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Gabriela Loran, de ‘Cara e Coragem’, expõe drama antes da fama: "Cheguei a não ter o que comer"

Em entrevista para a CONTIGO! Novelas, Gabriela Loran, ‘Cara e Coragem’ revela que já passou por dificuldades e hoje almeja o protagonismo

CONTIGO! Novelas Publicado em 03/09/2022, às 06h28

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Gabriela Loran expõe drama antes da fama - Reprodução/Instagram e Divulgação/ Leo Lemos
Gabriela Loran expõe drama antes da fama - Reprodução/Instagram e Divulgação/ Leo Lemos

De São Gonçalo para o mundo! Ela brilha em Cara e Coragem como Luana e atua ao lado de ninguém menos que Taís Araujo. Sim, Gabriela Loran deslanchou na carreira de atriz depois de vencer diversos obstáculos. Mas ainda quer mais: por que não uma protagonista na novela das 9 ou até mesmo um Oscar? O céu é o limite quando existe a oportunidade e é por isso que a atriz de 28 anos mais batalha.

Como decidiu ser atriz?

"Desde criança, sempre tive uma imaginação muito fértil. Não tenho limites para sonhar e carrego isso até hoje. Meus pais nunca tiveram condições de me colocar em cursos de dança, teatro ou música. Cresci me imaginava na TV, vivendo vários personagens. Decidi abandonar o emprego que tinha e prestar vestibular na CAL (Casa de Artes de Laranjeiras). Passei e financiei os custos pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Me mudei para o Rio e meus pais me ajudaram a alugar um quartinho na zona sul, mas não foi fácil."

Quais dificuldades enfrentou nesse período?

"Comecei a trabalhar em um restaurante como garçonete. Não podia ter o privilégio de apenas estudar. Chegava ao trabalho às 15h e saía às 3h da manhã. Depois, faculdade das 7h da manhã até as 15h. Comecei minha transição no último período de estudos. Foi no teatro que desabrochei como mulher trans. Diziam que eu não teria muitas oportunidades. Me convidavam para espetáculos, mas era tudo no amor, sem pagamento. Amor não paga as contas e não te sustenta. As pessoas me veem hoje na Globo e não imaginam as dificuldades que passei. Cheguei a não ter o que comer. Não compartilhava isso com meus pais porque a realidade deles já era difícil."

Você foi a primeira atriz trans de 'Malhação' em 2018. Como isso mudou sua vida?

"Foi meu primeiro contato com a televisão. A gente vem galgando espaços lentamente, ser a primeira e única mulher trans no elenco é importante no sentido de levar informação. O debate era aberto: pesquisavam pelo meu perfil, se eu era trans... Em contrapartida, foi difícil porque quando saiu a primeira matéria me divulgando, os comentários me chamavam de macho ‘capado’, diziam que eu nunca seria mulher. Quando você pesquisava sobre pessoas trans no Google, as notícias eram sempre de violência, assassinato. Quando tínhamos uma notícia positiva, acontecia isso. Chegou a me atingir um pouco. Mas decidi trocar esse ódio por conhecimento."

Qual a importância de termos artistas trans em papéis de cada vez mais relevância?

"Não é só oportunidade, mas é o protagonismo. Eu quero ter a chance de viver personagens complexas, que não tenham só questões sobre ser trans, que fujam do estereótipo. Começo a ter essa perspectiva com a Giovana, em Arcanjo Renegado, que é chefe de gabinete da presidente da Alerj. Já fui garota de programa, agora estou sendo secretária executiva.Vivemos milhares de vidas em uma só. Em Cara e Coragem, minha personagem está crescendo. Recebi elogios da Taís Araujo depois de gravar, meu coração se encheu de amor. A Luana não tem esse debate se é ou não trans, esse não é o foco da personagem. Ali, posso mostrar realmente a atriz que eu sou."

A Luana acaba de passar por uma virada na trama. Ela foi revelada como cúmplice do plano de Clarice (Taís Araujo). Como reagiu a essa nova fase da personagem?

"Crescer numa novela, sem dúvida, é muito importante, porque denota o meu potencial enquanto atriz. De repente, eu recebi 20 cenas para gravar em um dia. Eu que gravava normalmente 3, 4 cenas por dia. Até me deu um pouco de medo. Receber a notícia de que fui escolhida para ser a personagem que vai viver uma reviravolta junto com a protagonista é incrível. Falamos de Taís Araujo, né? Que eu cresci assistindo na televisão. Hoje, atuo ao lado dela. Isso enche meu coração de orgulho, de felicidade e de gratidão."

O que espera para o futuro?

"Vislumbro protagonismo! Sonho alto: quero ser protagonista da novela das 9. Vou lutar pelo Oscar. Mas preciso que escrevam personagens que me deem essa oportunidade. Que sirva como provocação para quem for ler essa matéria. Não quero ser só atriz trans, quero ser a atriz Gabriela Loran, que também é trans e morrerá trans. Mas eu tenho uma identidade. Ainda vão ouvir falar muito de mim!"