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Finalista de 'No Limite', Viegas revela que trabalho com o psicológico foi fundamental: "Fui com a mente blindada"

Em entrevista exclusiva, ele falou sobre as dificuldades no programa e como pretende aproveitar a experiência em sua carreira

Julia Palmieri

por Julia Palmieri

jpalmieri@editoracaras.com.br

Publicado em 20/07/2021, às 07h55

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Finalista de 'No Limite', Viegas revela que trabalho com o psicológico foi fundamental: "Fui com a mente blindada" - Marina Sampaio
Finalista de 'No Limite', Viegas revela que trabalho com o psicológico foi fundamental: "Fui com a mente blindada" - Marina Sampaio

Ex-participante do BBB18, Marco Viegas, ou só Viegas como ficou conhecido, chegou em No Limite destemido e preparado para enfrentar qualquer desafio do reality show de sobrevivência. Um dos integrantes da equipe Carcará no programa, ele está entre os 6 finalistas que disputam nesta terça-feira (20) a grande final do programa.

Em entrevista exclusiva para a CONTIGO!, o bonitão detalhou que a força mental foi fundamental para enfrentar as dificuldades do programa. Ele ainda explicou o que prepara para o pós-reality e seu investimento na música, já é sua paixão há mais de 10 anos. 

PREPARAÇÃO

Para entrar no programa e poder lidar com situações que nunca viveu antes, Viegas confessa que precisou trabalhar muito bem o seu psicológico. 

“Eu tinha vontade, eu tinha uma identificação com o No Limite muito grande. Porque eu sabia que era um programa que o forte dele era as provas e ele não era tão focado somente na convivência em si. Era um tipo de jogo que me atraia muito mais que o BBB. Eu quis muito participar. Quando teve a possibilidade de participar do programa, a minha mente já foi muito sendo trabalhada para abrir mão de fazer o que eu amo, que é a música, de estar com as pessoas que eu amo, que é minha família"

Após ter passado quase 3 meses na casa do BBB, ficar 25 dias em No Limite não parecia ser um grande problema, apesar do perrengue que iria enfrentar de ter que viver no meio do nada. Despreocupado com a falta de necessidades básicas como escovar os dentes, tomar banho, usar um banheiro decente ou uma cama para dormir, Viegas declarou que sua maior preocupação era outra.

“Eu tinha mais receio porque a gente não sabia o que vai ter e como vai ser. Eu ficava pensando: ‘Será que preciso saber alguma coisa como utilizar uma bússola, eu nunca usei. Será que eu vou ter que acender fogo? De que forma, a partir do zero? Como será?’. As minhas maiores questões eram em relação a isso. O que teria para comer, se eu teria que matar algum animal”, contou ele.

Apesar dos perrengues, os participantes não precisaram matar nenhum animal, ainda bem! Eles ganhavam alimentos após as provas do privilégio, na qual também conseguiam escovas de dente, sabonetes, desodorantes, e entre outras coisas básicas que eles não tinham acesso vivendo na mata.

MOMENTO MAIS DIFÍCIL

Viegas também revelou que comer pouco não era algo que o incomodava, e que o mais difícil não foi enfrentar a falta dessas necessidades básicas, e sim algo que nem imaginou: “Um dos momentos mais difíceis que a gente teve lá no programa foi a chuva e o frio. Mas a gente não imaginou isso. A gente imaginou várias outras dificuldades, e não passar frio no Ceará”.

Em algumas noites durante o programa, a produção teve que intervir e oferecer capas de chuvas para que os participantes aguentassem a forte chuva e ventania do Nordeste: “Eu já tomei muita chuva na minha vida. Nada se compara aquela chuva, naquela intensidade, naquela quantidade, durante o tempo em que rolou. Por ser madrugada, todo mundo cansado, vindo de noites que você já não estava dormindo tão bem. Tem uma hora que você já deita na poça da água mesmo. Porque seu corpo está tão cansado que você já não está conseguindo nem pensar em nada”.

Reprodução/TV Globo

DESISTIR?

Mesmo com as dificuldades, Viegas não pensou em desistir em nenhum momento: “Eu fui com a mente blindada para isso. Quando a gente fala sobre autoconhecimento, envolve muito isso. É o fato de você saber onde você manda bem, quais são seus pontos fortes e também, ao mesmo tempo, mapear e entender quais são seus pontos fracos. Baseado nisso, eu já trabalhei a minha mente".

Sempre pronto para o jogo, ele contou que só ficou de fora das provas em momentos que a equipe achou que era a melhor estratégia naquele momento, mas ele nunca hesitou em dar seu máximo para equipe ganhar as competições.

COMEU BARATA!

Além de passar por todos os perrengues de viver na floresta, comer pouco, dormir no chão e se cansar em provas muito difíceis, seis participantes tiveram que enfrentar um desafio nojento: comer um cardápio nada agradável. 6 larvas de besouro, 2 baratas de Madagascar, 3 olhos de cabra e um shot de fígado cru com boldo e carqueja.

A prova mais famosa de No Limite desde a primeira edição era também com certeza a mais esperada pelos telespectadores. O ex-BBB contou que eles imaginavam que a prova aconteceria em um momento do jogo onde ainda teria mais participantes, logo no começo. Na hora da prova, eles tinham acabado de almoçar.

