Pais de Primeira - TV Globo
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Crítica: Com texto delicado e atuações comoventes, 'Pais de Primeira' é grata surpresa

Seriado estrelado por Renata Gaspar e George Sauma é aposta acertada aos domingos

Gustavo Assumpção Publicado em 13/12/2018, às 18h17 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

Após assistir aos episódios iniciais de Pais de Primeira​, série exibida aos domingos pela TV Globo, é difícil permanecer apático. Isso porque embora trate de um tema que não é comum a todos - a maternidade (e paternidade, obviamente) - todos nós, em maior ou menos grau, já protagonizamos situações familiares parecidas como as que vivem o desastrado casal que dá corpo e espírito para uma das séries mais surpreendentes do ano.

Ágeis e carismáticos, o casal Tais (Renata Gaspar) e Pedro (George Sauma) mostra em situações despretensiosas, e por vezes ridículas, o turbilhão de emoções que representa a chegada de um novo membro à uma família de classe média: as dores e delícias, as incertezas e exageros, as tristezas e percalços. Apesar de optar claramente pelo flerte com o humor das sitcoms​, não estranhe se em algum momento você acabe indo às lágrimas. Mérito total do texto enxuto e repleto de referências de Antonio Prata, que assina a redação geral com a colaboração de Chico Mattoso, Thiago Dottori, Bruna Paixão e Tati Bernardi.

Pratinha, aliás, é um dos autores que mais tem investido nessa tentativa de estabelecer reflexões sobre o tema - seja nas crônicas em que esmiúça a relação pai-filho (s) que assina em um dos maiores jornais do país, seja nas suas inspiradas aventuras literárias (Nu, de Botas, publicado pela Companhia das Letras em 2016 é um exemplo). A vivência pessoal, o olhar sensível e a experiência em colaborações em dramaturgia (como nos sucessos Avenida Brasil  e Sob Pressão) constroem um texto seguro, desenvolto. 

Em Pais de Primeira, há ainda uma gama de coadjuvantes luxuosos, como a exagerada Rosa, papel de Marisa Orth mostrando toda a veia cômica que lhe é peculiar. Daniel Dantas, Heloísa Périssé, Nelson Freitas e Monique Alfradique, ambos craques, seguram cenas que poderiam tender ao ridículo. Aqui, é evidente um trabalho minucioso sem prepotência dos diretores Luiz Henrique RiosFlávia Lacerda e Daniela Braga.

Mas, não há como não exaltar a dupla principal. Renata Gaspar e George Sauma são protagonistas inesperados, mas que ensinam uma lição valiosa: é preciso pensar em produtos cujas estrelas não sejam sempre as mesmas. Aqui, ambos entregam atuações maduras e seguras em que surgem camadas de significado. Mostram que merecem alçar voos maiores, sobretudo em produtos de maior pretensão.

Pais de Primeira tem se consolidado como uma aposta acertada, já que sua delicadeza parece casar perfeitamente com as famílias que se reúnem em frente à TV nos almoços de domingo. Inevitável não se pegar comovido com sequências em que a intenção inicial parecia ser apenas rir. Se não tiver amor não tem graça, diz a canção que abre o seriado*. Aqui há muito o que se divertir e sentir, nem que ao fim só se revele aquilo que é mais ridículo em nós.

 

*A canção de abertura é composta pelo protagonista, George Sauma

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