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Drag queen pioneira no funk, Lia Clark relata desafios no cenário musical: "Já sofri"

Em entrevista exclusiva, Lia Clark relata dificuldades que já enfrentou para conseguir visibilidade e desabafa sobre preconceitos; leia

Julia Palmieri

por Julia Palmieri

jpalmieri@editoracaras.com.br

Publicado em 27/11/2022, às 06h01

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Drag queen pioneira no funk, Lia Clark relata desafios no cenário musical: "Já sofri" - Reprodução/Instagram/ Maicon Douglas Fotografia
Drag queen pioneira no funk, Lia Clark relata desafios no cenário musical: "Já sofri" - Reprodução/Instagram/ Maicon Douglas Fotografia

Vivendo um momento importante da sua carreira, Lia Clark lançou o seu álbum Lia (pt.1) no início deste ano e tem feito grande sucesso, além de estar rodando o Brasil com shows. A cantora também fez em setembro uma apresentação pela primeira vez no Rock in Rio. 

Em entrevista exclusiva com a CONTIGO!, além de contar detalhes do processo criativo do álbum, ela também falou sobre como lida com as críticas e comentários negativos.

“As pessoas sempre vão falar mal, né? Sempre vão encontrar algum defeito. Sempre alguma pessoa você não vai agradar. Depois de tanto tempo lançando clipes e músicas do meu estilo, do meu jeito, eu já estou meio calejada com a recepção, com o gostar e não gostar. O que eu sempre fico ansiosa é quando eu vou lançar uma música nova né, que meus fãs nunca escutaram. E ai me dá um frio na barriga de como que essa música vai chegar neles”, comentou ela.

Lia Clark abriu o coração ao falar do preconceito que já sofreu por ser da comunidade LGBTQIAP+ ao longo da sua vida e como isso dificultou também a sua carreira musical.

“Preconceito a gente já nasceu sofrendo, né, pelo fato de eu ser LGBT, ser preto, ser pobre. O preconceito ele me segue desde o primeiro dia da minha vida. E sendo a primeira drag queen funkeira eu já sofri muito no meio artístico mesmo, de outros artistas não quererem trabalhar comigo. Muitas pessoas já tentaram invalidar o meu jeito de fazer música, pelas minhas letras, pelo meu ritmo, pelo meu alcance vocal. Então a gente está sempre aí, fazendo o nosso e recebendo o que as pessoas tem para dar. Algumas pessoas, tem para dar amor, algumas pessoas tem para dar ódio, algumas pessoas até dão dicas. Eu adoro quando me mandam dicas e conselhos que vão poder me ajudar de alguma forma né, não só críticas com ódio, desabafou ela.

Em seguida, ela revelou que teve muito apoio dos seus familiares e amigos nesses momentos desafiadores.

“Eu passei por essas dificuldades acreditando muito em mim. E eu tenho uma sorte muito grande de estar rodeado de pessoas que gostam de mim, que acreditam em mim. Eu digo, família, amigos e fãs, que são as pessoas que me colocam no topo, que me lembram o quão incrível eu sou. Que tem pessoas que realmente gostam. Então a minha força vem 100% disso”, afirmou.

A drag queen ainda mencionou os sonhos que quer conquistar na sua vida: “As vezes eu falo que eu gostaria muito de ter uma música que ultrapassasse a bolha. Uma música muito grandona minha que o Brasil inteiro soubesse. Eu tenho Chifrudo e Trava Trava que são duas músicas que marcaram muito uma geração, mas elas são bem nichadas para o publico LGBTQIA+. Mas eu ainda tenho esse sonho de ter uma musica grandona pra todo mundo. Na vida pessoal eu tenho vários sonhos, comprar um carro, comprar uma casa, sempre o sonho da gay pobre”.

Por fim, Lia Clark aproveitou o momento para deixar uma mensagem motivacional para os seus fãs, incentivando eles a irem atrás de seus sonhos.

“Muito obrigada pelo apoio de sempre, porque vocês que me fazem estar aqui, vocês que me dão essa força, porque é muito difícil. Não deixem de acreditar em vocês, a gente sempre vai esbarrar nessas pessoas que de alguma forma vão dize que a gente não é capaz, que a gente não deve acreditar. Às vezes a gente acaba acreditando e tudo bem porque a gente não precisa ser forte 100% do tempo na nossa vida. Mas sempre tente buscar aquela força que a gente nem sabe da onde vem. Acredite em você e vai atrás do teu porque só você pode ir. Obviamente temos amigos, família, pessoas que amamos que vão nos ajudar, mas só você pode fazer por você”, finalizou.

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