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Exclusivas / Johnny Klein

Humorista do Multishow relembra dificuldades: ‘Testes só para favelado, ladrão. Queria mostrar mais'

Johnny Klein, que volta na segunda temporada do seriado No Corre, estrelado por Marco Luque, fala em entrevista a Contigo! sobre preconceito no início da carreira

Johnny Klein está no elenco de No Corre - Divulgação
Johnny Klein está no elenco de No Corre - Divulgação

O humorista Johnny Klein (27) está se preparando para retornar à TV com o personagem Velozo, na segunda temporada do seriado No Corre, do Multishow, estrelado por Marco Luque (49). Em um bate-papo com a Contigo!, ele fala sobre a oportunidade de trabalhar em uma grande produção, cuja primeira leva de episódios deverá estrear na Globo ainda neste semestre. O ator também revela as dificuldades que enfrentou, e que ainda enfrenta, para seguir na carreira artística. "Quando eu fazia os testes, era sempre para pegar papeis de favelado, ladrão, traficante", destaca. 

Ator, diretor e criador de conteúdo, Johnny faz sucesso na internet com vídeos de humor. Com mais de 1 milhão de inscritos em seu canal no YouTube, ele conquistou o público com paródias, esquetes e situações cômicas do cotidiano. Também dirige e produz seus próprios vídeos, mostrando talento e versatilidade. Mas para chegar aonde chegou, passou por muita dificuldade. O que mais o marcou, foram alguns testes.

“Minha maior dificuldade, no início da carreira como ator, foram os testes. Fiz muitos até conseguir o primeiro, uns 50, sei lá. Perdi as contas. Graças a Deus, conseguia ir, mas não passava. Me achava horrível, péssimo, por não conseguir emplacar nenhum. Esse até foi um dos motivos por ter criado meu canal no Youtube, para mostrar o meu trabalho, tudo o que eu era capaz. Ainda acho que falta muito pra eu alcançar das coisas que almejo. Mesmo assim, sou muito grato pelo o que já conquistei”, diz.

O artista ainda encara muitas dificuldades que ele vê como preconceito. “E as dificuldades que eu enfrento ainda hoje, e que foram as dificuldades do começo, quando eu fazia os testes, era sempre para pegar papeis de favelado, ladrão, traficante. Era uma coisa que me chateava bastante, sabe? Porque a gente quer ser mais, mostrar mais. As pessoas acabam rotulando a imagem no negro sempre a isso, que não deixa de ser um preconceito dentro da indústria”, destaca.

“Inclusive, cheguei a fazer um comercial que eu era meio que o dono do morro. Acabou nem indo ao ar. Depois daquele dia, fiquei com o pé muito atrás. Disse: não quero mais testar para este tipo de papel. Infelizmente, a gente tem que pagar contas e acaba aceitando umas coisas para fazer, mas ainda assim é uma coisa que me incomoda muito. Porém está mudando. Vejo uma coisa positiva, das pessoas estarem mais atentas, de ver que nós não somos isso”, completa.

Sobre a estreia no seriado, consequentemente na televisão, Johnny confessa que está sendo uma experiência única. “Primeira experiência em um canal grande como Multishow e Globo. A série estreia na Globo provavelmente entre maio e abril e está sendo um dos negócios mais loucos que aconteceram na minha vida, realização de um sonho. E trabalhar com o Marco Luque é uma honra porque é um cara muito talentoso, muito bom no humor, muito bom no que faz. O personagem dele, o Jackson Five, é coisa de outro mundo porque o Marco Luque se transforma. Você não vê o Marco Luque no Jackson Five... como ele fala, como troca as palavras, a caracterização... é um negócio absurdo, que me espantou no set”, conta.

APOIO DA FAMÍLIA E RECADO AOS JOVENS

Natural de São Paulo e criado em Tiradentes, na Zona Leste do estado, o artista conta que sempre teve o apoio da família e amigos. “Em especial, minha noiva, que mais acredita em mim e me apoia. Inclusive, passa os textos comigo, ela também é atriz”, fala. “Minha família está sempre comigo, me apoiando. Com 12 anos, quando disse que queria ser ator, todos falaram: vai sim, vai na fé. Não desiste. Minha família por parte de mãe ainda mora em Tiradentes e esse é um dos motivos por eu ainda frequentar a cidade. É muito bom voltar para lá sempre, pra lembrar de onde eu vim, das minhas raízes, pra eu não esquecer quem eu sou”, completa.

Para os jovens que querem seguir a carreira artística como Johnny Klein, que tomou a decisão lá atrás, aos 12 anos, ele manda um recado: “Vá para a internet. É uma ótima ferramenta, que democratizou. Dá a oportunidade ao jovem negro, periférico de mostrar a cara. A gente vê tanta gente talentosa, com talentos incríveis. Então, o primeiro passo é estar na internet, estudar, porque para ser ator tem que estudar muito, não pode parar, senão a gente não evolui. E eu quero ser referência um dia para as pessoas, mostrar que as coisas são possíveis. Todo mundo consegue se acreditar no sonho. Se você ama o que faz, não desista nunca. Ouvi uma vez, uma frase que diz: É impossível vencer um cara que não desiste nunca”, finaliza.