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Allan Souza Lima revela desgaste emocional ao viver assassino Cristian Cravinhos: "Muito difícil"

Filmes que retratam o caso Von Richtofen estreiam após críticas e grande expectativa; para o ator, debate é importante

Gabriela Cunha Publicado em 24/09/2021, às 10h00

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O ator contou com detalhes a difícil tarefa de interpretar um dos condenados pelo assassinato dos pais de Suzane Von Richthofen - Reprodução/ Robson Maia/ Divulgação
O ator contou com detalhes a difícil tarefa de interpretar um dos condenados pelo assassinato dos pais de Suzane Von Richthofen - Reprodução/ Robson Maia/ Divulgação

Nesta sexta-feira (24) chega à Amazon Prime os longas A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais, filmes que trazem diferentes versões de um dos mais chocantes crimes da história policial brasileira.

São duas produções com visões complementares sobre os assassinatos hediondos praticados pelos irmãos Cravinhos e pela jovem Suzane von Richthofen, que em 2002 arquitetaram e efetivaram a morte do casal Manfred Albert von Richthofen e Marísia von Richthofen. A brutalidade do crime até hoje motiva um debate sobre a espetacularização exagerada dessas tragédias. 

Dar vida ao assassino Cristian Cravinhos, um dos condenados pelo crime, foi uma tarefa difícil para Allan Souza Lima. “Foi um desgaste emocional muito grande”, contou ele em uma conversa sincera com a CONTIGO! em que também relata as dificuldades que enfrentou para construir o personagem.

Com roteiro desenvolvido pela especialista Ilana Cassoy e pelo roteirista Rafael Montes, a produção propõe duas versões diferentes sobre o crime - a primeira pelo olhar da menina que mata os pais e a segunda pelo olhar dos cúmplices. A direção é de Maurício Eça.

“Acho interessante também as pessoas entenderem um pouco sobre essa história que gerou tanta polêmica na época. Ninguém está apoiando nada, deixamos isso bem claro. Então talvez seja, por um lado, importante as pessoas entenderem o que realmente aconteceu, os dois lados da história, o que leva a cabeça do ser humano a chegar nesse lugar”, defende o ator.

Durante o processo de produção, ele revela que tentou entrar na cabeça desses personagens. “ Acho que a pergunta clara, para mim, desde o início, que me levou a desenvolver esse trabalho, foi 'O que leva o ser humano desde o momento em que ele pensa, até a execução final do ato?'. Essa pergunta foi contínua durante todo esse processo”.

Retratação cinebiográfica de Suzane e Cravinhos em prisão

Com mais de 30 trabalhos realizados entre TV, cinema e teatro, o artista garante que a esse foi um dos papéis mais difíceis de realizar por se tratar de uma obra baseada em um crime real. “Pela primeira vez num trabalho, estou representando uma pessoa que existe, então a parte mais difícil foi desenvolver esse trabalho técnico. Tive que fazer um estudo muito matemático, não tinha uma liberdade poética”.

"Tinha que entender como ele falava, a postura dele, a forma como se comunicava. Exigia um estudo de análise corporal e psicólogo muito mais delicado. Diferente de outros personagens que temos a licença poética de criação", avaliou o ator.

Durante a preparação, o ator perdeu seis quilos para construir um visual mais próximo ao criminoso. O processo estressante de interpretar o personagem trouxe muitos problemas ao ator, que teve que se submeter a terapia para se desconectar. Ele acredita que esse trabalho é um divisor de águas em sua vida pessoal. "O filme em geral foi bastante difícil. Tinha uma luta entre o controle emocional e a parte técnica, que eram muito presentes, não podíamos criar qualquer coisa".

"Exigia um trabalho muito específico do que já existia, a gente não podia mudar muito o texto. Junto a isso, o trabalho emocional. Então vejo uma balança nesse jogo nas filmagens em momentos cruciais, em que tinha que ser respeitado o jogo racional de quem realmente eram essas pessoas, junto com o jogo emocional. A gente tinha que ficar muito atento pra não se perder", avaliou o intérprete.

DEBATE NAS REDES SOCIAIS

Assim que os filmes foram anunciados, um debate surgiu nas redes sociais. Afinal, produções baseadas em crimes hediondos ajudam a entender esses crimes ou colaboram para a espetacularização? Para o ator, esse debate não tem resposta fácil.

“É muito delicado porque é um filme polêmico. Da mesma forma que muita gente está esperando esse momento, para ver essa história, também tem muita gente criticando, pelo filme ter sido feito. Mas sempre falo que não foi o cinema que inventou o crime. Estamos aqui só para contar uma história”, opina ele que convida o público a refletir. "Acho que nós, como atores, representando esses papéis, conseguimos chegar nesse lugar, fazer com que as pessoas reflitam sobre isso”.