Renato Góes relata preocupação em emendar novela após ‘Pantanal’: “Muito medo”

Depois de interpretar José Leôncio na primeira fase de Pantanal, Renato Góes encara o desafio de viver o vilão Tertulinho, em Mar do Sertão. O ator admite sentir medo ao emendar as novelas na TV Globo e admite que está apaixonado por Sergio Guizé, o herói da trama.

Como é sair do mocinho José Leôncio, de Pantanal, para o vilão Tertulinho, de Mar do Sertão?

"Ah, foi um presente, né? Ter personagens tão distintos e tão próximos. Porque não tive que ir atrás de criar uma coisa totalmente diferente, forçadamente. Eu fiz esse personagem baseado no que estava escrito mesmo. Até comentei ontem com o Pedro (Pedro Brenelli, diretor-geral da trama) que eu não tenho vontade de mudar, de deixar de falar nada ali. Tudo o que eu falo, que está ali e que eu construí, veio em cima da sinopse, do texto, que já é muito bom. Já é muito completo e era tudo de que eu precisava para ter um caminho diferente."

O curto tempo de uma novela para a outra foi uma coisa que te preocupou?

"Eu estava com muito medo disso. Essa vinda de um personagem para o outro tão rapidamente me preocupava um pouco. Mas eu ganhei foi um presente do texto do Mário Teixeira, da condução dos diretores."

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Fez algo diferente para ajudar nessa transição?

"Parei de ver a novela há mais de dois meses. Porque é um negócio meio automático, eu saía na rua, já trabalhando em Mar do Sertão, e aí alguém falava “Zé Leôncio!” e eu já dizia, “Ôoo!” (risos). Eu precisei desconectar. Mas, no dia a dia do Tertulinho, foi realmente muito natural. E a novela me conquistou muito."

O que te encantou tanto?

"É muito mais leve do que os últimos trabalhos que eu fiz, sabe? Eu chego leve, saio leve, me divirto. E dei muita sorte, né? Estou bem de pai e mãe, José de Abreu e Débora Bloch! E estou bem de parceiros também. Eu fico brincando com a rivalidade dos personagens, mas eu estou apaixonado pelo Sergio Guizé. Esse cara é demais! Se a Candoca vacilar, a gente vai terminar a novela junto (risos). Eu estou feliz e espero que isso que eu acho que está diferente esteja para todos também."

Gravar a novela no Vale do Catimbau, em Pernambuco, e depois em Piranhas, em Alagoas, ajudou na criação do personagem?

"Acho que foi massa fazer essa viagem. A cenografia, a arte e os efeitos reproduziram os cenários nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, de uma forma magistral. Mas nada melhor do que pisar no solo que você vai trabalhar, entender se tem buracos, pedra, para você saber depois como é o calor que você sente, como pesa aquela roupa.

De fato, começar in loco, pela externa, é um presente, foi um bônus. Apesar de ter sido rápido, foi realmente fundamental para o que a gente construiu pra frente, não só de imagem, mas a gente enquanto construção de personagem mesmo. Entender ali aquele novo bioma em que a gente estava, para, depois, a gente estar aqui, nos estúdios, na cidade cenográfica, mas sabendo, de fato, qual é o nosso ambiente."

O que move Tertulinho na trama?

"O que mexe com o coração do Tertulinho, com certeza, é a Candoca. Tudo o que esse homem faz de bom, tudo o que ele melhora nele é pela Candoca. De fato, o que enlouquece o coração desse rapaz, com toda a educação que ele recebeu da mãe e um pouco do pai, é essa mulher, que aparece na vida dele e que faz ele cometer todos os grandes erros, mas, principalmente, todas as mudanças. Com toda a bola de neve que ele se mete, ele é um cara que vive por uma paixão à primeira vista, uma paixão avassaladora, e eu espero que que ele não desista. E Zé Paulino vai se lascar na minha mão! (risos)"