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Isabelle Drummond é uma feminista em evolução

De volta às novelas como protagonista de Novo Mundo, da Globo, a atriz revela ser defensora de direitos iguais e admiradora de figuras fortes como sua mãe

Por Ligia Andrade / Fotos: Johansson Correia Publicado em 15/03/2017, às 10h15 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Versão feminista de Isabelle Drummond - Fotos: Johansson Correia
Versão feminista de Isabelle Drummond - Fotos: Johansson Correia
Isabelle Drummond não gosta de definições. Entende que isso pode limitar algumas coisas. Porém, a atriz de 22 anos tem uma certeza: está realizada com o que construiu e vem conquistando nos últimos anos. “Estou dando tudo de mim na vida. Todos os dias, acordo com esse desejo, para tudo o que tiver de viver”, orgulha-se. Em uma fase de muito trabalho – o que pode ser considerado rotina em sua vida –, está sempre aprendendo com o ofício que exerce desde 2001, quando fez sua estreia em Os Maias (Globo). Seu próximo desafio será viver Anna Millman, uma mocinha de personalidade forte em Novo Mundo (Globo), próxima novela das 6, prevista para estrear dia 22. A escritora inglesa é uma mulher em busca de seus ideais e empenhada pela questão da abolição da escravatura. “Isso é tão bonito! Ela luta com espadas, faz equitação, pinta, fala cinco línguas... Gosto de trabalhos contemporâneos, mas é incrível estudar e mergulhar em uma época totalmente diferente”, destaca. Acostumada a emendar papéis na TV, Isabelle tirou um ano sabático após Sete Vidas (Globo, 2015), voltando para protagonizar a primeira fase de A Lei do Amor (Globo). O que ela fez nesse período? Viajou bastante, conheceu novos lugares e respirou novas culturas. “Por mais que ame meu trabalho, férias são importantes para voltar com gás e renovada. Além disso, é bom ter esse período para viver como Isabelle 24 horas por dia. Só que no fim já estava querendo voltar à rotina de gravações e pensando nas próximas personagens”, confidencia ela, que é natural de Niterói, Rio de Janeiro. 


Mesmo tendo começado cedo, a atriz conseguiu impor-se no ambiente de trabalho, valorizando o respeito, a gentileza e a doçura. “Procuro tratar as pessoas com carinho e ainda me posicionar. Sou fiel àquilo que acredito. O que não quer dizer que não seja aberta a escutar. É importante ouvir o que o outro tem a dizer.” A fama nunca foi uma questão. “Graças a Deus sempre tive ótima base familiar. Deslumbramento ou algo do tipo não combina com minha personalidade. Nunca me vi melhor do que ninguém por ter uma carreira de visibilidade. Reconhecimento é legal, a fama é consequência”, ressalta. Caseira “desde que se conhece por gente”, tampouco sente a falta do anonimato.

Trabalhando desde 2001, Isabelle será a abolicionista Anna Millman na trama que se passa entre 1817 e 1822

Parceria (somente) profissional
Repetindo a parceria com Chay Suede (Joaquim), 24, em Novo Mundo, a atriz viu o seu nome envolvido com o do ator à época em que gravavam a trama das 9. Escolada, aprendeu a não dar ibope para esse tipo de assunto. “Nós somos amigos apenas. Ele é profissional, bom ator e amigo. Procuro encarar com a maior leveza possível. Com o passar dos anos, vamos ficando calejados nesse sentido”, afirma ela, atualmente solteira e feliz. “As coisas acontecem no momento que têm de acontecer. Divido meu dia a dia com muita gente: família, amigos, trabalho, amigos e colegas de profissional.” Em uma relação, valoriza a honestidade, o caráter e a empatia com o próximo no parceiro. No futuro, Isabelle pretende cursar uma faculdade. Agora, percebe a sua evolução como mulher. “A ideia é que isso nunca pare mesmo quando tiver 90 anos. A busca por conhecimento é eterna e isso é superpositivo, traz amadurecimento”, atenta.

