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Exclusivas / LUTA DAS MULHERES

Renata Silveira faz história, é a primeira mulher a narrar uma Copa, mas diz: “Não queria”

Em entrevista exclusiva, Renata Silveira comenta a importância da representatividade feminina no esporte e conta como está se sentindo

Luisa Scavone

por Luisa Scavone

lscavone_colab@caras.com.br

Publicado em 24/09/2022, às 07h33

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Renata Silveira é a primeira mulher a narrar uma Copa - Reprodução/TV Globo
Renata Silveira é a primeira mulher a narrar uma Copa - Reprodução/TV Globo

A jornalista Renata Silveira foi a primeira mulher no Brasil a narrar uma Copa do Mundo, em 2014, e neste ano ela se tornará a primeira mulher a narrar uma Copa em televisão aberta. Em entrevista exclusiva, ela comentou sobre a importância dessa representatividade feminina no esporte e como está se sentindo.

“É uma conquista, não só minha, mas de todas as mulheres que batalharam. Se estamos conquistando isso agora é porque outras já batalharam anos atrás em relação a isso. E essa representatividade é o marco dessa Copa”, disse.

Trajetória no esporte

Sua primeira narração foi em 2014, quando fazia pós-graduação em Jornalismo Esportivo, e se candidatou para um concurso na Rádio Globo e ganhou. Renata Silveira contou que, naquela ocasião, precisou encarar o desafio no escuro. “Vou tentar fazer isso aqui, mas eu nunca vi nenhuma mulher fazendo, então vou fazer como os homens fazem”, pensou na época. “Até porque narração é narração, independente se é homem ou mulher”.

E ela não parou por aí. Em 2018 se candidatou para outro concurso de narração do canal Fox Esportes, onde trabalhou até 2020, até ser contratada pela Globo.

Entretanto, nessa Copa, a diferença é que sua voz feminina alcançará mais pessoas. Isso porque Renata Silveira será narradora da televisão aberta e comemora: “Atingi algumas pessoas em 2014, em 2018 mais um pouco e agora, em 2022, é um oceano de gente que vai ouvir pela primeira vez uma mulher narrando futebol”.

“Vai ser muito legal e poder ser espelho e exemplo para meninas verem que mulher também narra futebol é o mais legal de tudo”, disse.

Ela sempre esteve envolvida e foi apaixonada por futebol por causa de seu pai, que a levava para jogos e estádios, mas a jornalista confessa que nunca pensou em trabalhar com isso. “Sempre gostei muito da TV, trabalhar como apresentadora, repórter, eram as coisas que mais me atraiam dentro da televisão. Mas, cara, narrar?”, comentou.

Ela encarou o desafio de ser narradora pela experiência e pelas oportunidades que surgiriam, mas nunca imaginou que aquela se tornaria sua profissão e uma marco em sua história e na de inúmeras mulheres.

Primeira mulher a narrar na TV aberta

“Não queria ser a primeira mulher a narrar um jogo”, disse. “Eu queria que outras mulheres já tivessem feito isso na Copa de 2018, na de 2014”.

Renata Silveira ainda diz que sente um peso e uma responsabilidade muito grande. “Isso gera uma expectativa nas pessoas que vão assistir pela primeira vez. É lindo, vou ficar na história, é um marco”, apontou.

“Eu me considero corajosa e bem louca por, lá em 2014, me escrever em um concurso de narração. Ainda bem que era só para mulheres, porque se fosse um concurso de narração onde qualquer um pudesse se inscrever, homens e mulheres, eu nunca iria tentar”, revelou.

Mas, mesmo se arriscando no mundo do esporte como mulher, hoje agradece. “É bem difícil, mas hoje a gente olha para trás e vê essa trajetória. É muito orgulho”, finalizou.