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Drica Moraes abre o jogo sobre maternidade e revela ser superprotetora com o filho único: “Possessão”

Em entrevista para a CONTIGO! Novelas, Drica Moraes abre o jogo sobre ser mãe de filho único e se compara com sua personagem em ‘Travessia’

CONTIGO! Novelas Publicado em 13/01/2023, às 15h15

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Drica Moraes abre o jogo sobre maternidade - Divulgação e Reprodução/ Instagram
Drica Moraes abre o jogo sobre maternidade - Divulgação e Reprodução/ Instagram

Intérprete da Núbia em Travessia, Drica Moraes torce para que o dilema da personagem, que sonha em ficar rica com o filho, faça o público refletir. Mãe de Mateus na vida real, a atriz ainda admite que é superprotetora com o herdeiro e que extravasa a possessividade em cena.

Foram sete anos longe das novelas, se dedicando às séries, filmes e ao teatro. Estava com saudade?

“Morrendo! Estava com saudade porque novela tem uma dinâmica ágil. As séries são muitos planos para cada cena e a novela tem uma agilidade que me seduz, me encanta. Fora encontrar velhos amigos, como o Maurinho (Mauro Mendonça Filho, diretor artístico de Travessia), essa equipe, conhecer a Gloria Perez (autora da novela), que está sendo um prazer. E, estar no Maranhão, nesse núcleo, é um prêmio. Acho que a gente fala dessa questão da tecnologia e a tecnologia intrinsecamente fala do tempo, né? A gente fala do tempo que o Maranhão traz, que é um tempo orgânico, de chegar alimento à Ilha, de as pessoas se deslocarem de um ponto para o outro, da água encanada... tudo é lento e a tecnologia é imediata, instantânea. Vivo a personagem sofrendo esses impactos muito fortes de um tempo orgânico versus um tempo violentamente inorgânico, antinatural.”

Você volta com uma personagem tão rica…

“A Núbia é uma personagem maravilhosa. O arquétipo da mãe possessiva, amorosa, que não é necessariamente boa nem má, ela é maluca. É um arquétipo muito bem-vindo nas novelas, da mulher que fala pelo coração. E o coração ilumina tudo que está em volta. Ela é passional e estou me divertindo muito.“

A relação dela com o filho, Ari (Chay Suede), é complicada. A considera uma vilã?

“A gente está descobrindo aos poucos. A Gloria fala uma coisa interessante, que não existem vilões nessa novela, as pessoas são antagonistas em relação às situações. Então, tudo que se opõe ao filho dela e a essa visão de mundo que ela criou, o ideal de vida que ela tem para o filho, ela vai se tornar antagonista a essa situação. Não que ela seja uma vilã basal, ela não é uma pessoa do mal, de maneira nenhuma. Ela é uma sobrevivente. Acho que essa novela fala muito de mulheres sobreviventes pela resiliência. O sofrimento te dá muita casca, uma couraça e, inclusive, liberdade. A Núbia pode até ter uma cara de vilã, de repente, porque ela fala o que pensa e isso veio da conquista que ela teve na própria vida de se criar sozinha, criar o filho sozinha. Então, ela tem certezas absolutas e acho que essa é a grande vilania dela, ter certezas absolutas em um mundo onde tudo é movimento, ainda mais no mundo digital, que a gente fala de um mundo em movimento o tempo todo. Então, ela não é uma vilã, ela é uma sobrevivente, uma mulher forte, aguerrida às suas verdades. E tem essa coisa também da comunidade, da maledicência, do disse me disse, da fofoca, que isso também traz uma cara de vilania, mas não é. Do jeito que a gente está levando, ela tem muito humor, que é o que nos salva sempre.”

Até onde você acha que ela pode ir por esse filho?

“O que ela quer não é uma coisa do mal, ela quer uma vida melhor para o seu filho e isso é legítimo. Ela é uma mãe solo, isso parece um pouco comigo. Então, a gente tem o direito de ficar mais velha e querer uma vida melhor, né? Os conflitos com os quais ela vai se deparar para que isso aconteça é o grande dilema. Porque Núbia não é uma vilã em si, ela vai ser vilã em alguma situação, muito de Brisa (Lucy Alves), porque Brisa significa um mundo que pra ela não vale nada, que não é o mundo da riqueza. Aí já tem um conflito humano interessante para a gente pensar. Quanto vale o dinheiro? Acho uma boa pergunta para a Núbia e para a gente jogar pra sociedade também. Querer um futuro melhor ok, eu acho que é legítimo, é um desejo de todas as mães. Mas a que preço?“

Torce para que Núbia provoque reflexões?

“Em uma sociedade em que a gente está se desconstruindo, em que a gente está tendo que rever racismo, homofobia, machismo, gordofobia, diferença de classe social, monetária... Eu acho que Núbia vai se defrontar com o próprio preconceito e isso não faz dela uma vilã. Se ela conseguir refletir, ela será até uma heroína. E se eu conseguir jogar essa reflexão para o público, para mim eu terei feito um gol histórico na minha carreira!”

Identifica-se em alguma coisa com a personagem?

“Mãe de filho único sempre se reconhece um pouco, porque tudo vai para aquela criança. Me botam muito para ser mãe de filho único. Então, a minha possessão toda pode se libertar por meio dos personagens. Posso botar toda a minha maluquice, tudo que eu tenho que conter em casa, nos meus personagens, eu extravaso.”

Que tipo de mãe você é para seu filho, Mateus?

“Eu sou uma mãe superprotetora. Para você ter uma ideia, meu filho estava gripadaço e estava dormindo comigo, porque eu quero ver se respira. Quero ver se o arzinho entra e se o arzinho sai. Ai você me pergunta ‘Seu filho tem quantos anos: 3, 4?’ Não, 13! Tem 1,78 m de altura, 80 kg, grande, uma massaroca de homem e eu quero saber se o ar entra e se o ar sai! (risos)”.