Selva de Pedra, oitava novela seguida de autora, foi recordista no Ibope em 1972
Mariana Krunfli, sob a supervisão de Arthur Pazin Publicado em 12/04/2024, às 07h30 - Atualizado em 14/04/2024, às 16h00
Selva de Pedra, oitava novela seguida da autora Janete Clair, estreava na televisão há 52 anos. Marcada por suas reviravoltas, a trama de 1972 foi recordista no Ibope e censurada por divórcio durante gravação dos capítulos. Relembre o que aconteceu com a exibição da obra.
Com a temática de ambição pelo poder, Selva de Pedra reuniu nomes como Regina Duarte, que vivia a personagem Simone, Dina Sfat, intérprete de Fernanda, e Francisco Cuoco, que deu vida ao Cristiano. Na história, após a morte forjada de Simone, Cristiano deveria subir ao altar com Fernanda, mas a Censura Federal barrou a exibição do casamento na televisão. Segundo o jornalista Nilson Xavier, do site Teledramaturgia, os censores consideraram que a nova união estaria incorrendo no crime de bigamia.
Ex-superintendente de produção e programação da Globo, Boni entregou como lidou com a censura ao lado da autora e do diretor de Selva de Pedra. "Quando os argumentos falhavam, tínhamos que executar as mudanças necessárias para não sair do horário. O custo das regravações era extremamente inferior do que jogar fora audiência do horário e perder as verbas publicitárias. Muitas vezes, as alterações obrigavam os autores a um exercício de criatividade que assustava por ter virado rotina. Em Selva de Pedra, as soluções foram discutidas comigo pela Janete Clair e o Daniel Filho", compartilhou em entrevista ao UOL, em 2013.
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Além das reviravoltas dentro e fora da novela, Selva de Pedra também chamou a atenção do público como recordista em audiência. Em outubro de 1972, a obra batia recorde na televisão brasileira ao alcançar 100% de público no Ibope. De acordo com informações do Almanaque da TV, o número foi registrado no Rio de Janeiro, durante a exibição da trama na Globo: "De cada 100 lares consultados no Rio de Janeiro, das 20h30 às 20h45, 23 aparelhos de televisão estavam desligados e os demais 77 estavam ligados na novela. Enquanto TV Rio e Tupi davam traço, a TV Globo reinava sozinha".
"O país vivia a fase do ‘milagre brasileiro’ e, com prazer, se reunia à frente da televisão para assistir a vitória do bem sobre o mal, como mostrou o último capítulo. Acontecia um milagre na vida de Cristiano e Simone. Eles voltavam a se entender como nos duros tempos, mas não eram mais os mesmos. Agora eles se amavam envolvidos pelo dinheiro ao sabor do sucesso pessoal. Era o milagre brasileiro mesmo!”, reflete Ismael Fernandes em seu livro, Memória da Telenovela Brasileira.
