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TEA: O que é e quais são os sintomas da condição que afeta Letícia Sabatella?

Em entrevista exclusiva, o psiquiatra Alexandre Valverde explicou o que é e quais são os sintomas do transtorno do espectro autista

Luisa Scavone

por Luisa Scavone

lscavone_colab@caras.com.br

Publicado em 24/09/2023, às 09h23

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O que é o TEA? - Reprodução/ TV Globo
O que é o TEA? - Reprodução/ TV Globo

Recentemente a atriz Letícia Sabatella revelou que foi diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e desabafou sobre o assunto. Em conversa com a CONTIGO!, o psiquiatra Alexandre Valverde explicou o que é essa condição e como é feito o tratamento.

“É um conjunto de comportamentos ligados a um tipo de funcionamento cerebral específico que pode ter a ver com hiper ou hipoativação de determinadas regiões do cérebro e pode estar ligado a uma série de síndromes neurológicas”, explicou o profissional.

Níveis do autismo

Segundo o doutor, a condição do espectro autista tem três níveis, de acordo com a necessidade de cuidados e atenção, classificados entre um, dois e três, segundo a complexidade. “Um, a pessoa tem autonomia total de vida. No dois, ela precisa de algum nível de suporte. E no três, ela precisa de um suporte mais intensivo”, afirmou.

A partir dos níveis, é possível perceber os sinais da condição do espectro autista ainda na infância e adolescência, como a dificuldade de sociabilização, o desenvolvimento de interesses específicos, rotinas específicas, comportamento sistemático e autoestimulação sensorial.

“Cada um desses vértices desse triângulo, dessa tríade, pode ter características diferentes e distintas e o autismo varia de pessoa para pessoa. Mas a gente tem que observar essa dificuldade de sociabilização desde a infância, o estabelecimento dessas rotinas, dos comportamentos rígidos e a repetição motora”, completou o psiquiatra.

Diagnóstico

Entretanto, em entrevista exclusiva à CONTIGO!, o profissional ainda explicou porque é difícil indentificar a condição em alguns casos. “Muitas vezes, principalmente no nível 1 de autismo, você tem comportamentos que se misturam e que parecem muito comportamentos sociais de pessoas tímidas, de pessoas recatadas”, disse.

E contou: “E muitas vezes também o autismo pode estar associado à hiperatividade mental e a pessoa ter capacidade de se incluir socialmente e de camuflar os próprios sintomas. Então a pessoa pode passar muitos anos da vida percebendo que aqueles comportamentos artísticos geram uma rejeição, um rechaço social, ela pode camuflar isso e também disfarçar esses sinais e nesse sentido não deixar à mostra o quadro”.

Mas, o Dr. Alexandre Valverde pontuou que, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a chance de acelerar o processo de desenvolvimento e gerar uma possibilidade de melhor conexão cerebral e melhor sociabilização. “Você melhora muito a qualidade de vida da pessoa”, afirmou.

Segundo ele, a partir do diagnóstico, é possível ter uma maior clareza da origem de certos comportamentos. “Você passa a se advogar muito melhor, a cuidar muito melhor, de se estabelecer muito melhor essas necessidades e os limites que você deve respeitar e fazer respeitar no seu cotidiano”, explicou.

Existe tratamento para o autismo?

Mas será que há algum tratamento? “Geralmente ligados à terapia e terapias específicas para que a pessoa consiga desenvolver a capacidade de socialização, o autoconhecimento, o autocontrole. Algumas medicações podem estar indicadas dependendo do tipo de problema neurológico que subjaz ao autismo dela”, contou à CONTIGO!.

“E muitas vezes também a pessoa pode apresentar comorbidades, principalmente na fase adulta, na adolescência. Quando a pessoa não tem o diagnóstico, a prevalência de depressão e ansiedade é bem maior nessa população, então a gente também tem que tratar às vezes as comorbidades psiquiátricas”, continuou.

Por fim, concluiu que o autismo em si não tem tratamento e nem cura, já que não é uma doença. “O autismo é uma condição do funcionamento do cérebro e nesse sentido o que a gente pode fazer é melhorar a capacidade cognitiva com uso de alguns notrópicos, uso de ômega 3, uma boa alimentação, uma boa hidratação”.