escroto que mete Deus nos seus discursos hipócritas. Deito e levanto cansada porque nunca peguei um centavo de ninguém e tudo o que tenho é fruto de TRABALHO. Não herdei, não ganhei, nem sou sustentada! Tenho 4 filhos que estão aprendendo a serem éticos e livres. E o que ouço? É louca! O que vejo? A nossa cultura material e imaterial, a nossa língua, a nossa fauna, flora, sendo esganiçada, sacaneada, por ogros maléficos. Estamos virando uma gente porcaria, afinal “piorar é mais fácil”! E fica tão claro o oportunismo das ratazanas sorrateiras, que veem na “loucura do criador”, achando-nos dispersos, irresponsáveis, ricos, nesgas para sermos passados para trás! Comigo, não! Não! Sei reconhecer um lápis meu em meio a um milhão! Não estive “calada nos últimos 14 anos”, não aceito desaforo! Sou uma mulher de 50 anos que sonhou alto e realizou muito. E estou longe de encerrar a minha jornada nessa orbe! Aos que se interessam: bom proveito. Para os outros: estou pouco me lixando! (Texto escrito no ônibus. Ganho para escrever. Aqui ofereço de graça e com erros. “Flagra” de Estela May que postou a foto com uma legenda muito mais sábia.)".