“Eu comi muito. Conforme a gente foi indo para a prova, a gente viu que não tinha grande estrutura, eu comecei com a galera a imaginar que talvez fosse a prova da comida.  Meu estômago já estava meio rodando pelo fato de ter comido e estar andando debaixo do sol naquelas dunas. Eu já tinha estipulado as minhas táticas que era não olhar para o que eu fosse comer. Só pega, coloca na boca, já mastiga e tenta engolir”, revelou ele.

O ex-participante de No Limite contou que comer as minhocas foi o mais tranquilo, porque não tinha muito sabor. Até o olho de cabra não foi tão ruim. Para ele, parecia uma carne sem tempero, mas que era muito difícil de morder, porque era duro.

“A barata deu trabalho, principalmente porque ela era muito grande. Eu achei que eu poderia primeiro matar ela na mão e depois colocar na boca, mas não. Eu tinha que já matar colocando na boca. Já arrebentar. Matar e mastigar. Com a boca seca, como faz? Porque a casca dela tem uma textura meio difícil de engolir. Em algum momento ali me deu uma certa ânsia. Eu já tinha matado ela, já tinha mastigado. Mas engolir eu estava com muita dificuldade porque a minha garganta estava muito seca”, falou Viegas.

CONVIVÊNCIA

Diferente do Big Brother Brasil,  o cantor falou que a relação com outros participantes era de maior parceria, por causa da formação das equipes.

“O BBB já é um jogo individual e o No Limite começa com equipe. O que eu acho muito legal nisso é que a gente desenvolveu esse espírito de equipe. A gente sempre tentou sincronizar muito bem isso. O lance físico, emocional e psicológico.  As qualidades de cada um, as dificuldades de cada um. Para que a nossa equipe no final sempre tivesse um resultado positivo. você cria tanto esse sentimento de equipe, de família, que quando a gente teve que indicar uma pessoa para o portal e essa pessoa saiu, a gente ficou muito triste”, revelou ele.

Viegas também contou que foi difícil desmanchar as equipes: “A gente criou uma família e depois a gente teve que desfazer essa família”. Mesmo quando o jogo se tornou individual, o músico preferiu continuar tentando manter os participantes da sua equipe, por isso, votou na outra, a Calango.

“Se eu cheguei até aquele top 8 onde fica individual, eu só consegui chegar ali justamente por causa da minha equipe. Que até aquele momento era Paula, Elana e o Zulu. Na minha cabeça é muito estranho eu tirar alguém da minha equipe porque estrategicamente a outra equipe é mais interessante eu ficar perto. Eu ia me sentir meio traidor nisso. Dentro do jogo eu preferia tirar essas pessoas da outra equipe”, contou ele.

PROJETOS MUSICAIS

Trabalhando com a música, Marco Viegas já lançou dois EPs e um álbum em 2015, chamado “Alquimia Sonora”. Para ele, participar de dois reality shows foi uma forma muito importante de dar maior visibilidade ao seu trabalho. Inclusive, após a sua participação no BBB18, ele recebeu diversos comentários positivos em uma de suas músicas, que chegou a mais de 2 milhões de visualizações.

“O meu trabalho ele é muito autoral. Ele tem muito a ver com a minha personalidade, com as minhas vivências, as dores e as delícias de ser quem eu sou. Consequentemente, boa parte das pessoas que se identificaram com o Viegas desde o BBB ou no No Limite, elas conseguem perceber essa personalidade nas músicas”, conta o cantor.

Após a experiência transformadora em No Limite, Viegas pretende trazer seus aprendizados para a música.

“O lance de passar fome, por exemplo, a gente não passou fome. Talvez a gente não comeu tanto quanto a gente gostaria de comer ou está acostumado. Passar fome para mim é quando eu estou na rua e eu vejo pessoas pegando coisas do lixo para poder se alimentar. Não é tirando o mérito de quem participou do No Limite, mas eu quis de uma forma artística mostrar outras coisas, que já estão tão no limite. A nossa paciência para homem que agride mulher já está no limite. O lance da homofobia, quantas pessoas morrem diariamente por causa desse tipo de preconceito, isso já está no limite. A quantidade de famílias que não tem teto enquanto tem prédios abandonados, isso dai a gente já está no limite. Então é uma série que eu retrato isso”.

No próximo álbum do cantor, “Conexão”, ele pretende mostrar esse momento atual da sua vida, representado por autoconhecimento e aprendizados. 

“Ele surge a partir dessa necessidade de conexão pessoal que eu precisei buscar pra entender coisas, para querer explanar essas coisas. Colocar para fora esses sentimentos em forma de música. Um momento muito leve que eu estou vivendo onde eu to preferindo falar sobre coisas boas coisas que eu já vivi, relações amorosas que eu já tive e tudo mais. Eu deixei o coração falar mais do que a caneta em si”, explica ele.

Reprodução/Instagram

APRENDIZADOS

Refletindo sobre sua trajetória em No Limite, Viegas revela não ter arrependimentos no programa e afirma estar muito feliz com a sua participação. 

“Eu acho que eu nunca vivi um momento na minha vida onde eu tivesse tanta convicção do quanto eu sou brabo, quanto eu sou fo**, o quanto eu tenho a capacidade de fazer o que eu quiser a partir do momento em que eu acredito nisso. Ele me deu um sentimento de confiança de autoestima, de empoderamento, de uma série de coisas, de me sentir 'grandão', de me sentir forte, como nunca eu senti na minha vida. Eu trabalhei muito isso antes e durante o programa, foi intenso trabalhar a mente nesse sentido. Então eu sei que eu sai desse programa um cara muito mais forte", finaliza ele.