Em coletiva de imprensa, familiares de Paulo Gustavo e a diretora do novo filme, ‘Filho da Mãe’ dão detalhes sobre a nova produção
Filho da Mãe, novo filme de Paulo Gustavo, falecido há um ano e meio, está sendo lançado neste 16 de dezembro pela Amazon Prime Vídeo. Em coletiva de imprensa, Thales Bretas, Déa Lúcia e Susana Garcia, diretora e amiga do humorista, deram detalhes dessa produção.
A ideia do filme surgiu após a peça musical, de mesmo nome, que o ator fez ao lado da mãe antes de falecer. Ele e Déa viajaram o Brasil com o repertório musical que ela usava para cantar nos bares quando era jovem. Essa foi a forma que Paulo encontrou de homenagear a mãe e colocá-la novamente no palco para realizar seu sonho: ser cantora.
A partir da peça, surgiu a ideia de gravar os bastidores de tudo o que rolava entre mãe e filho para, então, virar uma série documental na Amazon. Entretanto, com os planos todos prontos, a repentina morte de Paulo Gustavo mudou o rumo do projeto. Filho da Mãe acabou sendo, também, uma forma de representar quem foi o Paulo em sua vida pessoal e profissional, sem deixar de homenagear Déa Lúcia.
“Foi fundamental a participação da família”, comentou Malu Miranda, head de Conteúdo Amazon Studios. “A Ju [irmã de Paulo] como codiretora, dona Déa, Thales, e todo mundo entender fundamentalmente o que o Paulo Gustavo fazia em vida”.
A ideia principal era mostrar a genialidade de Paulo no humor, mas também, com muita emoção, mostrar a humanidade e o lado mais íntimo que os fãs não conheciam. “Ele queria justamente isso, um mix de emoções e, ao mesmo tempo, risada”, relembrou Thales.
Como o projeto já havia sido pensado pelo artista, seis episódios já estavam editados, mas tomaram um caminho diferente. “A gente pegou esse material que a gente tinha e transformou em algo ainda mais impactante”, completou o viúvo.
Susana Garcia, a diretora do filme Filho da Mãe, ainda contou que quis expor os pilares fundamentais da vida do ator: o amor, a relação com a mãe, com a família, amigos, vida profissional, sexualidade e desejo de ser pai. “E o recorte que a gente usou foi o início da vida profissional dele, que ele começa se inspirando na mãe, no ‘Minha Mãe é uma Peça’, e termina homenageando a mãe com o ‘Filho da Mãe’”, disse ela.
Como Susana era muito próxima do humorista, se bloqueou, por muito tempo, de qualquer vídeo e foto de Paulo para conseguir enfrentar o luto. Entretanto, por causa da produção, precisou estar totalmente envolvida e percebeu que, na verdade, o filme traz felicidade e a alegria de viver que o humorista passava.
“É uma forma de trazer ele de volta para a vida das pessoas, porque ele foi embora de uma forma tão repentina, tão trágica, que a gente fala que é um reencontro, para trazer o melhor dele”, completou a diretora.
A grande diferença deste projeto para os outros de Paulo Gustavo é justamente trazer o que os fãs não estão acostumados a ver. “É como se fosse o saber de uma intimidade revelada. Porque o Paulo Gustavo era aquilo tudo”, comentou Susana. Para isso, eles fizeram questão de abordar, também, as inseguranças e vulnerabilidades do humorista, tanto no trabalho, quanto na vida pessoal.
“Isso foi muto pensado para colocar esse lado dele e revelar o que as pessoas não conhecem”, completou.
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A diretora do documentário ainda revelou que sentiu a presença do amigo em toda a parte da produção. “Cada post it era uma cena e eu falava: ‘Isso aqui o Paulo Gustavo amaria’. Tudo era pensando nele”, contou. “Lembro que quando terminei eu falei: ‘Tenho certeza que isso está aplaudível, porque está exatamente como ele gosta’”.
Para trazer todo o olhar do humorista, sua irmã, Juliana Amaral, foi codiretora e muito importante em todo o processo. “Ela também tinha aquele olhar crítico. Ela sabia exatamente qual piada era legal, porque eles dois eram muito unidos”, disse a mãe, Déa Lúcia.
Além de tudo o que Paulo Gustavo representou para o humor e para a arte brasileira, Susana Garcia também pensou no futuro: Romeu e Gael, os filhos do ator com Thales Bretas. “Quando eu estava fazendo eu pensava: ‘Romeu e Gael, daqui anos, vão assistir isso’. Então isso também é um registro para eles”, comentou.
“Eles vão ouvir falar desse pai, mas não vão ter a vivência com esse pai, então esse registro vai deixar muito forte o que é esse pai e o que ele representa para as pessoas”, finalizou.
Paulo Gustavo 
