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Jorge Brasil: Palmas para a emocionante despedida de Ary Fontoura de ‘Orgulho e Paixão’

Aos 85 anos de vida e 52 de carreira, o ator levou o público às lágrimas com uma atuação extraordinária

Jorge Luiz Brasil Publicado em 21/09/2018, às 21h41 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Ary como o Barão de Ouro Verde: linda cena do nobre mau humorado - Arquivo
Ary como o Barão de Ouro Verde: linda cena do nobre mau humorado - Arquivo

Orgulho e Paixão vem desenvolvendo seus capítulos finais sem pressa, com delicadeza e boas doses de diversão e emoção. E uma das cenas mais tocantes da novela aconteceu ontem (quinta 20): a despedida de Ary Fontoura da trama das 6, que chega ao fim na segunda 24. Após o casamento do filho, Aurélio (Marcelo Farias), com Julieta (Gabriela Duarte), o nobre foi levado pela neta, Ema (Agatha Moreira), para a cama. Ele pegou a foto de Dom Pedro II, depois a de seus sócios, Camilo (Maurício Destri), Ernesto (Rodrigo Simas) e Januário (Silvio Guindane), e disse: “O senhor me deu o título de Barão. Eles me chamam de mentor. O senhor é o meu passado, eles são o meu agora. Prefiro continuar na companhia dos meus amigos e do futuro”. Num lindo sonho, o Barão, livre da cadeira de rodas, pode bailar com Ema, Julieta, a filha, Tenória (Polly Marinho), e se despediu de Aurélio, Camilo, Ernesto e Januário e do neto, Estilingue (JP Rufino). E partiu, em paz e feliz, por tudo o que viveu.

Patrimônio de nossa televisão, Ary levou o espectador e toda a internet às lágrimas. Uma atuação extraordinária, sem excessos, que valorizou o belo texto de Marcos Bernstein, sem tentar sobrepuja-lo. Nenhuma surpresa vinda de um ator que, aos 85 anos, criou uma galeria de personagens antológicos, desde que apareceu pela primeira vez na tela da Globo, no seriado Rua da Matriz (1965).

Como eleger um só papel de Ary Fontoura? O mais emblemático, talvez, seja o sovina Nonô Corrêa, de Amor Com
Amor se Paga
(1984), seu único protagonista em 52 anos de carreira, que marcou toda uma geração de noveleiros e lhe rendeu o troféu de melhor ator da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 1985.Como o Professor Aristóbulo, de Saramandaia


Intenso e brilhante na pele do ricaço Ubirajara, de Dancin´Days

Mas ser coadjuvante nunca foi problema para quem sabe que não existe papel pequeno para um grande ator. Por isso, o professor Aristóbulo Camargo, que virava lobisomem, roubou todas as cenas em Saramandaia (1976). O mesmo aconteceu com o solitário milionário Ubirajara, que proporcionou uma nova vida para a ex-presidiária Júlia Mattos (Sonia Braga), em Dancing´Days (1978). Mas como esquecer o “fantasma” Ludovico, de Chocolate com Pimenta (2003), ou o romântico Romeu, de Sete Pecados (2007), cujo par romântico com Juju (Nicette Bruno) virou o centro das atenções da trama de Walcyr Carrasco.

Com os mitos Paulo Gracindo, Regina Duarte e Lima Duarte em Roque Santeiro

Com os vilões Florindo Abelha, de Roque Santeiro (1985), Pitágoras Williams Mackenzie, de A Indomada (1997), e Silveirinha, de A Favorita (2008), ele recebeu os melhores elogios de sua carreira e também muitos prêmios, inclusive, o Prêmio CONTIGO!, de melhor ator coadjuvante em 2009, pelo mordomo duas caras, cúmplice da assassina Flora (Patrícia Pillar).

Atuação premiada em A Indomada

Mas foram tantos os triunfos desse artista singular, no cinema, na televisão e no teatro, que seria impossível lista-los. O mau humorado Barão de Ouro Verde foi apenas o mais recente e, se os deuses das artes permitirem, muitos outros virão. O público merece cada vez mais de Ary Fontoura.

Como o cruel Silveirinha, em A Indomada