A atriz Bárbara Sut, que interpreta Sônia em 'Amor Perfeito', celebra protagonismo negro na trama; saiba mais
A atriz Bárbara Sut, que interpreta a personagem Sônia em Amor Perfeito, novela das seis, da Globo, está vivendo um momento especial na carreira. Em entrevista exclusiva para a CONTIGO! Novelas, ela contou um pouco sobre sua trajetória, sua relação com a arte, sua dupla jornada com a música e seus projetos futuros.
Bárbara revelou que seu interesse pela arte começou desde cedo, influenciada pela família. "A minha família sempre gostou muito de arte no geral: dança, artes visuais, cinema, teatro, música etc. Então eu sempre tinha contato com a obra de muitos artistas desde pequena de forma lúdica", disse.
Ela lembrou de uma situação curiosa que aconteceu quando ela tinha sete anos e se inspirou em uma bailarina espanhola para se vestir e se maquiar. "A minha mãe, que é escritora, estava lembrando esses dias de uma noite, quando eu tinha uns 7 anos, em que ela acordou e me encontrou toda vestida de preto e com as sobrancelhas pintadas andando pela casa fazendo poses. Ela me perguntou o que estava acontecendo e eu respondi que eu era Carmem, uma das bailarinas da companhia de Carlos Saura, de um dos filmes a que tinha assistido com o meu avô nas férias", contou.
Bárbara explicou que seu desejo de ser atriz vem de uma necessidade de expressão e que sempre brincou de ser outras pessoas. "Eu acredito que meu desejo de ser artista vem de uma necessidade de expressão, de dar vazão a algo íntimo por meio da arte. Mas o porquê de ser atriz me parece difícil… É algo que, de alguma forma, eu sempre fui, sempre fiz naturalmente: brincar de ser outras, criar cenas, me divertir com as regras desse jogo inventado e real ao mesmo tempo. Fico feliz que minha mãe tenha tido um olhar tão generoso pra mim e tenha respeitado e incentivado esses meus momentos peculiares de criatividade", afirmou.
A atriz também falou sobre como está se sentindo com o sucesso da novela Amor Perfeito, em que vive a Sônia, uma jovem sonhadora e romântica que trabalha como secretária na empresa do pai. "Eu estou muito feliz e me nutrindo do retorno positivo que estamos recebendo para me entregar ainda mais para o projeto, dar meu melhor nas cenas. Esse ano veio com muitos projetos bacanas. Além da novela Amor Perfeito, saiu há pouco tempo a segunda temporada de A Sogra Que Te Pariu, na Netflix, e tem sido muito especial ver o público reagindo a essas personagens tão diferentes e se interessando por saber mais sobre mim. Como o Gil canta: ‘o melhor lugar do mundo é aqui e agora’. Venho estudando e trabalhando muito nos últimos anos e estou bem realizada com tudo o que tem acontecido", disse.
Bárbara também comentou sobre como se identifica com a Sônia e como espera que ela evolua na trama. "Estava pensando nisso e acho que eu e Sônia somos bastante complementares. Tenho revisitado partes de mim quando leio os textos dela com a mãe, uma forma de sentir, algumas percepções dela que me remetem a coisas que eu já vivi ou senti. Então empresto algo de mim hoje, mas respeitando as diferenças, para que algumas fichas caiam pra ela no tempo certo da trama. Espero que a Sônia consiga, assim como eu venho fazendo na minha vida, se libertar de alguns medos e encontrar amor-próprio", declarou.
Bárbara falou sobre a importância de fazer parte de uma novela que tem um elenco majoritariamente negro e que aborda temas como racismo, empoderamento e representatividade. "É um marco que precisa ser comemorado, não apenas pelo protagonismo, mas também por toda a diversidade no elenco como um todo. Amor Perfeito, por exemplo, tem o Orlando, protagonista interpretado pelo Diogo Almeida, mas tem também 50% do elenco composto por atores e atrizes negros. Eu espero que essa iniciativa não se encerre como um marco isolado, mas seja o marco do início de um ciclo novo na televisão. Sempre comento que uma conquista como essa é fruto do trabalho e da luta de muitas pessoas, muitas gerações e eu estou agora contribuindo, muito honrada, com o meu trabalho e a minha luta para que esse momento não se torne uma exceção. Vale ressaltar também que há uma mudança de estrutura para além do elenco que é fundamental. Temos autores negros, como o Elisio Lopes Jr., diretores negros como o André Câmara, a Larissa Fernandes, enfim, temos negros pensando e contribuindo nas mais diversas áreas da novela e isso se reflete na construção de novas narrativas e imagens. Sinto que, a partir disso que estamos propondo, o público pode se reconhecer, se sentir representado, mas também olhar criticamente para a própria realidade e para o que poderia ser diferente, gerando movimento e mudança", declara.
Além da atuação, Bárbara também se dedica à música. Ela revelou o que a fez se apaixonar pela música e como é seu processo criativo. “Eu sempre gostei muito de cantar e, como atriz, comecei a usar essa minha facilidade com o canto em trabalhos que me exigiam habilidade musical em cena. Por exemplo, foi um caminho natural começar a adicionar para teatro musical, em que consegui papéis de destaque. Sinto que a música é algo que flui naturalmente, eu estou sempre cantando algo; não tenho um compromisso de compor, mas de tempos em tempos algo me leva a isso. As dez canções que formam meu primeiro álbum autoral, Calor, que lancei no ano passado, foram todas compostas assim e sinto que as próximas virão da mesma forma. Cantar me deixa feliz, me expressar por meio da música também”, afirmou.
Bárbara ainda falou sobre seus outros projetos além da novela e da música. Ela contou que participou de um documentário musical sobre a cantora Dolores Duran, que estreou no Festival In-Edit em São Paulo.
Ela também disse que gravou seu primeiro audiolivro e que tem outros trabalhos em pós-produção. "O meu CD Calor está disponível em todas as plataformas digitais, assim como alguns clipes que eu fiz para as músicas. Comemorando o primeiro ano do trabalho desde o lançamento, eu comecei a postar versões ao vivo inéditas das músicas no meu canal do YouTube e redes sociais. Fora isso, participei de um documentário musical que acabou de estrear em São Paulo no Festival In-Edit. O longa-metragem se chama Dolores Duran: Um Coração da Noite e eu participo dele como intérprete, cantando algumas canções da Dolores, e também como entrevistada", conta.
"Estou muito animada pra que esse filme tenha exibições em outras cidades ou em algum canal ou streaming. Além disso, acabei de gravar nesta semana meu primeiro audiolivro, um projeto muito bacana, literatura jovem, mas ainda não posso falar muito a respeito desse trabalho. E tenho ainda alguns outros projetos em pós-produção sem data de lançamento previsto. Muitos projetos, todos bem diferentes entre si e é isso que eu acho que o público pode esperar de mim para os próximos anos. Eu gosto de experimentar coisas novas, me aventurar e estou encantada com todas as possibilidades que o audiovisual abre. Espero que essa nova paixão, aliada ao meu amor também pelas artes cênicas, renda bons momentos para o público", finaliza.
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