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Eliane Giardini volta à televisão em Dois Irmãos

A atriz fala de sua parceria de sucesso com Luiz Fernando Carvalho e reflete sobre o passar do tempo, o amor e a família

Por Ligia Andrade / Fotos: Fabrizia Granatieri Publicado em 07/01/2017, às 18h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Eliane Giardini em Dois Irmãos - Fotos: Fabrizia Granatieri
Eliane Giardini em Dois Irmãos - Fotos: Fabrizia Granatieri
Tricotar é um dos passatempos preferidos de Eliane Giardini. A atriz de 64 anos adora fazer casaquinhos de bebês e mantas enquanto assiste à TV. Depois, presenteia as amigas. Ela também gosta de cuidar da horta, brincar nos jogos de celular e fazer listas com suas tarefas do dia a dia. Depois de viver a Anastácia de Êta Mundo Bom! (Globo, 2016), a paulista não esconde a ansiedade para a estreia de Dois Irmãos, em 9 de janeiro na Globo. Na minissérie baseada na obra literária de Milton Hatoum, é Zana, mãe de três filhos, entre eles os gêmeos Omar e Yaqub (Cauã Reymond, na fase adulta). Sem perceber, ela acaba mimando um mais do que o outro, fazendo com que cresça o ódio entre eles e desestruturando a família. Eliane divide o papel com Juliana Paes e Gabriella Mustafá, na obra que leva a assinatura de Luiz Fernando Carvalho. Aliás, foi com o diretor artístico que a atriz fez seu primeiro trabalho nas telinhas, na novela Helena (Manchete, 1987), além de outras parcerias de sucesso, como em Renascer (Globo, 1993). “Temos uma história, ele me conhece. O que me exige é mais do que qualquer outra pessoa exigiria”, reconhece ela, que se firmou em um dos grandes nomes de sua geração. De bem com a vida, Eliane aprendeu a se cobrar menos. Não deixa de fazer análise e aproveita para refletir sobre o envelhecimento natural. “Não tem jeito. Às vezes lido bem, às vezes, mal, me irrito...” Ligada à Psicologia e à Filosofia, encontrou a felicidade nos pequenos prazeres da vida. “Estou solteira, chega um momento em que o afeto meio que se espalha. É como se tivesse erotizando a vida.” 

Nada é definitivo “No começo, nos assustamos com tudo. Da adolescência até os 30 anos é a fase mais dura da vida. Dá um desespero, parece que tudo é definitivo. E nada é irreversível. A idade traz essa leveza de não se preocupar com coisas que não valem a pena.”

Espiritualidade “Gosto de ler sobre Psicologia e Filosofia, estudos das religiões, como o Budismo, faço meditação. Isso tudo traz autoconhecimento para segurarmos nossos demônios, porque a vida não é fácil. Se não tiver um trabalho, uma análise para atravessar os seus fantasmas, pode ficar mais difícil.”

Sempre em atividade “Pratico pilates em casa três vezes na semana. Quando dá, faço esteira, nado. Estou sempre fazendo alguma coisa, preciso, não tem jeito. Às vezes, lido bem com o passar do tempo, às vezes, mal, me irrito, penso: ‘Por que isso?’ Mas é a vida... Neste momento, busco mais qualidade de vida. Quero viver bastante. Se Deus quiser, chegar aos cento e poucos anos com qualidade, para usufruir, senão não adianta nada.” 

A atriz relembra o desafio de fazer Dois Irmãos: “O trabalho me exigiu emocionalmente” 

Sem restrição “Como certinho, sem paranoia. Sábado e domingo é liberado. Entro de cabeça nos doces, adoro vinho, cerveja... nada tem restrição. Comer bem é um dos meus grandes prazeres.”
pequenos retoques “Faço coisinhas pequenas em consultório de dermatologia. Procedimentos superdelicados na pele, como laser, algumas coisas para o colágeno...”

Seletiva “Não estou fechada ao amor, mas não dá para ficar com qualquer pessoa. Não sou adepta ao ‘não sou feliz, mas tenho marido’. Sou feliz, tenho mil motivos para agradecer o dia inteiro. Claro que queria ter uma pessoa, um companheiro. Se não estou tendo, o.k.”

Dilemas “Zana é uma devoradora, uma Jocasta, diferente da Anastácia. O trabalho me exigiu emocionalmente. A minha fase, principalmente, é onde ela colhe todas as más escolhas que fez. É um momento difícil, os dois irmãos já se odeiam pelo ciúme, inveja e competitividade que não foram abrandados pelos pais. É um trabalho da mãe e do pai mostrar a diferença de cada filho e por que cada um demanda uma coisa diferente. Não dá para fazer igual, eles não são iguais. Zana contribuiu para que esse abismo ficasse cada vez maior.”

Parceria “Luiz Fernando é de uma fidelidade absoluta ao processo dele, só foi refinando ao longo dos anos. Sempre foi assim. Tem esse rigor todo, mas faz uma cena média virar antológica. Ele te leva para além da exaustão, da tua crítica. E é aí que saem coisas interessantes.”

Com a filha no set “Foi a primeira vez que trabalhei com a Mariana (assistente de direção. Ela também é mãe da cantora Juliana, ambas frutos de seu casamento com o ator Paulo Betti) na TV. Ela sempre teve um olhar de direção. Eu, não. Mas fiz poucas cenas com Mariana no set.” 

Maternidade “Não me arrependo de ter parado a minha carreira para me dedicar à maternidade. Deu tudo certo, fiz tudo o que tinha para fazer. Foi importante para mim e para elas, que são as maiores alegrias da minha vida. Vivemos pensando em trabalhar juntas. Juliana está fazendo o segundo CD, e eu canto um pouco também. Ela fica colocando pilha para fazermos um musical. Sou capaz, hein. E tenho também um projeto de um filme que a Maria Camargo (autora de Dois Irmãos, 45) está roteirizando e vou dirigir em 2018.”

Hobby “Retornei ao tricô quando duas grandes amigas ficaram grávidas, as atrizes Letícia Isnard e a Kika Kalache, há dois anos. Peguei o gosto de novo, falei para minhas filhas que, enquanto não me dão netos, faço para os outros (risos).”