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Exclusivas / Estreia de peso

Claude Troisgros promete um ''reality de gastronomia mais amoroso'' em 'Mestre do Sabor'

Primeiro reality de culinária da Globo promete ambiente menos agressivo

Leandro Fernandes Publicado em 03/10/2019, às 11h24 - Atualizado às 11h24

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Claude Troisgros fala sobre o 'Mestre do Sabor' - Divulgação/Globo/Victor Pollak
Claude Troisgros fala sobre o 'Mestre do Sabor' - Divulgação/Globo/Victor Pollak

Claude Troisgros está prestes a enfrentar o maior desafio de sua carreira na TV: o comando do primeiro reality show de gastronomia na Globo.

O chef, com anos de experiência no GNT, estará à frente do Mestre do Sabor, que estreia na Globo o formato e o gênero: é o primeiro programa 100% focado na gastronomia na emissora carioca. Ao lado do parceiro de longa data Batista, Claude será apresentador e, por vezes, jurado da competição.

Conversamos com o chef a respeito da expectativa em relação ao reality e sobre a identidade do programa, mais calorosa e menos voltada para broncas e humilhações de candidatos.

CONTIGO!: O formato é inédito, estreia dos realities gastronômicos na Globo e além de tudo estará no horário nobre. É muita pressão?
Claude Troisgros: Toda estreia de um programa gera um pouquinho de pressão, seja no horário nobre ou não, na Globo ou não. Mas passou o primeiro momento, vai. Eu já estou há 15 anos fazendo programas de gastronomia no GNT então estou bastante acostumado, hoje em dia, com as câmeras e esse momento da estreia. Mas eu não vou esconder que, realmente, o meu primeiro programa na Globo, em horário nobre, gerou uma grande expectativa e um nervosismo que passou muito rápido quando comecei a gravar.

C!: Muitos realities culinários se estabelecem sobre a ideia de mostrar pessoas passando perrengues e/ou sendo xingadas por chefs. Outros são mais delicados e focam sempre na parte positiva da cozinha. Em qual campo se encaixa o Mestre do Sabor?
CT: Se encaixa no segundo caso, realmente somos mais delicados e focamos na parte positiva da cozinha. Mas desde o primeiro momento ficou muito claro que o Mestre do Sabor seria um reality mais amoroso, mais aconchegante, onde a gente valoriza o cozinheiro, e também o pequeno produtor e o produto brasileiro. Temos uma pegada do bem, da positividade, com ensinamento e cultura que se misturam dentro de um reality de gastronomia. É um programa onde tudo está acontecendo: cozinha, muito amor, emoção, humor... É bem completo.

C!: É importante que o telespectador no sofá consiga usar aquilo que veja no reality no dia-a-dia?
CT: Sim, é importante que ele se reconheça naquilo que está assistindo. As pessoas assistem, obviamente, pelo fator do divertimento, estão na frente da televisão para se divertir com aquele momento. Mas falando de um programa de gastronomia, muitas vezes elas também são apaixonadas por culinária e querem repetir as receitas que estão sendo mostradas. Agora, é uma competição. A gente pode gerar alguns elementos favoráveis para o preparo daquelas receitas, como o produto, por exemplo, - e a gente focou muito no produto brasileiro -, mas o chef profissional que está participando vai preparar a receita que ele quiser. É focado no Brasil, mas pode ser uma cozinha tradicional, uma cozinha de panela, uma cozinha moderna, uma cozinha molecular. Ele vai usar o produto da maneira que ele quiser, com dificuldade ou simplicidade.

C!: Se você tivesse que escolher um único prato como o "prato do seu coração", qual seria?
CT: Eu não tenho só um, tenho dois. Meu prato realmente do coração, com o qual eu fui educado pela minha avó italiana, que cozinhava cozinha italiana como ninguém, que é um nhoque com molho de tomate que ela fazia todo domingo. Eu ajudava ela a fazer, então isso está gravado na minha memória. Outro, do lado do meu pai, já falando dos anos 60/70, onde um prato emblemático da cozinha francesa foi criado no restaurante da minha família que é o salmão com azedinha. Para mim, também é um prato que marcou a minha história e a minha infância.

