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Na reta final de ‘Amor Perfeito’, Babu Santana comemora representatividade: “Ocupando os espaços”

Em entrevista à CONTIGO! Novelas, Babu Santana comemora representatividade e personagem em ‘Amor Pefeito’

Redação Contigo! Publicado em 12/09/2023, às 15h25

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Babu Santana sobre 'Amor Perfeito' - Reprodução/ TV Globo e Plinio Pietro
Babu Santana sobre 'Amor Perfeito' - Reprodução/ TV Globo e Plinio Pietro

Despedindo-se de Severo, Babu Santana conta para a CONTIGO! Novelas como o frei o ajudou a enxergar que é possível fugir de personagens estereotipados. O ator ainda celebra a representatividade em Amor Perfeito (Globo) e defende que é necessário ter boas oportunidades em outras áreas.

‘Amor Perfeito’ está na reta final. Como foi viver o frei Severo?

“Foi a chance de mostrar uma outra faceta, de um personagem mais tranquilo, religioso, líder. Exercer essa qualidade em um personagem foi muito importante, já que venho de personagens mais truculentos, mais mal-encarados... Então, fazer o frei Severo foi um presente para minha carreira, para essa reta final de Globo, de novela, pra mim foi ótimo. Eu presto serviço na TV Globo desde 1999 e foi um dos trabalhos que mais me deram trabalho e um dos mais prazerosos.”

Esse personagem foi difícil?

“Não difícil, mas prazeroso. Eu não vejo dificuldade em fazer o frei Severo, a não ser colocar aquela roupa toda. São cinco camadas de roupa [risos]. Acho que é difícil nos colocar nessa situação, é mais distante porque, raramente vi, por exemplo, figuras de padres pretos numa dramaturgia. Parece que é uma coisa que não existe, né? Outra coisa que a gente vê muito nessa novela e que acho muito bonito é essa classe média preta que existia e é subtraída da história da nossa sociedade. Eu estou fazendo outro projeto também e é muito louco como serve pra gente buscar as referências. Eu estou interpretando o Lima Barreto em um projeto e, olha que loucura, eu li Lima Barreto, mas nunca tinha visto a figura dele. Eu não sabia sequer que o Lima Barreto era preto. João do Rio, Machado de Assis, os irmãos Rebouças, coisas que foram retratadas na nossa novela, como um promotor preto, um advogado preto, um engenheiro preto, um médico preto. O padre que o Antonio Pitanga representa foi inspirado numa figura que existiu. Essas referências foram muito bem empregadas nessa novela. Então acho que não foi dificuldade, foi um prazer em compor e também até para tirar da nossa cabeça o ‘será que vai combinar comigo?’ É uma coisa muito louca, né? Porque independentemente da etnia, do credo, você é ator, você tem que estar apto e aberto a fazer qualquer tipo de personagem. Então fazer o Severo foi um prazer imenso pra mim.”

Isso que você falou prova que estão acontecendo mudanças no audiovisual, que estão em busca de mais representatividade na tela…

“Sim, estamos avançando, em passos lentos, mas estamos avançando. Isso a gente não pode deixar de reconhecer, mas ainda é muito pouco, ainda estamos muito no superficial, ainda temos que entrar nessas entranhas. Nós temos a metade da nossa novela preta, mas a gente tem que ter metade da executiva, não só aqui na TV Globo, não só de uma, duas empresas. Acho que tudo isso tem que ir para mais, para a raiz. A gente tem uma rara felicidade de termos um diretor artístico preto [André Luiz Câmara]. Isso é muito legal! Esse acho que talvez seja o diferencial da nossa novela, mais do que o nosso elenco. Muita gente ralou e não é normal essas pessoas estarem onde estão, não é normal a gente ver o Antonio Pitanga ou o Tony Tornado, essa galera lutou muito. Eu posso ter 43 anos, mas já tenho 25 de carreira. Então ocupar esse lugar, trazer a gente é fácil, difícil é botar no lugar onde o André está. Você pode perceber que não são todos, então a gente precisa da metade ali nesse lugar que o André ocupa.”

Ver que as coisas estão mudando é motivador, né?

“É satisfatório, é lindo! A gente teve a novela ‘Vai na Fé’ também com a galera, tem a nossa novela das 9, Terra e Paixão, com a protagonista preta e isso muda tudo. A representatividade, a forma de comunicar mudou, né? A internet veio trazer essa versatilidade. Então a gente está ocupando os espaços, a gente continua aí nessa marcha. E uma coisa que é bom ressaltar: não é tomar o lugar de ninguém, é conquistar os espaços que já são de direito. O nosso povo vem se preparando há muito tempo e se qualificando. Então é parar com essa história de ser duas vezes melhor. Se a gente é duas vezes melhor, então devemos ganhar duas vezes mais.”

Você citou atores veteranos, mas como foi atuar com o pequeno Levi Asaf?

“Eu falo que nesse núcleo eu tenho os meus velhos e meus novos ídolos. Eu já preveni os pais do Levi: ‘não saiam de perto, senão eu levo pra casa’ [risos]. Porque é demais, é mágico, o Levi é um garoto que não deixa de ser criança um segundo. Ele não é aquela criança anão, que é baixinho, mas é sério e tal. Ele é criança mesmo. O Levi tem muito do personagem. É encantador contracenar com ele, que é extremamente maduro. É um ator de 9 anos, tão maduro, tão consciente do que está fazendo. Foi muito lindo ter conhecido o Levi. A admiração que cultivo há anos pelo Tornado, eu tive por ele também.”