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De volta, 'Hilda Furacão' ganhou status cult ao confrontar a moral e os bons costumes com trama política

Estreando no catálogo do Globoplay, minissérie de 1998 escandalizou ao enfrentar o conservadorismo sem pudores

Gustavo Assumpção Publicado em 19/07/2021, às 10h23

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De volta, 'Hilda Furacão' ganhou status cult ao confrontar a moral e os bons costumes com trama política - Reprodução/TV Globo
De volta, 'Hilda Furacão' ganhou status cult ao confrontar a moral e os bons costumes com trama política - Reprodução/TV Globo

Entrando no catálogo do Globoplay nesta segunda-feira (19), a minissérie Hilda Furacão é um dos grandes trabalhos de Gloria Perez. Baseada no romance de Roberto Drummond e marcando a estreia de Ana Paula Arósio na Globo, a trama exibida em 1998 ganhou um ar cult ainda durante a sua exibição.

Com cenas fortes e marcantes, uma trama polêmica que unia religião e política para criticar a alta sociedade mineira, a minissérie de 32 capítulos é marcada por personagens inesquecíveis.

Hilda Furacão gira em torno do destino de três personagens amigos na infância: Malthus (Rodrigo Santoro), Aramel (Thiago Lacerda) e Hilda (Ana Paula Arósio), que terão seus destinos transformados não só pela sociedade hipócrita em que vivem, mas também pela efervescência política dos anos 60. Afinal, o que levou a jovem de olhos azuis e beleza clássica, filha de uma tradicional família de classe média a desistir de um casamento e se tornar prostituta e escandalizar a sociedade mineira?

Ambientada na fictícia Santana dos Ferros, Hilda Furacão opõe conservadores e progressistas, mostrando um retrato forte dos defensores da "família e dos bons costumes", massa que será base para o Golpe Militar de 1964. As cenas gravadas em Tiradentes colocam em contraste essa disputa entre aparência e essência, algo que vai definir o destino do Brasil.

Primeiro trabalho de Ana Paula Arósio na Globo, a minissérie começou a ser gravada sem a presença da estrela que ainda finalizava Os Ossos do Barão, no SBT. De jovem promessa, a atriz foi alçada ao posto de uma das grandes estrelas da TV brasileira. Com sua beleza marcante e um talento raro, a global marcaria as produções da emissora na virada para os anos 2000 (viriam ainda Terra Nostra, Os Maias e a problemática Esperança). 

Na memória dos telespectadores, Hilda Furacão ficou marcada como uma trama "proibida", com cenas pesadas, discussão de tabus e atuações viscerais de seus protagonistas. Mas, essa definição não coloca sobre a mesa todas as qualidades de Glória Perez na condução da adaptação.

Com base nos relatos daqueles que militaram nos rebeldes anos 60, como o ator Mário Lago e o ex-dirigente comunista Apolônio de Carvalho, a autora se inspirou na obra original para construir uma trama que segue atual. O grande interesse do mercado internacional (a trama foi vendida para Angola, Argentina, Cabo Verde, Chile, Honduras, México, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Rússia e Venezuela) também mostram uma certa universalidade do que é contado pela novelista. Hilda Furacão é sedutora tal qual sua protagonista e simbólica sobre nosso apreço pela implosão daqueles que ousam questionar "a família, a moral e os bons costumes". Simbólica.