Crítica: Vladimir Brichta fez muita falta à ‘Segundo Sol’

Em uma novela com tantos personagens marcantes e carismáticos – como Laureta (Adriana Esteves), Karola (Deborah Secco), Beto (Emilio Dantas), Clovinho (Luis Lobianco), Roberval (Fabricio Boliveira) e Rosa (Letícia Colin, entre outros – a saída de um ou outro nem deveria fazer tanta diferença. Mas Remy fez muita falta a Segundo Sol. Isso já havia ficado evidente assim que o papel de Vladimir Brichta “morreu”.  Mesmo assim, João Emanuel Carneiro foi habilidoso ao criar uma sucessão de tramas, não dando tempo para o público respirar ou se sentir órfão do charmoso picareta. Mas, após Remy “ressuscitar” , ficou evidente o quanto Vladimir é uma peça fundamental nessa história.

Os embates entre Remy e Laureta são verdadeiros duelos verbais de pura ironia. Casados na vida real, Vladimir e Adriana já haviam comprovado essa química sensacional em Coração de Estudante (2002), como Amelinha e Nélio, e em Kubanacan (2003), na pele de Enrico e Lola. E, agora, o casal leva o espectador à loucura toda vez que esses irmãos das trevas se encontram.

Com Deborah não é diferente. Remy e Karola botam pra ferver juntos e só a pateta da vilã não percebeu ainda que ela deveria ter dado um pé na bunda de Beto Falcão para ficar de vez com o bon vivant mais querido da TV brasileira. E a sensação é exatamente essa: é muito bom odiar o picareta integrante da família Falcão. Vladimir domina como poucos a arte da boa comédia. Sabe fazer rir sem cair para a caricatura e, mesmo em cenas de mais densas, consegue injetar humor, deixando as sequências muito mais saborosas. Segundo Sol está chegando ao fim, mas é muito bom ter Vladimir Brichta em nossa tela nas emoções finais da trama das 9.