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''A vontade é abrir o buraco onde minha família está e deitar com eles'', diz irmã de ator assassinado

Após perder o pai, a mãe e o irmão, irmã de Rafael Miguel relatou o pesadelo que vive

Redação Contigo! Publicado em 21/06/2019, às 09h13 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h47

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Rafael Miguel - Reprodução
Rafael Miguel - Reprodução

A jovem Camila Miguel, irmã do ator Rafael Miguel, surpreendeu os fãs nesta sexta-feira (21) ao publicar um tocante desabafo nas redes sociais.

Após perder o irmão, o pai e a mãe de uma única vez, ela disse que está vivendo um pesadelo.

"Não sei exatamente quantos dias fazem do pesadelo que estou vivendo. Sei que posso contar, mas não quero parar pra pensar. Sei que já passou mais de uma semana, e sei também que essa semana pareceram horas. Todo dia parecia que aconteceu ontem. As lembranças do maior trauma que vivenciei virou um borrão, daqueles que você lembra muito do que aconteceu, viu e sentiu, mas parece tudo um filme, com uma névoa na frente de tudo", disse.

Ela seguiu em seu desabafo falando do difícil processo que está passando.

"Me perguntei, sempre que via alguém perder alguém ou parte da família, como continuava a viver. Como a pessoa estava falando, ou de pé, ou acordada, depois de dias de tudo isso. hoje sou eu essa pessoa. Que dias depois teve que começar a lidar com burocracias de 3 pessoas que se foram e 1 que ficou. O luto é diferente, tem médios e baixos. Consigo rir e sorrir, mas dói demais fazer isso e logo sinto que não quero estar sorrindo ainda. Consigo ser firme na conversa, mas não por muito tempo. Mas o fato é que eu escolhi ficar. É isso mesmo, eu escolhi continuar vivendo. Porque a vontade sinceramente é, de verdade, abrir o buraco onde minha família está e deitar com eles. É não ficar pra lidar com esse sufoco de dor. É desistir, deixar a tristeza tomar conta e não sorrir, não ser firme, não levantar. Mas aí eu não estaria vivendo, e por mais que seja um caminho doloroso, eu escolhi e estou escolhendo dia após dia, hora após hora, viver", disse.

Ela afirmou que está tentando se agarrar ao que pode. "E existe uma certa agonia em viver logo, afinal o trauma também traz medo e não sei quando minha chance vai acabar. Eu ainda não entendi tudo. Eu nunca vou superar porque este luto é diferente e vem com muita repetição da negação e do cair da ficha. mas eu sinto desesperadamente uma vontade de continuar, de me curar. se um dia eu vou conseguir sair desse looping, não sei. se um dia vou conseguir olhar alguém com os pais e não sentir inveja, não sei. ou se um dia vou conseguir observar as pessoas sem pensar “como queria que meu dia fosse só mais um comum assim”, não sei. só sei que escolhi o caminho mais doloroso e difícil... o de ficar", encerrou.

MAIS DRAMA

Com apenas 18 anos, Isabella Tibcherani foi diagnosticada com estresse pós-traumático“Ela ainda não conseguiu retomar a rotina. Consegui um psiquiatra para ela, que realizou exames e está sendo medicada. Ela foi diagnosticada com estresse pós-traumático e ainda não tem condições de sair sozinha”, disse o advogado da jovem.