“Não fico preocupada ou focada no rótulo de mocinha ou vilã, até porque a tendência é cada vez mais mostrar a humanidade das pessoas”, diz a atriz
Em busca de direitos iguais
Na trama das 6, Anna vai ser à frente do seu tempo. Mesmo com um jeitinho doce, Isabelle também quer dar o seu recado. “Para falar do feminismo, é importante deixar claro que não é um machismo às avessas – isso seria femismo. Ainda existe confusão sobre o sentido real desta causa, que busca igualdade. Acho justo, por exemplo, que homens e mulheres recebam o mesmo salário quando exercem uma mesma função, com a mesma competência.” Uma das maiores inspirações de Isabelle vem de casa: é a própria mãe, a quem elogia como sendo uma mulher forte, de coração limpo, com princípios delimitados e empatia. “De atrizes, admiro Cate Blanchett, Juliette Binoche, mas a minha inspiração mesmo é a Liv Ullmann. Gosto bastante da Ingrid Bergman também. São grandes referências.” E foi ao lado da mãe que Isabelle encontrou forças para superar a morte do pai, que completou 10 anos. Hoje, a atriz consegue falar sobre essa perda irreparável de uma forma tranquila.“Saudade também é uma coisa boa. É amor, aprendi a gostar. Meu pai me ensinou tantas coisas. Às vezes, nem sabia que estava me ensinando... Ele não escondia quem era – tem de ter coragem. Mas, se não somos assim, como vamos encontrar verdade na vida?”, questiona a atriz. Cristã, ela não esconde a sua fé. Pelo contrário, tem vontade de usar a sua influência para incentivar laços de amor e união entre as pessoas. “Tenho muita fé e acredito que isso independe de religião. Jesus veio para criar um único vínculo, não muros e separações, isso é o ser humano que cria.”

Usando megahair, Isabelle aprovou o novo visual: “Estou gostando do meu cabelo escuro”

Guarda-roupa clássico e impecável
Para dar vida a Anna, Isabelle fez aulas de pintura, algo que já faz no dia a dia, e esgrima. “Ria de mim mesma tentando acertar e mostrar desenvoltura (risos)”, recorda ela, que colocou megahair e voltou a ser morena. “Dá um trabalhinho para pentear. Estava curtindo o cabelo claro, agora estou gostando dele escuro. É bom porque descubro coisas novas, sempre mantendo o meu estilo mais clássico. Uma das coisas mais bonitas é a simplicidade.” 

Isabelle mantém um guarda-roupa impecável, com peças variadas. Assume ser comedida nos gastos. Ela também desenha alguns de seus looks. “Não vou usar algo que não curto porque é tendência”, ensina. Vegana, a atriz não deixa de sair com os amigos e está lutando para manter a hortinha em seu apartamento. “Está difícil (risos). Adoro cozinhar, descobrir sabores. Gosto de fazer uma moqueca vegana. É fácil e gostosa!” Ela tem conseguido frequentar às aulas de balé, sua verdadeira paixão, mesmo com a agenda puxada. “Me move demais. Só tenho feito isso de atividade física e já é uma conquista”, diverte-se. Para manter o rostinho de boneca, dois de seus segredinhos são usar spray de ervas e gelo.

Isabelle também voltará aos cinemas no filme Minha Família – ainda sem data de estreia –, ao lado de Rafael Infante, 31. “Ele é bacana e ótimo ator, me fazia rir demais. Aliás, todo o elenco... Como rimos!” Prestes a fazer 23 anos (no dia 12 abril), a atriz sente-se em transformação constante. “Como é bom aprender, descobrir coisas novas. Olho para trás com amor, sabendo que todos os processos que passei me preencheram com o que sou hoje. A vida é assim, vou aprender ainda mais”, filosofa.