Reni Saath, mãe de Ana Hickmann deu a volta por cima após ser agredida pelo marido, João Hickmann, e fez faculdade apenas aos 40 anos; saiba
Durante a entrevista de Ana Hickmann ao Domingo Espetacular (Record) neste domingo (26), a apresentadora contou que sua mãe Reni Saath também foi vítima de violência doméstica pelo marido, seu pai João Hickmann, que faleceu em 2019.
"Meu pai era um agressor, bateu muito na minha mãe", contou. "Por qualquer coisa ele espancava a minha mãe. Minha mãe até descobriu traições, muitas, e ele torturava a gente psicologicamente dentro de casa. Essa marca que eu tenho na mão, foi porque ele voou em cima da minha mãe com pedaço de um sofá que ele arrancou. Abriu a cabeça dela inteira."
A cicatriz, então, seria a marca de um dia que a apresentadora tentou proteger a mãe das agressões: "Ele me arremessou para cima da mesa da cozinha, cheia de prato, copo, tampa, aquilo desgraçou comigo em cima. Foi a mão de Deus que não deixou eu me cortar inteira. Abriu minha mão toda. E ele só parou de bater na minha mãe quando me viu sangrando."
A história de Reni Saath, assim como a da filha, é emocionante. Moradora de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, ela começou a trabalhar com apenas 15 anos na plantação de tabaco que pertencia à família. Dois anos depois, ela se privou dos estudos e do trabalho e casou com o então namorado João Hickmann, que era representante comercial.
Eles tiveram quatro filhos - Ana, Isabel, Fernanda e Luiz - até que, quando Reni atingiu 36 anos, ela percebeu que o casamento começou a ficar conturbado. Se vendo sozinha, ela decidiu resgatar os estudos e fazer um supletivo para retomar tudo o que perdeu após o casamento. Então, a mãe deixava os filhos com parentes ou com o pai para poder marcar presença nas aulas e para trabalhar em dois empregos: um vendedora em uma loja e outro como operária numa fábrica.
"Durante um ano, minha rotina era estudar das 18h às 22h, trabalhar na Souza Cruz das 22h30 às 6h, dormir no carro até às 8h30 e ir pro meu outro trabalho, em uma loja de materiais de construção, onde ficava até as 17h. Só dormia noites inteiras aos sábados", disse ela ao UOL.
Aos 43, ela deu a volta por cima e se formou na faculdade de engenharia agrícola. Hoje, Reni tem mestrado, doutorado, pós-doutorado e hoje é coordenadora do departamento de agronomia da UEM (Universidade Estadual de Maringá).
