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TV / 50 ANOS DO JH

Moda, literatura, cinema: nos primórdios do 'Jornal Hoje', cobertura cultural ocupava espaço fundamental no telejornal

Ao longo de suas cinco décadas de história, telejornal foi espaço de crítica cultural e entrevistas de fôlego

Gustavo Assumpção Publicado em 21/04/2021, às 15h44

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Moda, literatura, cinema: nos primórdios do 'Jornal Hoje', cultura nacional ocupava espaço fundamental no telejornal - Reprodução/TV Globo/Memória Globo
Moda, literatura, cinema: nos primórdios do 'Jornal Hoje', cultura nacional ocupava espaço fundamental no telejornal - Reprodução/TV Globo/Memória Globo

Uma das atrações mais duradouras da TV brasileira, o Jornal Hoje completa neste dia 21 de abril seu aniversário de 50 anos. Além da cobertura de todos os principais acontecimentos jornalísticos das últimas cinco décadas, o programa também ficou marcado por ser um espaço de relevância para grandes nomes da cultura brasileira.

A atração, que já foi comandada por dezenas de profissionais diferentes e viveu diversas fases, já foi conhecida por suas críticas literárias, cinematográficas e principalmente pelas entrevistas com grandes personalidades, momento raro em que o público pode conhecer o que pensavam grandes nomes da cultura nacional.

AS ENTREVISTAS DE LEDA NAGLE

A jornalista Leda Nagle, que estreou no Hoje em 1976 e permaneceu na bancada até 1989, foi um dos grandes destaques da história da atração. Ela comandava aos sábados um quadro em que entrevistava grandes nomes da cultura brasileira. Entre aqueles que conversaram com a jornalista estão nomes como Carlos Drummond de Andrade e Dorival Caymmi. “Eu escolhia os entrevistados porque eles estavam em destaque naquele momento ou fazendo uma coisa genial: na televisão, teatro, literatura. Sempre tinha um gancho jornalístico. Nunca entrevisto uma pessoa sem ler alguma coisa sobre ela. A entrevista é uma conversa, um jogo delicioso, e, se o repórter gostar de ouvir história, é um jogo imbatível”, conta.

RUBEM BRAGA E SUAS CRÔNICAS

Também aos sábados, o programa exibiu a partir de 1975 um quadro de crônicas assinado por Rubem Braga, um dos principais escritores do gênero na época. No início, o programa apenas adaptava os textos, mas o sucesso foi tão grande que ele passou a criar com exclusividade para a atração. “Fizemos coisas muito legais, o Rubem era um cronista que tem uma ligação com a imagem. Ele começou a escrever textos com essa imagem que tinha na cabeça e começamos a pensar juntos em como transformar no quadro”, lembra Mauro Rychter, que era quem editava os textos para levar ao ar.

CULTURA BRASILEIRA EM EVIDÊNCIA.

Nos anos 80, um dos destaques eram as reportagens assinadas por Otto Lara Resende, que assinava comentários sobre literatura brasileira. Nomes como Nelson Motta, que cobria música, Pedro Bial, que entrevistava personalidades e até as dicas culturais de Mauricio Kubrusly fizeram parte da atração.

MODA E ESTILO COM BOM HUMOR

Na segunda metade dos anos 90, a consultora de moda Regina Martelli passou a assinar o quadro Certo & Errado, um sucesso do programa. Com exemplos das ruas, ela conversava de forma espontânea com o público fornecendo informação sobre moda e estilo de uma forma palatável. Antes, ainda nos anos 80, a jornalista Cristina Franco também comandou uma coluna sobre alta-costura na atração, a Ponto de Vista, que foi ao ar até 1996.

AS DICAS DE RUBENS EWALD FILHO

Falecido em 2019 e considerado um dos grandes nomes da crítica de cinema no Brasil, Rubens Ewald Filho fez aparições logo nos primórdios da atração. Ele assumiu uma coluna semanal de lançamentos em 1974 e já cobria as principais premiações da época. Naquele período, o programa também exibia reportagens especiais sobre grandes nomes do cinema - uma das mais lembradas foi um resumo da carreira de Mazzaroppi, exibida também em 81.