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Exclusivas / PRECONCEITO

Hugo Bonemer diz que homofobia prejudicou sua vida pessoal e profissional: “Não pude sonhar”

Em entrevista para a CONTIGO! Novelas, Hugo Bonemer, do ‘Vai Que Cola’, revela como o preconceito afetou sua vida e anuncia novos projetos na carreira

CONTIGO! Novelas Publicado em 05/03/2023, às 18h06

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Hugo Bonemer revela como homofobia prejudicou sua vida - Divulgação/ Oseias Barbosa
Hugo Bonemer revela como homofobia prejudicou sua vida - Divulgação/ Oseias Barbosa

Na pele do sexy comissário de bordo Ruan, do Vai Que Cola, no Multishow, Hugo Bonemer experimenta as delícias do humor. Exemplo na luta contra a homofobia, ele fala com leveza sobre a orientação afetiva e, por meio da carreira, combate o preconceito. Para o futuro, novidades no cinema!

Como surgiu a oportunidade de você entrar para o elenco do Vai Que Cola?

"Começou há 12 anos, quando Paulo Gustavo me viu no palco do musical Hair e foi muito generoso, me dando a primeira oportunidade para fazer TV no programa 220 Volts, no Multishow. Desde então, fui acolhido por seu grupo de amigos e participei de outros projetos até chegar ao 'Vai Que Cola'."

Como é voltar a viver Ruan nesta temporada?

"É um prazer interpretar qualquer personagem junto desse elenco!"

E o processo para criá-lo, como foi?

"A criação é toda pelo texto. Ele é apaixonado pelo Ferdinando, obstinado, workaholic, tem uma filha... Espero estar em todos os aviões que o elenco pegar nas próximas temporadas (risos)."

Quais foram suas inspirações para esse papel?

"Os próprios comissários de bordo que observo nos aviões, mas não conheço ninguém específico."

Como é o clima nos bastidores com o Marcus Majella e do Pedroca Monteiro?

"Em uma cena dessa temporada, o Ferdinando comenta que o Alejandro tem bafo matinal... Tivemos que cortar pelo menos dez vezes seguidas, porque ninguém parava de rir. Inclusive, só de voltar a pensar nisso já me dá vontade de rir. Se você reparar bem na cena, o Pedroca saiu rindo. Foi maravilhoso!"

Qual a melhor parte de atuar em um humorístico?

"O descompromisso com a realidade é muito libertador para o trabalho do ator."

Você tem um posicionamento muito forte no combate a homofobia. Sendo assim, qual importância do Ruan em sua trajetória?

"O Ruan chegou com a naturalidade do interesse amoroso e recíproco do Ferdinando, sem que isso seja o foco da graça, transferindo o humor para os encontros e desencontros do casal e colocando a audiência para torcer por eles. Também traz o Ruan com uma filha e não se preocupa em explicar se ela é biológica, adotada, com mãe ou ex-marido…"

Por que decidiu expor algo tão pessoal como sua orientação afetiva?

"Me senti encorajado por profissionais que admiro. Estar com uma carreira em construção é diferente de já ter aproveitado os louros de uma vida estável, mas mentir não era mais sustentável para mim."

Em algum momento teve receio de que seu discurso pudesse prejudicar sua carreira?

"É comum que me perguntem sobre o medo de prejudicar a carreira como se a homofobia tivesse brotado no mundo a partir de quando eu entrei no mercado de ator. A homofobia sempre prejudicou a minha vida. Desde que nasci, me percebi homoafetivo e não pude sonhar com uma vida em paz ao lado de alguém que eu naturalmente me interessasse, como percebia nas famílias, nos filmes e nas ruas com casais heteroafetivos. Prejudicar a carreira era uma das minhas menores preocupações dentro do quão agressiva a homofobia é."

Recentemente, você também participou do espetáculo Tudo ao Contrário. Qual a importância desse projeto e como foi voltar aos palcos?

"Foi minha volta ao palco depois da pandemia e eu precisei praticar muito para recuperar a confiança de estar ali. O projeto existe há seis edições e destina a verba de ingressos para uma casa de acolhimento a pessoas LGBTs expulsas de casa por famílias criminosas, e para a sociedade Viva Cazuza, que, em parceria com a prefeitura, dá sequência aos cuidados de crianças que possam nascer de mães que vivam com HIV."

Além desses projetos, também teve a estreia do longa Domingo à Noite no ano passado e Um Dia Cinco Estrelas, programado para este ano. Como estão seus projetos no cinema?

"Estou em Silêncio Bruto, um curta com a maior parte do elenco e equipe surdos, que continua circulando em festivais e fazendo apresentações por todo o País. Neste ano também estreará Trolls 3, animação na qual dou voz ao personagem Tronco. Estou muito empolgado com esse novo filme."

Outros planos para o futuro? Alguma novidade que possa nos adiantar?

"Tenho feito alguns trabalhos como diretor e, confesso, estou gostando muito dessa função. Acredito que é algo que vai se repetir mais vezes a partir de agora."