O ator Beto Militani não defende seu vilão de 'Amor Perfeito', o delegado Ciro Albuquerque, e revela que personagem terá um triste fim; veja
O ator Beto Militani, que interpreta o vilão Ciro Albuquerque na novela Amor Perfeito, concedeu uma entrevista exclusiva para a CONTIGO! e conta como foi o desafio de dar vida a um personagem que vai contra as suas ideologias e valores, e como ele se preparou fisicamente e emocionalmente para as cenas mais intensas da novela.
Beto Militani é um ator mineiro que começou sua carreira no teatro, onde atua há 22 anos. Ele faz parte do Giramundo Teatro de Bonecos, um grupo de Belo Horizonte que faz espetáculos com bonecos, e participa da peça Alice no País das Maravilhas. Ele também é músico e toca vários instrumentos, como canto, pandeiro, violão e gaita. Ele tinha uma banda de blues em Belo Horizonte, chamada Legado Blues, que ele pretende retomar em breve.
Amor Perfeito é a primeira novela na TV e na Globo de Beto Militani, e ele conta que foi um desafio dar vida a um personagem que vai contra as suas ideologias e valores. “O Ciro desde o começo pra mim ele era um desafio, mas enquanto ator eu fico sempre muito instigado quando o personagem me desafia, porque o Ciro é um homem que vai contra as minhas ideologias, ele vai contra a minha forma de pensar o mundo”, diz ele.
O ator diz que recebe as críticas do público com carinho e gratidão, pois elas são uma resposta ao seu trabalho. “Quanto mais as pessoas se irritam com o Ciro, quanto mais odeiam o Ciro Albuquerque, acho que é a resposta de que o trabalho está no caminho certo”, afirma.
Beto Militani também revela as referências e inspirações que ele usou para compor o personagem, que se passa na época do fascismo e do nazismo. “As referências que eu tive para a construção do Ciro são Mussolini [líder do fascismo italiano], Francisco Rolão Preto [líder do fascismo português], mas também tem um outro lado dessa composição física dele, que provém um pouco dessa postura do exército, da esgrima”, explica.
O artista conta sobre como ele se preparou fisicamente e emocionalmente para as cenas mais intensas da novela, como as que envolvem tortura e agressão à esposa, interpretada por Lucy Ramos. “Essas cenas de violência doméstica foram muito difíceis de fazer, porque isso tá muito longe da minha índole e aí que entra o trabalho do ator no sentido de trazer isso com o máximo de veracidade”, conta.
Sem spoiler, Militani comenta sobre a sua expectativa em relação ao final do seu personagem na novela. “Quanto ao destino do Albuquerque, como dizia minha avó: ‘Pau que nasce torto, morre torto’. Ele não terá um destino muito bom”, diz ele e completa:
"Não gosto de ficar defendendo personagens, principalmente personagens como o Albuquerque, que tem uma sina importante dentro da trama. Ele cumpre uma função dentro da trama. Meu desejo sempre é ser um espelho daquilo que as pessoas precisam enxergar. Acho que a função do ator na sociedade é justamente representar aquilo que as pessoas precisam ver, porque dentro de muitos de nós nessa nossa sociedade existem Albuquerques por aí. Assim como existem Gaspares, Anselmos e Turíbios", conta, se referindo a outros antagonistas da trama.
Além da novela, Beto Militani também se dedica ao teatro e à música. Ele faz parte do Giramundo Teatro de Bonecos, um grupo que faz espetáculos com bonecos há 53 anos, ele entro no grupo em 2013.
O ator conta que após o fim das gravações de Amor Perfeito voltará a apresentar com o grupo a peça Alice no País das Maravilhas em Juiz de Fora nos dias 13 e 14 de setembro. “É um espetáculo maravilhoso, que é a história da Alice contada pelos bonecos do Giramundo e pelo Lewis Carroll, que é o escritor da história, que no caso sou eu que interpreto, e a Fernanda Takai, que faz a Alice no nosso espetáculo”, conta.
Não perca nenhuma notícia dos famosos: siga a Contigo! no Instagram.
