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Novelas / SE PRONUNCIOU

Duramente criticada, Fina Estampa é defendida por Christiane Torloni: "Eu não me arrependo"

Em entrevista, atriz dá sua opinião após reprise da novela gerar críticas até de atores da trama

Redação Contigo! Publicado em 21/08/2020, às 09h47 - Atualizado às 09h47

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Christiane Torloni defende Fina Estampa após onda de críticas - Reprodução/Instagram
Christiane Torloni defende Fina Estampa após onda de críticas - Reprodução/Instagram

Após uma onda de críticas, a atriz Christiane Torloni defendeu a novela Fina Estampa.

Uma das protagonistas da novela, ela falou ao jornal O Globo sobre a polêmica reprise e defendeu que a ficção possa ter elementos politicamente incorretos. Segundo ela, isso mostra uma certa coragem do autor, o novelista Aguinaldo Silva.

"Acho que o Aguinaldo foi muito corajoso de escrever a novela na época, correndo todos os riscos de ser politicamente incorreto e botando na boca dos personagens coisas que hoje o politicamente correto condenaria completamente. E é para isso que existe a ficção. Você já viu governo mais politicamente incorreto que esse? A gente está falando de ficção, na ficção você pode e deve ser livre", defende.

A atriz afirma que na realidade é que precisamos cobrar postura decente e não de personagens fictícios.

"Difícil é a liberdade que determina morte e vida das pessoas. A arte não tem esse compromisso e não deve ter. É libertadora por isso. Quando fiz uma cleptomaníaca, por exemplo (a Haydée de "América"). É terrível, é verdade, existem pessoas que têm essa doença. Aí você faz o quê? Tranca num quarto e finge que não existe? O ser humano precisa do espelho da arte. Isso o liberta. Ele chora, ri, reflete. Por isso, tentam desmontar todas as entidades de cultura neste país nos últimos dois anos praticamente. A arte é perigosa, ela pode e deve ser politicamente incorreta. O que não pode ser politicamente incorreto é o governo, que faz com que as pessoas estejam passando fome, morrendo sem respirador. Que tem corrupção e está queimando a Amazônia inteira, entregando ouro para bandido. Queimar a Amazônia é imperdoável. Não é fazer "Fina estampa" que é imperdoável", disse.

Questionada sobre a polêmica envolvendo o ator Marco Pigossi - que criticou a reexibição da trama e alegou que ela deveria ser proibida -, a atriz foi contundente: disse que é preciso respeitar.

"O nome disso é democracia. Eu luto para as pessoas terem o direito de falar o que elas quiserem. Ele tem o direito de manifestar a opinião dele. Posso concordar ou não. Como você já viu, não concordo. Eu gosto da novela e adoro minha personagem", disse ela.

Torloni fez questão de afirmar que não tem nenhuma vergonha da vilã clássica e absurda que entregou ao público.

"As pessoas têm o direito de se arrepender de ter feito tal personagem. Eu não me arrependo de jeito algum. Se tivesse que fazer, faria de novo e me divertiria tanto quanto ou mais, porque acho que agora devo estar melhor como atriz do que há nove anos. Então, provavelmente, seria mais abusada ainda. Eu acho que ele fez muito bem o papel dele. Era difícil para caramba. É um bom ator", afirmou ela.