C!: Como valorizar a cozinha brasileira, afetiva e familiar em um reality com chefs profissionais?
CT: Acabei já respondendo essa pergunta, mas só para apontar um pouco mais, a gente valoriza o Brasil. Temos um chef português como mestre, que representa a comida que tem a ver com a história do Brasil, mas focamos muito no pequeno produtor brasileiro, nos produtos brasileiros, no sabor brasileiro. E passamos para os nossos chefs cozinheiros essa pegada do Brasil. Eu sou francês, mas durante 40 anos foi meu trabalho e minha filosofia valorizar o produto fresco do Brasil. E a pegada do programa é essa.

C!: A amizade e parceria entre você e Batista tem anos. Isso facilita ao dividir os holofotes assim?
CT: Eu só tenho amigos no programa. O Batista, que é meu parceiro, amigo, trabalha comigo há 38 anos. Começou como lavador de louça, foi meu primeiro funcionário, e hoje em dia é o meu melhor amigo, a gente se vê todo dia o tempo todo. É um grande cozinheiro. E os mestres, primeiramente a Katita (Kátia Barbosa), eu vi crescer na cozinha. É uma pessoa que suou na vida. Vi ela com seu primeiro botequim na Praça da Bandeira, e depois evoluir, crescer na vida, com uma sabedoria incrível. O Leo Paixão eu também conheço há muito tempo. Ele tem essa cozinha mineira um pouco modernizada, mas respeitando a tradição mineira da cozinha de panela, uma cozinha de alma incrível. É uma pessoa com uma personalidade amorosa muito forte. E o nosso amigo José Avillez, a gente se conhece tão bem há tantos anos. Ele trabalhou comigo há mais de 30 anos, o primeiro estágio de cozinha que ele fez foi no Olympe. Foi um pupilo meu, vamos dizer assim, e hoje em dia é um dos maiores chefs do mundo, reconhecido internacionalmente pela qualidade e a criatividade da comida sempre baseada no produtor português e, obviamente, brasileiro. São todos amigos e a gente se deu muito bem no programa. Foi uma sinegia muito forte, amorosa, respeitosa, engraçada e emocionante.

C!: É muito diferente avaliar chefs profissionais, pessoas que sabem bem o que estão fazendo (ou pelo menos deveriam) e amadores, como no Que Marravilha - Aula de Cozinha?
CT: Obviamente é diferente. O profissional vai direto ao assunto, não tem corte de caminho. Ele sabe o que está fazendo. O chef amador não, ele vai seguir o que você mostrou. Ele repete, cria uma receita, geralmente de família, onde ele está seguro, não muda muito o caminho da receita. É totalmente diferente, a pegada é diferente. No amador tem essa pegada mais solta, mais “caseira”, eu diria.

C!: O Mestre do Sabor estreia quando a TV brasileira já teve uma enxurrada de realities culinários. O que diferencia o programa dos outros?
CT: O diferencial é justamente esse lado onde é uma competição, um reality show com cozinheiros profissionais que vão tentar ganhar um prêmio e ter um título importante na vida deles profissional, mas tem uma pegada em geral muito mais cultural. A gente ensina, respeita o pequeno produtor, o cozinheiro, o produto brasileiro. É um programa onde tem humor, a gente ri; emoção, a gente chora; cozinha, a gente cozinha... E tudo isso envolvido em um reality show que estreia dia 10 de outubro.

Como Claude bem lembrou, o Mestre do Sabor estreia no dia 10 de outubro e vai ao ar no mesmo horário que o The Voice Brasil, logo após A Dona do Pedaço. Além de Claude como apresentador e o amigo Batista como seu assistente, o programa conta com Kátia Barbosa, Leo Paixão e José Avillez como os mestres, responsáveis por aconselhar os candidatos e montar times, ao estilo The Voice.