Zé Celso fez apenas uma novela em sua carreira em 2011; entenda o motivo de sua aversão à teledramaturgia
O dramaturgo Zé Celso faleceu nesta quinta-feira (6), aos 86 anos, após sofrer um acidente gravíssimo causado por um incêndio em seu próprio apartamento. Gênio da dramaturgia e do teatro brasileiro, ele tem um histórico brilhante em sua carreira, mas apenas uma novela. Antes de seu falecimento, ele explicou sua aversão à teledramaturgia.
Entre inúmeras peças de teatro, também como diretor, Zé Celso topou fazer apenas uma novela em toda a sua carreira. Em Cordel Encantado, de 2011, ele interpretou o personagem Amadeus e quebrou o tabu que tinha com a Globo e com as novelas.
Na época, ele tinha 74 anos e contou à Quem que não faria outros trabalhos na teledramaturgia. Sincerão, ele disparou: “Detesto novela, não vou assistir de jeito nenhum. Trabalho à noite fazendo teatro. Aceitei fazer a novela, porque há potencial para diferentes tipos de linguagem, e a possibilidade de fazer um teatro eletrônico na TV".
Além disso, ele também contou que quase desistiu de fazer Corel Encantado nos últimos minutos. Isso porque as primeiras cenas da novela foram gravadas na Europa e ele pensou em pular fora. “Quando cheguei ao aeroporto de Guarulhos, falei 'não vou mais'. Mas conversei com o diretor (Ricardo Waddington) e fui”, disse.
Entretanto, mesmo não aprovando o trabalho artístico em novelas, ele confessou que enxergou um potencial e algo diferenciado na novela de 2011. “É empolgante porque a Globo está expandindo a vertente da arte”, comentou Zé Celso na época.
A trágica morte do artista aconteceu exatamente um mês depois do casamento com o diretor Marcelo Drummond. Os dois se conheceram em 1986 e, desde então, viviam juntos. Após 37 anos de relacionamento, eles resolveram oficializar a união no dia 6 de junho com uma cerimônia não-convencional no Teatro Oficina, que foi fundado pelo artista em 1958 - no entanto, eles já eram casados no civil.
"Já somos marido e marido, casamos no civil. Agora falta casar perante o público", disse o veterano em entrevista ao jornal Estado de Minas, em maio deste ano.
