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TV / DETALHES

Após ouvir vítimas, advogada diz que comportamento de Marcius Melhem nos bastidores foi "violento"

Pela primeira vez, detalhes das denúncias contra o então chefão do humor da TV Globo se tornam públicos

Redação Contigo! Publicado em 24/10/2020, às 16h56 - Atualizado às 17h03

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Advogada revela detalhes das denúncias contra Marcius Melhem - Reprodução/Instagram
Advogada revela detalhes das denúncias contra Marcius Melhem - Reprodução/Instagram

Desligado da TV Globo , Marcius Melhem teve um comportamento violento e tóxico.  Pelo menos é o que garante a advogada criminalista Mayra Cotta. Ela se pronunciou para a coluna da jornalista Monica Bergamo, na Folha, e contou pela primeira vez os detalhes das denúncia de um grupo de atrizes e profissionais que alegam que sofreram violência sexual e moral praticada sistematicamente pelo profissional.

Na entrevista, a advogada conta que pelo menos 12 mulheres procuraram a direção da emissora e denunciaram o humorista. A identidade delas não será revelada.

Melhem foi desligado da emissora, mas elas procuraram Mayra com a ideia de discutir se podem fazer algo sobre o tema, já que estão insatisfeitas com os desdobramentos do caso. Elas cobram punições mais severas ao então diretor do núcleo de humor.

"Foram casos de assédio sexual mesmo. De mulheres falando não, não quero, me solta, não vou beijar, não vou ficar com você. E ele tentando, agarrando. Não tem zona cinzenta, isso é violência. E aí tem algo muito sério: ele era chefe delas. Ele tinha uma posição de poder", disse ela.

"É um chefe que se vale de sua posição para tentar usar o poder que tinha de contratar ou demitir para as constranger a se envolver com ele. Houve um comportamento recorrente, de trancar mulheres em espaços e as tentar agarrar, contra a vontade delas. De insistir e ficar mandando mensagem inclusive de teor sexual para mulheres que ele decidia se iam ser escaladas ou não para trabalhar, se ia ter cena ou não para elas [nos programas de humor]. De prejudicar as carreiras de mulheres que o rejeitaram. De ficar obcecado, perseguindo mesmo", diz ela na entrevista.

A advogada ainda garante que não foram episódios isolados e que 

"Foi um constrangimento sistemático e insistente, muito recorrente. Antes de trabalhar com assédio sexual, eu trabalhava com violência doméstica na Universidade de Brasília, de onde eu sou. E percebi, na descrição dos casos [que envolvem Marcius Melhem], como um chefe assediador é semelhante a um marido abusador. Ele isolava as atrizes, tinha o poder de não as deixar ir para outros lugares [na emissora], fazer outras coisas. E criava um ambiente de trabalho tóxico. As pessoas se sentiam presas, sem conseguir se livrar daquilo. Ele usava situações de trabalho para as tentar agarrar à força, inclusive usando violência", diz outro trecho.

A entrevista completa está no site da Folha de S. Paulo.