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Exclusivas / De volta ao Viva!

Ti-Ti-Ti: ícone dos anos 80, novela ditou costumes e influenciou consumo

Em fevereiro, embate entre Victor Valentim e Jacques Léclair volta ao canal a cabo Viva

Gustavo Assumpção Publicado em 03/12/2019, às 13h43 - Atualizado às 16h55

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Victor Valentim e Jacques Léclair em Ti-Ti-Ti - Reprodução
Victor Valentim e Jacques Léclair em Ti-Ti-Ti - Reprodução

Em 1985, uma combinação poucas vezes vista na teledramaturgia se fez. Um autor consagrado, (Cassiano Gabus Mendes), um diretor novato, mas de muito talento (Wolf Maia) e uma dupla de atores no auge (Reginaldo Faria e Luís Gustavo) se uniram em um produto de qualidade inquestionável: Ti-Ti-Ti, novela das 7 que retorna ao Viva em 19 de fevereiro, rara reexibição na TV.

Exibida com grande sucesso, a trama contava a divertida rivalidade entre os costureiros Victor Valentim e Jacques Léclair, uma referência clara às disputas da moda brasileira cujo expoente máximo eram as trocas públicas de farpas entre grandes nomes da alta-costura. No livro Gabus Mendes, Grandes Mestres do Rádio e Televisão, o autor  Elmo Francfort narra a inspiração do autor para a trama e recorda dois personagens símbolo da moda brasileira entre os anos 70 e 80.

“Cassiano foi buscar inspiração novamente na alta-costura. Lembrou-se das brigas dos estilistas Dener e Clodovil Hernandes, ainda nos tempos da TV Tupi. Onde um estava, o outro não pisava. E vice-versa. Personagens reais, mas que pareciam ficção, de tão folclóricos eram. Em 1985, Dener já havia falecido e Clodovil continuava na moda, até participando das novelas de Gabus Mendes. Era um prato cheio para sua nova trama”, relata ele mostrando que o diálogo recorrente entre ficção e realidade.

Divertida, leve e com um humor irônico e autorreferencial, a trama revelou novos talentos. Tato Gabus Mendes, filho do autor, Guilherme Fontes e Betty Gofman fizeram sua estreia na TV Globo na trama. Myriam Rios, então namorada de Roberto Carlos, e a deslumbrante Sandra Bréa mexeram com o imaginário brasileiro da época.

Fato é que a novela foi responsável por influenciar costumes e incentivar o consumo. Os modelitos criados pelos estilistas faziam sucesso nas revistas tipo moda-moldes, o batom Boka Loka criado para a trama e comercializado em todo país virou febre e os bordões deixaram a TV e se inseriram nas conversas cotidianas.  O sucesso da trama foi tanto que a novela foi vendida para cerca de vinte localidades, incluindo países da Europa, América Central e África, mercados até então pouco disponíveis para as produções brasileiras. 

Em 2010, Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari readaptaram o texto, fundindo a trama com outro sucesso de Cassiano Gabus Mendes, a também icônica Plumas e Paetês. O remake, estrelado por Murilo Benício e Alexandre Borges, conquistou novamente público e crítica, mostrando a atemporalidade de um texto capital do autor.

Ti-Ti-Ti volta ao Viva em 19 de fevereiro e será exibida na íntegra substituindo Selva de Pedra.