Protagonista de ‘Mar do Sertão’, Isadora Cruz comemora diversidade na TV: “Esperança”

Intérprete de Candoca em Mar do Sertão, Isadora Cruz vive sua primeira protagonista em novelas. Feliz com a oportunidade, a paraibana ainda celebra o fato de poder representar o Nordeste na trama das 6 da TV Globo e revela detalhes de sua preparação para a personagem.

Depois de estrear nas novelas em Haja Coração (2016), Isadora Cruz, 24 anos, volta à TV em grande estilo, como a protagonista de Mar do Sertão. Paraibana, a atriz se orgulha de representar suas raízes, revela ter muito em comum com Candoca e adianta que o triângulo amoroso formado por ela, Zé Paulino (Sergio Guizé) e Tertulinho (Renato Góes) mexerá com o público.

O que Candoca representa para você?

"Acho que interpretar personagens fortes nos ensinam a encontrar uma força que a gente, às vezes, esquece que tem. Os personagens transformam a gente, nos fazem encontrar qualidades, defeitos, coisas novas em nós mesmos. Aprendo muito com a Candoca, a força feminina dela, o empoderamento, entender o poder da sua voz como mulher na sociedade, de poder se impor para o prefeito, o coronel, homens tão poderosos numa sociedade tão machista. Ela tem a coragem, a força de se colocar e entender que pode mudar aquilo ali e empoderar cada vez mais as mulheres."

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O que sente ao ver uma novela representando o Nordeste, não só na trama como no elenco?

"Fico cheia de esperança ao ver essa celebração da diversidade do povo brasileiro, que é a nossa maior riqueza! Sempre tive muito orgulho de ser paraibana. Sempre soube que é da Paraíba, das minhas origens, da minha raiz, que vem a minha força e é a base de quem eu sou verdadeiramente."

Como foi gravar em Pernambuco e Alagoas?

"Acho que a gente pôde passar pelos perrengues juntos e comemorar as vitórias, né? Porque foi muito difícil, tinha locação em que a fazíamos uma trilha para chegar lá e gravar. Então, quando terminava o dia, comemorávamos juntos, saíamos pra jantar. Foram duas semanas, foi divertido. Acho que o próprio lugar tem uma energia especial, a natureza tem uma energia muito forte ali, daquelas pedras do Vale do Catimbau, do Rio São Francisco em Piranhas. As pessoas de lá também, a gente estava imbuído daquela energia."

Isso ajudou a entrar na atmosfera da trama?

"Poder ver aquela cidade funcionando, que aquilo ali realmente existe, que não é uma coisa de conto de fadas, porque realmente Piranhas parece uma cidade inacreditável, de filme, foi muito importante para a gente reproduzir essa realidade na cidade cenográfica. Acho que pôde trazer um borogodó para o nascimento dos personagens, foi importante para entrar nesse ritmo de estúdio, que é pesado também. A viagem foi nosso momento de preparação e entrosamento mesmo. Foi maravilhoso!"

O que mais você fez para construir a personagem?

"É um trabalho constante, diário, de grandes transformações. Assisto a muitos filmes como referência, leio alguns livros que me inspiram e tento encontrá-la no meu íntimo e nas minhas próprias vivências. É uma relação simbiótica que vivo com intensidade, verdade e entrega. Renovo o olhar e a minha percepção da personagem a cada dia. Cada cena é uma peça do quebra-cabeça que vai se montando, e mergulho cada vez mais nesse universo que está sendo construído."

O que você pode adiantar do triângulo amoroso formado por ela, Zé Paulino e Tertulinho?

"Vai ser muito interessante, porque são dois amores muito distintos para a Candoca. O Zé Paulino é um amor puro, de alma gêmea, de reencontro, de outras vidas, um amor inocente, verdadeiro. E o Tertulinho é um amor baseado na praticidade da vida, nas ações de amor. Acho que ele demonstrou amor por Candoca ao acolher, ajudar quando ela mais precisou, ela é grata a esse amor. Vai ser muito difícil essa escolha, porque os dois são muito especiais."

Que mensagem a história de Candoca trará?

"Uma mensagem de amor ao próximo, ao planeta, aos animais e à natureza. Apesar de viver uma história de amor linda, o que move a vida dela é a caridade. Candoca quer contribuir para uma realidade melhor e ajudar as pessoas a terem uma vida mais digna, apesar das condições tão precárias do sertão. Ela é movida pela esperança, nessa fé em um futuro melhor e no poder da sua voz como mulher para transformar essa realidade. Mas, embora o sertão esteja sempre ligado à seca, gostaria de deixar registrado que o coração dos sertanejos transbordam de vida, acolhimento e muito carinho."