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Novelas / ENTREVISTA

Lucy Ramos pontua representatividade em Família é Tudo: 'Todos os pretos têm personagens relevantes'

Em entrevista à Contigo! digital, Lucy Ramos conta os desafios de viver Paulina, sua primeira vilã em novelas, e revela fase camaleoa no visual

Fernanda Chaves Publicado em 26/04/2024, às 14h15

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A atriz Lucy Ramos - Foto: Reprodução/Globo
A atriz Lucy Ramos - Foto: Reprodução/Globo

Nova personagem, novo visual. Pelo menos é assim que tem sido nos últimos anos para Lucy Ramos. E com a Paulina, da novela Família é Tudo, não foi diferente. Além de falar dos dreads que aderiu para a trama da TV Globo, a atriz ainda conta como tem sido viver sua primeira vilã.

Em cada novela você aparece com um visual diferente! É uma escolha sua variar o cabelo?
Quando eu envelhecer, quero analisar toda a minha biografia e ver que eu mudei, né? Se eu ficar presa em uma imagem só, vou me frustrar e pensar 'porque não mudei já que temos tantas possibilidades e é tão gostoso poder mudar?'. 

Para a Paulina, você aderiu os dreads. Foi uma sugestão sua ou da caracterização da novela?
Eu pesquisei a minha personagem e jamais passou pela minha cabeça que ela usaria dread. Como ela morou por nove anos em Londres, tem aquela coisa de se aceitar, se encaixar dentro de padrões, uma mulher preta em Londres e tal. Quando a nossa caracterizadora, a Rachel Furman, chegou com a ideia do dread, eu falei para ela que nunca tinha imaginado. Inicialmente, eu disse 'Não, vamos pensar em outra coisa', porque eu imaginei uma mulher rica, isso e aquilo. Aí, parei para pensar e questionei 'por que não? Por que eu também estou colocando o dread no lugar em que sempre colocaram ele? Você está louca Lucy! Vamos mudar isso, vamos colocar o dread em um lugar que ele quiser ser!'. Então, colocamos o dread nessa mulher rica, toda estilosa, na moda... E a gente está trazendo a beleza do dread, colocando ele em outro lugar. Eu estou amando!

Você é bem camaleoa, né?
Acho isso incrível porque, por um determinado tempo, fiquei muito presa com aquela imagem dos cachos. Porque é tão difícil a gente chegar em um cabelo que a gente se identifique, o nosso cacheado demora para crescer, você passa por várias transições até se entender dentro dessa imagem. E quando consegui me entender, não tinha força, não queria sair dessa imagem. Depois chegou a novela O Tempo Não Para, que me propôs esse desafio de mudança, porque eu tinha um cabelão natural, cacheado e de repente cortei na nunca, fiz franja e pintei. Depois disso fiquei livre, fiquei loira, fiz penteado... é um mundo agora!

Como tem sido viver a primeira vilã?
É um grande desafio pelo qual a gente espera a carreira inteira! A gente espera personagens que ajudem a contar aquela história e não só ficam ali, sem fazer diferença por não participar da trama de fato. Sempre estou em busca de personagens que eu possa me posicionar, personagens que me desafiem e melhorar cada vez mais. A gente só pode amadurecer como atriz se conquistarmos oportunidades, não dá para ficar só na teoria. E eu venho, de uns anos para cá, tendo boas oportunidades. Essa personagem tem sido muito incrível.

Todos os pretos que estão nessa novela têm personagens relevantes, tem dois protagonistas pretos, tem um vilão... A gente pode fazer tudo e fazer lindamente. É muito bacana esse movimento e a gente ainda tem muita coisa para conquistar, não está nada ganho não.

Além da vilania, de atrapalhar o amor de Vênuas (Nathalia Dill) e Tom (Renato Góes), a Paulina ainda enfrenta problemas com remédios.
Quando ela chegou, pensei 'Que demais!', porque além de estar em busca desse amor, que é uma coisa até repetitiva, ela tem outro drama. Porque enquanto ela não consegue conquistar o tal amor, ela só fala nisso, ela vive para isso... E, embora tenha filhos, por exemplo, ela só vive para reconquistar esse amor. Mas ainda tem a questão dos remédios, algo pelo qual muita gente, hoje em dia, muita gente enfrenta. Você vai ao médico e ele receita um remédio, está com uma dorzinha e toma remédio, está com depressão e toma remédio... Enfim, tudo é remédio! A Paulina passa por isso, ela toma remédio para tudo e a qualquer momento. E esses remédios alteram o humor dela, ela mente para todos, até para a pessoa que mais confia nela, que é Brenda (Alexandra Richter), a sogra que cuida mais dela do que do próprio filho. Então, ela vive uma vida de mentiras, são várias coisas e a conta chega com o tempo.