Em entrevista para a CONTIGO! Novelas, Gabriella Di Grecco comenta sucesso em ‘O Coro’ e critica pressão sofrida pelas mulheres
Colhendo os frutos da série O Coro: Sucesso, Aqui Vou Eu, da Disney+, Gabriella Di Grecco entrega a admiração por Miguel Falabella e fala dos desafios para viver a vilã Nora. Aos 33 anos, ela não se preocupa com o envelhecer.
Da forma mais comum possível. Soube que estavam fazendo os testes e fiz a audição. Naquele momento, me pediram somente para cantar. Um tempo depois, soube que tinha sido aprovada. E não só isso: descobri que o Rhener Freitas e a Mica De Fuego, meus dois grandes amigos de projetos anteriores na Disney, também tinham sido aprovados. Foi incrível!
Preciso responder isso agradecendo ao Miguel Falabella por confiar essa personagem a mim. A Nora é muito interessante e me desafiou em vários aspectos! Ela tem uma personalidade que não é comum, age e reage de uma forma diferente das pessoas “normais”. Busquei ajuda de psicólogos, psiquiatras... Além de referências em livros acadêmicos e filmes. Personagens como a Lisa Rowe, de Garota Interrompida e Alex Forrest, de Atração Fatal, me inspiraram muito.
Costumo brincar que a Nora não é uma personagem de uma temporada só. E isso é maravilhoso! O que vemos na primeira temporada é o que a Nora quer que as pessoas pensem quem ela é. O público pode esperar que ainda tem muito a ser revelado.
Sou fã do Miguel desde criança, quando assistia ao Sai de Baixo, mas o conheci pessoalmente e trabalhei com ele só em O Coro. Trabalhar com o Miguel é um deleite e uma escola diária. Ele é meu Mestre Jedi (risos)! Muitas vezes a gente pede que a vida coloque grandes lições no nosso caminho. No meu caso, as grandes lições vieram em forma de gente!
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Com muita gratidão. Minha principal meta como atriz sempre foi entender o mundo e as pessoas, me liberando do meu próprio ego. Não por acaso, chegam até mim personagens complexos e que colocam minhas crenças em xeque. Não poderia ter vivido experiências melhores. O que sempre me guiou nesse caminho foi a minha intuição e busco muito me manter comprometida com isso. Atualmente, a minha intuição aponta para amplificar a minha presença na arte para além da atuação... Também trabalho como cantora, performer, diretora, em direção de arte, moda, fotografia e produção. Não sei onde isso vai dar, sinceramente, mas todas as vezes que ouvi essa intuição, as coisas mais lindas e edificantes aconteceram na minha vida.
Segundo a minha mãe, eu dizia que queria ser atriz desde quando comecei a falar (risos)! Mas, meu contato com o teatro, de fato, aconteceu pela primeira vez na escola, quando ainda era criança. Entendi, ali mesmo, que poderia ser alguém diferente do que eu era, o que implica em pensar diferente, agir diferente e contar uma história diferente. E isso é muito libertador.
Sim! O teatro veio pela família da minha mãe e a música veio pela família do meu pai. Aos 21 anos, passei por uma crise existencial e encontrei na música uma ferramenta de cura muito profunda e importante. Desde então, sabia que ela não poderia andar separada da atuação, tanto que, quando comecei a estudar teatro, comecei pelo teatro musical... Ali poderia transitar pelo melhor dos dois mundos: teatro e música.
Iria para onde meu coração estivesse apontando. Agora, por exemplo, meu coração aponta para uma expansão na arte, que envolve música. Um desses projetos é o Hanakin (significa “sextou” em japonês), minha coleção de reversões de clássicos que sai toda sexta-feira no meu Instagram!
Depois de um certo momento da vida, você passa a viver e lidar com as ocorrências de forma mais calma, mais sensata, serena e sóbria. Eu não tinha noção disso até ser escalada para elencos nos quais eu era a pessoa mais velha do grupo. Por outro lado, tem uma coisa muito interessante no meio disso: é importantíssimo estar atento ao que os mais jovens estão fazendo e pensando. O mundo caminha na direção deles, não na de quem é mais velho.
É um processo lindo de ver e cheio de mudanças acontecendo. Todas as idades são igualmente lindas e importantes dentro do seu momento. Precisamos urgentemente normalizar isso, sobretudo entre mulheres, que sofrem mais com a pressão estética e com manter a aparência jovem.
Minha mentalidade é de sempre estar trabalhando. O que vemos na tela ou no palco é somente a ponta do iceberg. Quando não estou com contrato assinado, continuo me desenvolvendo, não só para os meus projetos, mas para estar preparada e disponível para quando o teste ou a audição chegar.
Minha rotina inclui aulas de dança, canto, atuação, como a parte preparatória. Somado a isso, vou criando, produzindo, acompanhando e executando meus projetos autorais, que incluem a terceira temporada de Tamo Junto, meu programa de entrevistas e música no YouTube; o Hanakin, projeto musical e audiovisual que acontece toda sexta-feira, no meu Instagram, entre outros. As gravações ou o fato de estar em cartaz são só uma parcela do que engloba o trabalho de um artista, que, como disse antes, inclui muito estudo, preparação e, muitas vezes, a criação, elaboração e execução de projetos autorais. Para mim, é muito importante manter essa mentalidade, porque me tira de um lugar de dependência de outros projetos e me dá autonomia para criar, realizar e me relacionar com pessoas novas. Eu sinto que isso faz de mim uma artista melhor e mais coerente com o meu propósito.
Na verdade, alguns! Mas ainda preciso manter sigilo (risos)! Neste momento, estou muito focada na produção do Tamo Junto e nos outros projetos musicais que vão se desdobrar a partir do Hanakin!
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