Marina Moschen, a Luciana de Malhação, ainda guarda a simplicidade da vida antes da fama

Filha da pescadora e artesã Elaine Cristina, 39 anos, Marina Moschen, 19, não tem dúvida de que sua maneira desprendida e simples de viver é herança da mãe, moradora da Vila do Abrahão, na Ilha Grande, município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. “Sou igualzinha à ela. O desprendimento vem no DNA”, conta, no Vila Spa, no Hotel Sheraton Rio. Talvez seja por esse motivo que Mariana nunca deu muita importância para maquiagens ou tendências de moda. “Sou muito básica. Adoro jeans. Maquiagem e cabelo feito apenas para gravar ou quando tem evento. Óbvio que gosto de me ver produzida, mas gosto mais de mim ao natural”, avalia a atriz. “Estou tentando melhorar. Se antes ia ao shopping de chinelo, hoje em dia não vou mais. Tento ficar apresentável”, se diverte.

Moradora de Angra até os 16 anos, a protagonista de Malhação viu sua vida mudar ao decidir ir para o Rio de Janeiro. “A ideia era estudar para cursar a faculdade de Artes Cênicas. Mas foi tudo muito rápido. Entrei em um curso de interpretação e, em menos de 3 anos, consegui uma participação em cinco capítulos de Os Dez Mandamentos, novela da Record. Logo depois passei no teste para Malhação”, conta, sentada em uma das poltronas do confortável spa.

Acostumada com a vida pacata de seu bairro e com os paparicos dos avós paternos, Vera, 70, e Abel, 76, com quem morou desde o primeiro ano de idade até mudar-se para o Rio de Janeiro, ela admite que o início foi complicado. “Ficar sem meus avós no dia a dia foi um baque”, lembra a atriz, que atualmente mora com o pai, o biólogo Fernando Moschen, 43, na zona sul carioca. Após três anos, ela garante estar mais adaptada à nova rotina. “A gente se fala todos os dias. Quando tenho um tempinho, corro para vê-los e aproveito para visitar minha mãe na Ilha, que é bem pertinho. Amo aquele lugar!”, diz, saudosa. 

Tímida, andar na rua ainda é uma aventura. Sem ter ideia da repercussão de sua personagem na novela teen, Marina ainda estranha quando as pessoas a reconhecem. “É esquisito. Sempre que vejo alguém sorrindo na minha direção, fico em dúvida se eu conheço ou não. Aí quando me chamam de Luciana (nome da personagem) é que me dou conta do que está acontecendo”, diverte-se a jovem atriz. Vivendo em universo cercado de glamour, ela tem seus cuidados para não tirar os pés do chão. “É importante questionar sempre as próprias atitudes. Este mundo engana, mas, se você tem a família presente, não tem como se deslumbrar. Continuo a mesma de Angra. Inclusive, os amigos são os mesmos desde o jardim de infância.” 

Por mais elogios que receba, Marina tem na cabeça que sempre pode melhorar. Assistir às suas cenas na TV, principalmente no início, foi praticamente uma tortura. “Acho tudo muito estranho. A voz, as manias em cena... Sou muito crítica comigo. Mas estou melhor. Hoje, por exemplo, consigo avaliar meu desempenho sem fechar o olho”, diz rindo. 

meu grande amor 

Namorando há quatro anos o economista e professor Daniel Nigri, 38, Marina garante que a diferença de 19 anos em nada interfere na relação: “Para nós, foi normal, porque isso nunca foi uma questão. Minha família sabia desde o início. É um relacionamento igual a outro, mas com esta diferença de idade. Na verdade, isso acaba sendo uma questão dos outros. Nunca considerei”. 

Ela o conheceu durante um workshop de interpretação ministrado por ele, quando ainda morava em Angra. “Acabou o curso e nós mantivemos contato durante um ano. O namoro começou quando eu me mudei para o Rio.” 

Marina conta que Daniel é o primeiro a incentivá-la na carreira e que as cenas de beijo não despertam ciúme. Mas, se a situação fosse invertida, ela não saberia se levaria tão na boa. “Se meu namorado estivesse no meu lugar, acho que não veria. Sou bastante ciumenta para ver meu namorado beijando outra e ficar tranquila”, brinca.