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Sucesso em ‘Cara e Coragem’, Paulo Lessa celebra protagonismo: “Que se abram novas portas”

Em entrevista para a CONTIGO! Novelas, Paulo Lessa celebra protagonismo em novela e reforça a importância da representatividade negra

CONTIGO! Novelas Publicado em 13/01/2023, às 12h21

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Paulo Lessa celebra protagonismo em 'Cara e Coragem' - Divulgação/Jorge Bispo e Reprodução/ TV Globo
Paulo Lessa celebra protagonismo em 'Cara e Coragem' - Divulgação/Jorge Bispo e Reprodução/ TV Globo

Paulo Lessa brilha como Ítalo em Cara e Coragem, que chega ao fim nesta sexta-feira (13), seu primeiro protagonista, e reforça importância das oportunidades para artistas negros e das lições da mãe, Dai Bastos, uma das precursoras do movimento negro no Brasil.

No programa Conversa com Bial (Globo), vimos toda a sua emoção ao ser escolhido como protagonista da novela. O que passou pela sua cabeça?

"Olha, naquele dia, na hora que eu vi o teste sendo aprovado, minha sensação foi de passar um filme na cabeça, de tanto tempo, de tanta luta que a gente teve, de tanto “não” que a gente levou e chegar num momento tão especial, né? É esse momento de protagonismo. É uma sensação muito gostosa, é uma vitória mesmo porque a gente passa por muita coisa para conseguir uma oportunidade. As oportunidades são raras. Então, quando a gente consegue mostrar o trabalho e tem esse trabalho reconhecido, é uma alegria imensa, um orgulho, uma mistura de sentimentos."

Qual a importância do Ítalo para sua carreira? Quais são os desafios de viver esse personagem?

"É a primeira vez que faço um personagem desse tamanho, e eu espero que se abram novas portas pra mim. É um personagem com mais camadas, envolvido na trama. E que se abram mais portas pra mim e para outros também. Acaba sendo uma cara nova, estão apostando em um ator que não teve tantas oportunidades assim. Que se abra essa porta e possam confiar em novos atores, tem tantos atores talentosos e com capacidade de segurar essa responsabilidade também."

Cada vez mais falamos sobre representatividade negra na mídia. Como é a experiência de viver um protagonista negro e tudo que isso significa para outras pessoas?

"Já falei da importância disso algumas vezes e acho fundamental a gente conseguir se ver nos produtos! O nosso povo, até pouco tempo atrás, não se enxergava nos produtos. É legal a gente conseguir se ver, projetar nossos sonhos nesses personagens. Eu acho que é tornar os sonhos mais possíveis e mais próximos da gente!"

Como e por que decidiu ser ator? Como era crescer sem se enxergar nos papéis que hoje você ocupa?

"Entrei numa faculdade de fisioterapia muito por causa dessa ligação com o esporte (sou muito torcedor do Flamengo), e muito pela cobrança em casa também. Minha mãe queria porque queria que eu fizesse alguma faculdade. Fui, aos poucos, me descobrindo na vida de modelo, as coisas foram acontecendo na minha vida muito naturalmente. Não era uma coisa que eu sonhava desde pequeno. Eu tive contato com muitos artistas enquanto moleque, e eu acho que de alguma forma eles me inspiraram, botaram uma sementinha ali que eu fui guardando comigo e aí fui me envolvendo. Começando passo a passo, fazendo meus cursos, me esforçando desde a figuração até chegar a essa oportunidade hoje de protagonizar."

Sua mãe foi uma figura importante do movimento negro no Brasil tendo um salão focado em cabelos afro. Quais lições ela deixou? Como acha que seu crescimento foi diferente diante de tudo que ela te apresentou e dos ambientes que você viveu?

"Acho que ter a minha mãe como uma pessoa que me educou, me criou, foi fundamental para que me entendesse como homem negro no contexto que vivo. Nasci e fui criado na zona sul do Rio de Janeiro. E ela sempre me deixou consciente de quem eu era nesse contexto. Então, acho, ela foi me dando, ao longo do tempo, muitos recursos para que eu me defendesse do racismo diário. E que crescesse com a certeza de que era possível. Apesar de tudo ser contra, cresci com autoestima, de não querer desistir dos sonhos, principalmente pelo exemplo dela, uma mulher que veio de Feira de Santana, sem nada, para o Rio de Janeiro e conquistar o que ela conquistou, representar o que ela representou e que ela representa."

Como dá sequência ao legado dela atualmente?

"É maravilhoso conseguir tocar o espaço cultural com tanta história. Um lugar que foi o salão afro da minha mãe, de muita história, de formação, uma conscientização belíssima. Conseguir contar todo esse processo em uma nova versão, fazendo essa conexão entre passado, presente e futuro, é uma responsabilidade! Mas é uma responsabilidade que tenho o maior prazer de assumir. É importante ter espaços de fortalecimento e valorização da nossa cultura, e a proposta lá é esta: valorizar a cultura afro-brasileira. Retomar as atividades que minha mãe fazia, como a formação de cabeleireiros afro. Tem o audiovisual, o teatro, a dança... A ideia é que a casa seja um polo cultural, um polo de empreendedorismo preto no Rio de Janeiro. Espero que a visibilidade da novela facilite um pouco para contarmos essa história e atrair novos parceiros interessados em estimular a cultura no Rio."

Que mundo você espera construir para sua filha? Tem esperança de que ela viverá uma realidade melhor do que a atual?

"Hoje, presto atenção em detalhes e coisas que não prestava atenção antes, então, tenho uma outra perspectiva do mundo. Desejo tudo de melhor para minha filha, que encontre um mundo com menos intolerância. Sinceramente, sei que parece romântico, mas desejo muito isso. Desejo que a Jade sinta orgulho do que faço hoje, tanto na Casa Afrodai quanto na televisão brasileira."

Como é a parceria com a Taís Araujo na novela?

"Ela é um ícone e eu sou fã! Fazer par com ela tem sido incrível, uma parceira maravilhosa. A Taís se colocou muito disponível desde sempre, a gente procura conversar muito antes de qualquer cena para entendermos bem os limites um do outro. Ela me ajuda muito todos os dias, a gente conversa bastante sobre a trajetória dos personagens e vai se acertando a cada cena, foi realmente maravilhoso trabalhar com ela!"

O que espera para sua carreira daqui para frente? Aonde sonha chegar?

"É difícil a gente dizer exatamente o que espera da carreira, mas o que tenho feito vem abrindo muitas oportunidades para mim, muitas chances, né? Isso já faz tudo valer a pena. Agora, aonde eu sonho chegar tambem é difícil dizer porque as coisas na nossa carreira são inesperadas, tudo acontece muito rápido. Eu não esperava, não imaginava ser protagonista da Globo. E, de repente, chegou essa oportunidade, esse teste. Minha vida, de um ano pra cá, mudou completamente. Então o que eu imagino são outros grandes trabalhos, outros protagonistas."